sábado, 30 de abril de 2011
Mais sociedade menos reforma
Numa altura em que os níveis de desemprego não param de aumentar, a ideia de trocar subsídio de desemprego por pensão de reforma parece deveras assustadora. Cruel. Sem rosto humano.
Em linguagem de pesca desportiva, dir-se-ia: o engodo foi lançado à água. Como se trata do futuro de muito gente, a imagem fica sem efeito. Em vez de engodo, leia-se: a proposta. A proposta está em cima da mesa, embora o PSD, a estudar o rumo dos ventos, não assuma a paternidade. E a proposta escreve-se em poucas palavras: subsídio de desemprego deve reduzir montante da reforma.
É uma espécie de chantagem para quem ficou privado de posto de trabalho, um desafio do género: agarre o primeiro emprego que lhe apareça, mesmo que o ordenado seja miserável, mesmo que tenha que mudar de residência e de vida. Caso contrário, a sua reforma será reduzida.
Um Professor Doutor Da Universidade a Precisar De Ajuda
(do blogue http://dareitoria.blogspot.com/)
O senhor professor Nogueira Leite está a ser mimoseado, ao que parece, com uns e-mails carinhosos que circulam entre a "classe dos professores do básico e secundário". E a coça deve ser tanta que o senhor professor doutor resolveu esclarecer a sua posição sobre a avaliação dos professores.
A negro o que diz o senhor professor doutor; a encarnado alguns comentários que me suscitam as suas palavras:
1) Todos os professores devem ser sujeitos a avaliação.
Todos os professores devem ser sujeitos a avaliação, tal qual são sujeitos todos os magistrado e todos os médicos, só para dar dois exemplos.
2) A avaliação que existia até ao tempo de Maria de Lurdes Rodrigues não era, de facto, nada.
A avaliação que existia até ao tempo de MLR era a que estava prevista na lei e regulamentos, tal como as que passaram a existir durante e após o mandato de MLR. Classificar como "nada" as avaliações previstas nos diplomas legais é passar um atestado de incompetência aos governos que legislaram/regulamentaram sobre esta matéria..
3) Maria de Lurdes Rodrigues tentou moralizar o sistema mas fê-lo através de uma solução pouco eficaz e extremamente burocrática.
Maria de Lurdes Rodrigues tentou moralizar o sistema de avaliação dos professores, só que não tinha, nem ela nem o Governo a que pertencia, moral que pudesse servir de exemplo a qualquer português. Ou, dito de outra forma, Maria de Lurdes Rodrigues e o Governo a que pertencia criaram um modelo de avaliação, não para responsabilizar os professores, não para moralizar e melhorar o sistema de ensino, como apregoavam, mas apenas e só para pouparem os recursos financeiros de que precisavam para obterem votos no futuro, nomeadamente como contrapartida pela oferta indiscriminada de computadores a muitos preguiçosos das novas oportunidades e de subsídios a eito a todos os jovens cujos pais fugiam aos impostos.
4) A praxis dos senhores professores tornou o sistema ainda mais burocrático, lento e passível de produzir injustiças (como qualquer sistema de avaliação pode produzir. Os próprios senhores professores praticam-no regularmente, ainda que sem dolo (em regra)).
A praxis dos "senhores" professores (para quem não percebeu logo, o termo "senhores" serve, nas declarações do senhor professor doutor Nogueira Leite, para menorizar e não para respeitar), serviu para mostrar à saciedade a extrema burocracia do modelo de avaliação, as profundas injustiças que geraria e, no fundo, no fundo, serviu para comprovar a sua inexequibilidade.
(A prova de que o senhor Prof. Dr. Nogueira não percebe nada do que está a dizer, é trazida pelo próprio que se dá ao luxo de comparar o sistema de avaliação dos alunos com o sistema de avaliação dos professores!
5) A oposição tinha o direito de suspender a aplicação do actual sistema; mas
6) ao fazê-lo tinha a obrigação de propor outro, suprindo as deficiências do que até aí tinha vigorado.
Nestas duas últimas asserções, o professor doutor Nogueira Leite mostra ao povo a razão que o impede de alguma vez poder assumir qualquer pasta da governação: como ainda não percebeu as regras do jogo democrático, também não percebeu que a oposição não governa e que apenas quando for governo e deixar de ser oposição, é que poderá propor modelos de gestão e administração dos funcionários públicos.
Cada macaco no seu galho senhor professor doutor.
Alguém explique ao senhor professor doutor Nogueira Leite que a avaliação dos professores há muito deixou de ser um problema técnico (e que, por conseguinte, não carecerá de soluções técnicas para ser resolvido) e passou a ser um problema político.
