do Financial Times:
A gestão da crise por Portugal tem sido "apavorante", e o anúncio feito por Sócrates do acordo alcançado com a EU-FMI é um "ponto alto do lado tragicómico da crise", refere o colunista no artigo de opinião publicado no Financial Times de ontem. Munchau é peremptório: "Não se pode dirigir uma união monetária com pessoas como o sr. Sócrates". José Sócrates é, refere o Público, acusado de ter escolhido atrasar o pedido de ajuda externa "até ao último minuto" e o seu discurso de que o pacote de medidas para combater o português é melhor do que o grego e o irlandês e que não seria muito doloroso não é verdade. Isto na opinião de Wolfgang Münchau, um dos colunistas de longa data do diário financeiro britânico.
Münchau assinala que o pacote de ajuda a Portugal contém "cortes selvagens" de despesa, congelamentos nos salários do sector público e pensões, aumentos de impostos e a previsão de dois anos de recessão "profunda", o que em sua opinião desautoriza o discurso de José Sócrates. "Não se pode dirigir uma união monetária com pessoas como o sr. Sócrates, ou com ministros das Finanças que espalham rumores sobre uma cisão" da moeda única, diz ainda.
Munchau, um alemão que fez a sua carreira no "Financial Times" e acompanhou o lançamento do euro, diz também que "uma união monetária sem uma união política simplesmente não é viável" e que a crise da moeda europeia é uma crise política.
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