sábado, 2 de abril de 2011

"Demissão" pelo Facebook



O vereador do CDS-PP na Câmara de Viana do Castelo anunciou sexta-feira pelo Facebook a demissão, sem grandes explicações, e manteve-se em silêncio até esta madrugada, quando disse que afinal era uma partida de 1 de Abril.


No anúncio escreveu apenas que se demitia por não se identificar com as “movimentações políticas” em curso, deixando a imprensa local desesperada, ao longo de toda a sexta-feira, por mais explicações.

“Posso dizer que correu como esperava, com o impacto que imaginei. Fui massacrado com telefonemas desde que coloquei essa nota”, disse à Lusa o vereador “demissionário”.



Na sua página da rede social, Aristides Sousa escreveu, na tarde de sexta-feira, a lacónica frase: “Considerando as movimentações políticas que se verificam em Viana do Castelo, nas quais não me revejo, informo que hoje mesmo apresentei meu pedido de demissão de Vereador da Câmara Municipal de Viana do Castelo ao Senhor Presidente”.

O texto caiu “como uma bomba” na região mas desde que surgiu o anúncio que o vereador e ex-líder da concelhia do CDS-PP estava incontactável.

Ainda assim vários órgãos locais, incluindo rádios da cidade de Viana do Castelo, anunciaram a demissão, salvaguardando que Aristides Sousa permanecia em silêncio.

Contactado hoje pela Agência Lusa Aristides Sousa, eleito vereador em 2009 nas listas conjuntas entre PSD e CDS-PP à Câmara de Viana do Castelo, confirmou que tudo não passou de uma partida “muito séria”, “moral” e “pensada” para “criar o impacto que criou”.

Alguns órgãos de comunicação social acabaram até por contactar o presidente da Câmara (PS) na tentativa de confirmar a demissão, avançando depois com explicações que “até ao momento” a autarquia “não recebeu qualquer pedido”.

Para Aristides Sousa, a mentira atingiu os objectivos porque “urge alertar para a subversão dos valores e da ética”.


“Enquanto cidadão vejo muitos falar verdade a mentir em todos os dias do ano, de tal forma que, na política, a mentira é cada vez mais uma regra só quebrada pela excepção raramente”, apontou.


Para o vereador, como disse à Lusa, mentiras são apenas no dia 1 de Abril. “Usei o Dia das Mentiras ou das Petas para comunicar o meu pensamento, dar eco ao mesmo e denunciar as ‘estórias’ enganosas que nos andam a contar em todos os dias do ano”.

E para sossegar as centenas de pessoas que o contactaram nas últimas horas, o vereador, depois de “pedir desculpa” a quem causou “preocupação”, garantiu: “continuo em funções”.

(notícia do Público)

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