O senhor professor Nogueira Leite está a ser mimoseado, ao que parece, com uns e-mails carinhosos que circulam entre a "classe dos professores do básico e secundário". E a coça deve ser tanta que o senhor professor doutor resolveu esclarecer a sua posição sobre a avaliação dos professores.
A negro o que diz o senhor professor doutor; a encarnado alguns comentários que me suscitam as suas palavras:
1) Todos os professores devem ser sujeitos a avaliação.
Todos os professores devem ser sujeitos a avaliação, tal qual são sujeitos todos os magistrado e todos os médicos, só para dar dois exemplos.
2) A avaliação que existia até ao tempo de Maria de Lurdes Rodrigues não era, de facto, nada.
A avaliação que existia até ao tempo de MLR era a que estava prevista na lei e regulamentos, tal como as que passaram a existir durante e após o mandato de MLR. Classificar como "nada" as avaliações previstas nos diplomas legais é passar um atestado de incompetência aos governos que legislaram/regulamentaram sobre esta matéria..
3) Maria de Lurdes Rodrigues tentou moralizar o sistema mas fê-lo através de uma solução pouco eficaz e extremamente burocrática.
Maria de Lurdes Rodrigues tentou moralizar o sistema de avaliação dos professores, só que não tinha, nem ela nem o Governo a que pertencia, moral que pudesse servir de exemplo a qualquer português. Ou, dito de outra forma, Maria de Lurdes Rodrigues e o Governo a que pertencia criaram um modelo de avaliação, não para responsabilizar os professores, não para moralizar e melhorar o sistema de ensino, como apregoavam, mas apenas e só para pouparem os recursos financeiros de que precisavam para obterem votos no futuro, nomeadamente como contrapartida pela oferta indiscriminada de computadores a muitos preguiçosos das novas oportunidades e de subsídios a eito a todos os jovens cujos pais fugiam aos impostos.
4) A praxis dos senhores professores tornou o sistema ainda mais burocrático, lento e passível de produzir injustiças (como qualquer sistema de avaliação pode produzir. Os próprios senhores professores praticam-no regularmente, ainda que sem dolo (em regra)).
A praxis dos "senhores" professores (para quem não percebeu logo, o termo "senhores" serve, nas declarações do senhor professor doutor Nogueira Leite, para menorizar e não para respeitar), serviu para mostrar à saciedade a extrema burocracia do modelo de avaliação, as profundas injustiças que geraria e, no fundo, no fundo, serviu para comprovar a sua inexequibilidade.
(A prova de que o senhor Prof. Dr. Nogueira não percebe nada do que está a dizer, é trazida pelo próprio que se dá ao luxo de comparar o sistema de avaliação dos alunos com o sistema de avaliação dos professores!
5) A oposição tinha o direito de suspender a aplicação do actual sistema; mas
6) ao fazê-lo tinha a obrigação de propor outro, suprindo as deficiências do que até aí tinha vigorado.
Nestas duas últimas asserções, o professor doutor Nogueira Leite mostra ao povo a razão que o impede de alguma vez poder assumir qualquer pasta da governação: como ainda não percebeu as regras do jogo democrático, também não percebeu que a oposição não governa e que apenas quando for governo e deixar de ser oposição, é que poderá propor modelos de gestão e administração dos funcionários públicos.
Cada macaco no seu galho senhor professor doutor.
Alguém explique ao senhor professor doutor Nogueira Leite que a avaliação dos professores há muito deixou de ser um problema técnico (e que, por conseguinte, não carecerá de soluções técnicas para ser resolvido) e passou a ser um problema político.
sexta-feira, 29 de abril de 2011
O grande maestro, José Sócrates Pinto de Sousa
(Santana Castilho - Público)
.
Frederico II, O Grande, rei da Prússia, disse que “a trapaça, a má fé e a duplicidade são, infelizmente, o carácter predominante da maioria dos homens que governam as nações”. José Sócrates Pinto de Sousa, o grande maestro, ilustra-o. Na farsa de Matosinhos, a que o PS chamou congresso, usou bem a batuta da mistificação e deu o tom para o que vai ser a sua campanha: ilibou-se de responsabilidades pela crise e condenou o PSD; tendo preparado, astutamente, a queda do Governo, ei-lo, agora, cinicamente, a passar para o PSD o ónus da vulnerabilidade que nos verga. Como a memória é curta e o conhecimento não abunda, os hesitantes impressionam-se com o espalhafato e o discurso autoritário, ainda que recheado de mentiras. Porque em tempo de medo e de apreensão, a populaça não gosta de moleza.
O aviso fica feito: não menosprezem as sondagens. Urge clarificar e não ser ambíguo. Eu não vou ser.
quinta-feira, 28 de abril de 2011
E não podemos exterminá-los?
(Paulo Guinote - A Educação do meu Umbigo)
[...]
António Carrapatoso e João Duque ainda tentavam defender com uma dose conceptual de bradar aos céus aquela ideia de reduzir a aposentação para quem estiver mais tempo desempregado.
A lógica é vizinha da usada por Sócrates/Maria de Lurdes Rodrigues/Valter Lemos para atacar os privilégios dos professores: há uns malandros prevaricadores, logo vamos lixar toda a gente.
Carrapatoso e Duque usaram a lógica do todos-sabemos-que-há-quem-abuse-do-subsídio-de-desemprego, logo… vamos torná-lo pior para todos.
Ou seja, em vez de tentarem identificar os abusos e perversões, preferem apostar numa solução que penaliza todos, os que não arranjam emprego mais depressa porque se vão acomodando (que os há, quantos deles muito cheios de princípios!) e os que não arranjam porque não conseguem.
[...]
Prestar contas
O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, defende que "é crucial que os decisores de política e os gestores públicos prestem contas e sejam responsabilizados pela utilização que fazem dos recursos postos à sua disposição pelos contribuintes".
Carlos Costa rompe assim a tradição desresponsabilizante de Constâncio (entretanto premiado com uma sinecura no BCE), que os portugueses se habituaram a ouvir repetidamente reclamar que os sucessivos défices, alimentados pela imprudência, quando não pela gestão danosa, dos governos dos últimos 12 anos, fossem resolvidos à custa da redução de salários e pensões.
Episódio em Abril
(Baptista Bastos - DN)
Atribuir a todos nós as culpas da degenerescência da democracia não é, apenas, um disparate: é uma desonestidade intelectual. Todos nós? Sinto instintiva repugnância por quem defende essa tese absurda. Habitualmente, parte daqueles que, de uma forma ou de outra, participaram na redução ou na eliminação da nossa capacidade de agir. De que modo? Obnubilando a nossa aptidão para a reflexão e a análise, através de manipulações várias, em que a imprensa não é a menor responsável. A Igreja, aliás, não está imune a esta mistificação, cada vez mais difícil de hierarquizar.
A terrível tristeza do irreparável, com que pretendem incriminar o 25 de Abril, encontra, afinal, comovente resposta nas comemorações do dia. Muitos milhares de pessoas, e não só aquelas que eram novas e hoje são velhas ou que para lá caminham, mas pessoal novo em grande número, manifestaram-se como que para readquirir a força do sonho e o poder do protesto. Há, aliás, uma tomada de consciência, uma tentativa de compreensão deste tempo, que caracterizam largos sectores da geração mais jovem.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
A táctica
Carlos Abreu Amorim - DN
1. As sondagens da pré-campanha mostram o PS e o PSD muito próximos. Tal parece espantar muitos dos que persistem em presumir a política como uma equação eminentemente racional, informada e clarividente - na verdade não o é, poucas vezes o foi e, entre nós, costuma ser precisamente o contrário. Goste-se ou não, grande parte das opções eleitorais são emocionais, baseiam-se em sensações quase sempre imprecisas, em medos não resolvidos e estados de alma mais ou menos efémeros. E, claro, muitas das decisões dos eleitores recostam-se nas universais lições de sugestão, mais propriamente de condicionamento político, neles entranhadas sem o saberem, extraídas das experiências de Ivan Pavlov (que Estaline tanto apoiou), ainda que adoçadas com novas embalagens...
Hoje é inegável que o partido de Sócrates tinha tudo preparado para as eleições. Os seus adversários, nem por isso. Os socialistas conjecturaram, planearam e agora limitam-se a executar um roteiro redigido há vários meses (talvez o seu Plano C ou D), mais ou menos quando perceberam que Portugal se estava irremediavelmente a afundar na indigência financeira e que ficaria sem capacidade de cumprir os seus compromissos, externos e internos, em meados de 2011. Só lhes escapou a recusa do PSD em afiançar o PEC IV e a necessidade precoce do pedido de ajuda externa - tudo deveria acontecer após as legislativas antecipadas e não antes.
Carrilho e a entrevista de Sócrates
No seu comentário habitual na TVI24, Carrilho diz ter achado extraordinário que na entrevista “não se tenha feito o balanço destes seis anos”, nem se tenha mostrado “quais as ideias para o futuro”, já que José Sócrates decidiu concorrer para ficar no cargo mais quatro anos.
Carrilho afirmou também que “não foi por causa do chumbo PEC 4” que “o país está como está”, mas sim “pelos seis anos de governação”.
O ex-embaixador da UNESCO, que deixou o cargo no final do ano passado em confronto com o Governo, acusou ainda José Sócrates de viver em “negação” e de ainda não ter compreendido a crise. Lembrou ainda que o primeiro a falar na possibilidade de haver um corte do 13º mês foi o próprio primeiro-ministro.
terça-feira, 26 de abril de 2011
Francesinha!!!
O site Aol Travel elegeu a Francesinha como uma das 10 melhores sanduíches do mundo, considerando que esta iguaria portuense, apesar do seu diminutivo, de "pequena tem muito pouco".
A Francesinha é uma sanduíche recheada com linguiça, salsicha fresca, fiambre e bife, coberta de queijo, sendo depois "regada" com um molho picante, considerado a alma da receita, que tem por base tomate e cerveja.
As variantes da Francesinha são muitas (com outras carnes no recheio, com ovo estrelado ou camarão por cima, por exemplo), sendo muito apreciada quando acompanhada por batatas fritas.
Nesta selecção feita pelo Aol Travel, a Francesinha aparece ao lado das sanduíches Roujimao, da China, Smorrebrod, da Dinamarca, Kati Roll, da Índia, Pan Bagnat, de França, Gelato Sandwich, de Itália, da Indian (navajo) Taco, dos Estados Unidos da América, do Chip Butty, do Reino Unido e da mexicana Cemita.
O Aol conta que a Francesinha, oriunda do Porto, foi criada por um emigrante português que, quando voltou de França para a sua terra natal, decidiu adaptar o famoso Croque Monsieur à cultura nacional.
O site, que fornece informação sobre destinos turísticos e lazer, escreve que as fatias de pão, depois de recheadas com uma combinação de salsicha, bife e fiambre, são "coroadas" com queijo derretido e "encharcadas" com um molho.
"Adicionar batatas fritas e/ou ovo tornam-na especial", acrescenta.
Apresentando 10 sanduíches, o Aol Travel pretende apontar "uma lista de alguns exemplos dignos de babar", afirmando que as sanduíches são o alimento perfeito para qualquer ocasião e um "bem amado em todo o mundo".
A Francesinha é muito apreciada no Porto, sendo uma especialidade de vários restaurantes locais, desde requintados aos mais populistas.
Esta especialidade portuense surgiu na década de 60, pelas mãos do português Daniel da Silva.
(texto retirado do JN)
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Ganhe quem ganhar
(Alberto Gonçalves - DN)
O "cabeça de lista" do PS nos Açores é Ricardo Rodrigues, cidadão que subtraiu dois gravadores a jornalistas da Sábado quando estes o questionaram sobre um caso de pedofilia em que foi mencionado e um caso de fraude em que foi arguido.
O "cabeça de lista" do PS na Guarda é Paulo Campos, o secretário de Estado que encomendou os chips das Scut à empresa gerida por um seu ex-assessor, que permitiu a dois assessores acumularem ilegalmente funções na administração da Fundação para as Comunicações Móveis e que nomeou para a administração dos CTT um amigalhaço acusado de falsificar a licenciatura (uma trivialidade, admito).
O "cabeça de lista"" do PS em Leiria é Basílio Horta, histórico (no sentido museológico) do velho CDS, "homem às direitas" das presidenciais de 1991 e dilecto funcionário do actual Governo numa influentíssima Agência para o Investimento e Comércio Externo.
Duelo
1º round
Um cretino é um cretino
Comecemos por onde estas coisas devem começar: o escriba que diariamente bolça sentenças nesta página e que dá pelo nome de Manuel António Pina é um refinado cretino. Posto isto, assim, que é a forma honesta de pôr este tipo de coisas, nada mais haveria a dizer. Citando um treinador de futebol dado a elucubrações epistemológicas, «um vintém é um vintém e um cretino é um cretino». E... Pronto! Estaria tudo dito. Além disso, só se MAP não fosse tão cretino é que valeria a pena mostrar-lhe por que é que ele é tão cretino.
domingo, 24 de abril de 2011
sábado, 23 de abril de 2011
O balanço da situação
(Alberto Gonçalves - DN)
Nasci em Matosinhos e vivo a maior parte do tempo em Matosinhos. Durante décadas, assisti à transformação de uma vila bonitinha e animada numa cidade suburbana, feia, repleta de lojas fechadas e onde à noite as ruas se esvaziam como se houvesse recolher obrigatório. Aturei o PS a mandar na autarquia desde o Paleolítico e a trazer aqui os próceres nacionais de modo a abençoá-los no mercado do peixe e na lota. Soube da morte de Sousa Franco antes de a notícia chegar às televisões. Sou vizinho do armazém que embala o Magalhães e constrói o futuro tecnológico dos rústicos. Já vi de tudo em Matosinhos. Nunca vira o que sucedeu no passado fim-de-semana.
Teoricamente, tratou-se de um congresso socialista. Na prática, foi outra coisa. Na Exponor houve um palco, sanfonas retiradas de filmes, luzinhas, telas gigantes, efeitos "multimedia", uma multidão de crentes e clientes e um guru, travestido de estadista, que ensinava à multidão os clichés a repetir. Ou ele ou o caos. Ou ele ou as "aventuras". Ou ele ou um país falido, que por acaso é o que temos graças, em larga medida, às proezas do guru. Hesito em decidir se os rituais de tão tresloucado circo imitavam uma daquelas sessões de motivação e auto-ajuda ou um culto evangélico. Pensando bem, o congresso socialista foi exactamente o que um congresso socialista deve ser: uma máquina de pregar aos convertidos e assustar os restantes.
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Mais um desabafo do Octávio Gonçalves
Estão encontrados os meus motes para a campanha eleitoral
"Os professores merecem um Governo que os respeite e valorize"
"Os portugueses merecem um Governo que não os engane, não os iluda e não os desgrace mais"
Assim sendo, dispenso discursos, tempos de antena, manipulações, propagandas, vitimizações, mentiras, baboseiras, apertos de mão, cartazes e outros sortilégios do marketing.
Octávio Gonçalves
"Os professores merecem um Governo que os respeite e valorize"
"Os portugueses merecem um Governo que não os engane, não os iluda e não os desgrace mais"
Assim sendo, dispenso discursos, tempos de antena, manipulações, propagandas, vitimizações, mentiras, baboseiras, apertos de mão, cartazes e outros sortilégios do marketing.
(http://silveiraroccha.blogspot.com)
Octávio Gonçalves
quinta-feira, 21 de abril de 2011
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Toda a gente mente
(Filomena Martins - DN)
José Sócrates mentiu. Ou melhor, está farto de mentir. Passou anos a criar ilusões anunciando que a crise nunca nos afectaria, e é o que se vê. Garantiu que nunca se falou da necessidade de ajuda externa no Conselho de Estado, achando que o dever de reserva de todos os conselheiros o protegeria, mas, além de ser óbvio que a realidade o obrigaria, tivemos vários a desmenti-lo. Jurou dois dias antes do pedido dessa ajuda que Portugal não precisava de qualquer empréstimo, e todos sabemos agora em que situação de falência o País está. Anunciou que jamais governaria com o FMI, e é o que se está a assistir.
Mas Passos Coelho também mentiu. E, pior, deixou que essa mentira enganasse os portugueses. Disse, e deixou que muitos fizessem eco do que disse, que tinha sido informado do PEC IV de véspera com um simples telefonema, quando não só se encontrou pessoalmente com José Sócrates para o negociar como o fez sem testemunhas. E enganou, também, quando garantiu que ia aproximar os políticos dos cidadãos e depois escolheu independentes que nunca darão nome de rua à terra onde nasceram. Começou mal e já tem os gatos do saco do PSD todos a arranhar-se.
O negócio
1 - Começou em 75, subiu para 90, diz-se agora que será de 110. É de milhares de milhões que se fala, quando o assunto é o resgate do país. Números e negócios demasiado complexos para o cidadão, e portanto tratados no segredo dos gabinetes. Na verdade, não nos importamos, temporariamente distraídos com um Verão fora de época e com os êxitos do futebol.
Mas chegará rapidamente o dia em que nos subirão de novo os impostos para, em contrapartida, nos oferecerem piores escolas e piores hospitais. Falta pouco para que as pensões superiores a 1500 euros sejam alvo de um imposto especial, para, em troca, aumentarem o preço dos medicamentos de todos os pensionistas. Em poucos meses, a recessão provocará a falência de mais empresas e destruirá ainda mais empregos, mas, em compensação, as que sobreviverem poderão fazer despedimentos mais baratos.
terça-feira, 19 de abril de 2011
A escolha
Durante o fim-de-semana [8/9] , o PS fez o seu congresso em clima de campanha eleitoral. Depois de dias antes ter dito "eu ou o FMI", Sócrates passou à versão do "eu com o FMI".
E, como é seu hábito, tentou alijar as responsabilidades da sua governação, justificando que a culpa de tudo o que sucedeu se deve à irresponsabilidade da Oposição, e garantindo que se o PS ganhar as eleições irá continuar a apostar no reforço do Estado social e a recusar as políticas neoliberais da Direita. Ora, por muito que Sócrates recorra, agora, a Ferro Rodrigues e a outros esquerdistas do PS, o país sabe que esse Estado social não será condenado à morte pela Direita pelo simples facto que já pereceu às mãos da governação socialista...
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Dois casos de estudo
Ainda o país digeria, estupefacto (ou, se calhar, não), o modo como, apenas com a expectativa de um penacho prometedor, foi fácil encher o vazio das ideias de "cidadania" e "participação" em torno de que Fernando Nobre fez a campanha à Presidência da República, já estava a pular para o palco o omnipresente bastonário dos advogados atirando-se, também ele, a políticos e partidos e propondo uma "greve" abstencionista às próximas eleições para os "envergonhar publicamente perante a Europa e o Mundo".
Marinho e Pinto merece a nossa compreensão, mesmo que esgote a nossa paciência. É um "junky" de protagonismo, quando está muito tempo longe dos holofotes entra em carência, afligem-no dores musculares insuportáveis no sistema vocal e as palavras acumulam-se-lhe, ansiosas, na garganta, sufocando-o e forçando-o a correr em desespero para as redacções em busca de um "dealer" de manchetes ou, ao menos, de títulos a duas colunas ou rodapés de noticiários televisivos para "meter para a veia".
É um caso diferente do de Fernando Nobre. O de Marinho e Pinto resolve-se, tudo o indica, com adequada terapia de substituição. O de Fernando Nobre é obviamente incurável, é um cancro terminal dos valores morais; mesmo o cargo de presidente da AR será só um paliativo.
Vergonha
Está na moda dizer mal de Portugal e dos portugueses e eu, que há anos digo que precisamos é de trabalhar mais, não quero estar fora de moda. Na semana passada escrevi que os principais dirigentes do país estavam doidos e hoje quero voltar à carga. Não são apenas os dirigentes que estão doidos, é o país inteiro.
Não está ninguém a pensar mudar de vida, está todo um povo à espera que o pesadelo termine e seja de novo tempo de gastar à tripa forra, acumulando dívidas. Não aprendemos com os erros do passado e não estamos disponíveis para aprender com o sofrimento que sobre milhões de pessoas hoje se abate.
Somos pobres que invejam a riqueza dos ricos e clamam por justiça apenas até ao momento em que de pobres passamos a ricos. Não nos incomoda a injustiça com os outros. Somos egoístas. Falta-nos ambição para lutar por uma sociedade mais justa, que só existirá no dia em que cada um dos portugueses estiver disponível para dar um pouco do que tem a quem falta tudo.
Temos uma elite que utiliza o descontentamento da sociedade civil para cavalgar a hierarquia do Estado. Foi assim com Manuel Alegre e volta a ser assim com Fernando Nobre. A política, coisa nobre em que se combate por ideais, foi transformada em escola profissional onde o que conta são as ambições pessoais.
Não choro pelo país que tenho, mas envergonho-me. Na hora em que unidos deveríamos estar a trabalhar para garantir o sustento e a dignidade de todos e de cada um dos portugueses, andamos a ver se nos safamos e se a desgraça calha apenas ao vizinho do lado.
Mas será que a política em Portugal continua tal como outrora sem emenda?
(Rui Baptista, in De Rerum Natura)
“Portugal é uma fazenda, uma bela fazenda possuída por uma parceria. Como vocês sabem há parcerias comerciais e parcerias rurais. Esta de Lisboa é uma ‘parceria política’, que governa a herdade chamada Portugal” (Eça de Queiroz, 1845-1900).
Em uso de eufemismos, por erros da governação, por má gestão bancária, por um sindicalismo irresponsável que, em horas de asfixia económica portuguesa, ameaça voltar à rua para exigir maiores salários e menos horas de trabalho, Portugal chegou ao ponto de ter que mendigar ajuda externa. Embora em mau presságio, pelo receio de impiedosas medidas restritivas que se prenunciam com a chegada do Fundo Mundial Internacional, quero ainda crer - sem o pessimismo de Jorge de Sena quando escreveu que “Portugal não precisa de ser salvo, porque estará sempre perdido” - que o "nobre povo", exaltado em estrofe do Hino Nacional, encontrará, em responsabilidade para com as gerações vindouras, uma solução em penosos anos que passarão a fazer parte do quotidiano dos justos que em nada contribuíram para o desastroso estado de coisas a que chegámos. Não nos ensina a vox populi que “paga o justo pelo pecador”?
domingo, 17 de abril de 2011
Uma semana deprimente
(JN)
Fernando Nobre é capaz de ter razão: ou chega a presidente do Parlamento ou não está interessado no lugar de deputado. Afinal de contas, ao estado a que coisas chegaram, ou há um tacho como deve ser ou de que vale um lugarzito de deputado, possivelmente - atendendo à experiência do dito - na terceira ou quarta fila, sem mordomias e condenado à mais pura penumbra?
Eu não sei se Passos Coelho contava com esta reacção do independente e crítico dos partidos, que convidou para cabeça-de-lista de Lisboa. Seguramente que não, pois Passos teve educação democrática e sabia que apenas lhe poderia oferecer a honra de ser candidato. Mas Nobre quer mais. A maioria de nós já percebeu que os deputados não vão estar pelos ajustes e mesmo no PSD não serão muitos os que estarão dispostos a ceder ao capricho do candidato e menos ainda os que se reverão num presidente, num democrata deste calibre.
sábado, 16 de abril de 2011
sexta-feira, 15 de abril de 2011
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Desabafo do Octávio Gonçalves
Como não resisto ao impulso e à atracção das questões, permitam-me que conclua este texto-desabafo com quatro perguntas muito despretensiosas e relativamente às quais nem sequer nutro a expectativa de resposta:
1. Nunca votei ou votaria em Sócrates e, no entanto, fui roubado em 150 euros mensais do rendimento do meu trabalho para suportar as consequências de políticas desastrosas que nunca aprovei ou defendi. Vossas Excelências que, certamente, votaram em Sócrates e andaram anos a fio a pôr as mãos por debaixo do rabo destas políticas (continua a cheirar-vos bem o que escreveram?), podiam dizer-nos qual é o montante do vosso sacrifício e do vosso contributo mensal para pagar os custos desta aventura irresponsável de Sócrates?
2. Sentem-se confortáveis como jornalistas, que são ou foram, no papel de censuradores de quem questiona e de quem procura conhecer as realidades em todas as suas dimensões? O vosso jornalismo é mais de causas e de encomendas?
3. Não consideram que seja obrigação estrita de um Governo fornecer toda a informação às instituições e aos partidos da oposição ou preferem as mentiras e o dito por não dito que tem caracterizado a chegada dos partidos à governação do país, sem o conhecimento prévio da real situação do Estado?
4. Defendem, porventura, para a governação do Estado, a mesma ligeireza e arbitrariedade de actuação como aquela que tem sido a pedra de toque de Vossas Excelências, sempre que se referem, em estado de ignorância absoluta, à avaliação dos professores?
No passado, havia fogueiras e dispositivos de tortura para aqueles que ousavam perguntar. Agora, parece que existem os "jornalistas" Helena Garrido, Nicolau Santos e Costa Pinto para atacar, imbecilmente, quem coloca questões. Apesar de tudo, sempre é um salto civilizacional.
Parece que Kadhafi e Mubarak também não apreciavam/apreciam questões.
1. Nunca votei ou votaria em Sócrates e, no entanto, fui roubado em 150 euros mensais do rendimento do meu trabalho para suportar as consequências de políticas desastrosas que nunca aprovei ou defendi. Vossas Excelências que, certamente, votaram em Sócrates e andaram anos a fio a pôr as mãos por debaixo do rabo destas políticas (continua a cheirar-vos bem o que escreveram?), podiam dizer-nos qual é o montante do vosso sacrifício e do vosso contributo mensal para pagar os custos desta aventura irresponsável de Sócrates?
2. Sentem-se confortáveis como jornalistas, que são ou foram, no papel de censuradores de quem questiona e de quem procura conhecer as realidades em todas as suas dimensões? O vosso jornalismo é mais de causas e de encomendas?
3. Não consideram que seja obrigação estrita de um Governo fornecer toda a informação às instituições e aos partidos da oposição ou preferem as mentiras e o dito por não dito que tem caracterizado a chegada dos partidos à governação do país, sem o conhecimento prévio da real situação do Estado?
4. Defendem, porventura, para a governação do Estado, a mesma ligeireza e arbitrariedade de actuação como aquela que tem sido a pedra de toque de Vossas Excelências, sempre que se referem, em estado de ignorância absoluta, à avaliação dos professores?
No passado, havia fogueiras e dispositivos de tortura para aqueles que ousavam perguntar. Agora, parece que existem os "jornalistas" Helena Garrido, Nicolau Santos e Costa Pinto para atacar, imbecilmente, quem coloca questões. Apesar de tudo, sempre é um salto civilizacional.
Parece que Kadhafi e Mubarak também não apreciavam/apreciam questões.
O álibi
(Manuel Maria Carrilho - DN)
Ao ver as reportagens do Congresso do PS, a pergunta que mais frequentemente me ocorreu foi como é que os Portugueses, na angustiante situação que vivemos, olhariam para aquele espectáculo.
Um espectáculo que exibia uma incómoda exuberância de meios ao mesmo tempo que revelava uma montagem atenta ao mais ínfimo pormenor (com música, abraços e lágrimas). Mas de onde, na verdade, não brotava uma só ideia, uma só preocupação com o País, uma só proposta para o futuro...
Onde, pelo contrário, era bem visível a obsessão com o poder e a preocupação em bajular o líder no seu bunker, seguindo um guião e repetindo "ad nauseam" um só argumento, com uma disciplina de fazer inveja ao PCP!...
quarta-feira, 13 de abril de 2011
O agente duplo
Tenho, cá para mim, uma teoria que tem vindo a tornar-se crescentemente "sustentável" (finalmente consegui escrever a palavra "sustentável"; tantas vezes deglutida por aí, com óbvios sinais de prazer, julguei que tivesse um sabor especial; não sabe a nada).
Onde é que eu ia? Ah, a tal teoria. É ela que o juvenil Pedro Passos Coelho, putativo futuro ex-primeiro ministro, é um infiltrado do PS.
Se soubesse como o País ia ficar, não fazia a revolução
retirado do site do Diário de Notícias:
Otelo Saraiva de Carvalho ouve todos os dias populares dizerem-lhe que o que faz falta é uma nova revolução, mas, 37 anos depois, garante que, se soubesse como o país ia ficar, não teria realizado o 25 de abril.
Apesar de estar associado ao movimento dos "capitães de abril" e aceitar o papel que a história lhe atribuiu nesta revolução, Otelo não esconde algum desânimo. Ele, que se assume como um "optimista por natureza". "Sou um optimista por natureza, mas é muito difícil encarar o futuro com optimismo. O nosso país não tem recursos naturais e a única riqueza que tem é o seu povo", disse, em entrevista à Agência Lusa.
Otelo Saraiva de Carvalho ouve todos os dias populares dizerem-lhe que o que faz falta é uma nova revolução, mas, 37 anos depois, garante que, se soubesse como o país ia ficar, não teria realizado o 25 de abril.
Apesar de estar associado ao movimento dos "capitães de abril" e aceitar o papel que a história lhe atribuiu nesta revolução, Otelo não esconde algum desânimo. Ele, que se assume como um "optimista por natureza". "Sou um optimista por natureza, mas é muito difícil encarar o futuro com optimismo. O nosso país não tem recursos naturais e a única riqueza que tem é o seu povo", disse, em entrevista à Agência Lusa.
terça-feira, 12 de abril de 2011
Presos podem ter sexo uma vez por mês
Notícia do Correio da Manhã online:
A partir de Junho, os reclusos que estejam na cadeia há mais de seis meses podem ter um encontro sexual por mês, ao abrigo do novo Regulamento Geral dos Estabelecimentos Prisionais, publicado ontem em Diário da República.
Assim que o novo regime entrar em vigor, as visitas íntimas deixam de estar limitadas às prisões com celas conjugais, e os estabelecimentos prisionais são obrigados a criar condições para que os presos possam receber visitas para sexo. Mesmo os homossexuais. Tal como o CM tinha adiantado em primeira mão em Outubro do ano passado, cada visita terá a duração máxima de três horas. A cadeia fica ainda obrigada a fornecer preservativos ao casal e informação escrita sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Ena, pá! Tanta virgem tão histericamente escandalizada
Confesso que, na sequência da adesão de Fernando Nobre, como independente (estranhamente, para alguns, "independente" significa amarrado aos partidos de esquerda), ao projecto político de Passos Coelho, tenho sentido alguma comiseração pela pobreza de espírito de muita gente de esquerda que se acha, tanto mandatária e fiel depositária da liberdade e da autonomia das pessoas, como, neste caso, uma espécie de sentenciadora farisaica da vida de um homem digno, ao mesmo tempo que:
- convivem bem com as mentiras e as contradições sistemáticas de Sócrates e dos seus ministros;
- caiem em contradição com tudo o que diziam e pensavam, há dois dias atrás, acerca de Fernando Nobre, apenas porque este decidiu, como independente, tentar mudar a política por dentro (claro, o PSD tem peçonha, porque se fosse no PS do mentiroso Sócrates isso engrandecia Nobre);
- não têm escrúpulo em lançar na lama um homem que tem uma exemplaridade de conduta inigualável, dedicando toda a sua vida ao serviço dos mais pobres e dos que mais sofrem, enquanto muitos destes ditos esquerdistas projectam a baba num líder, cuja vida política e cívica se iniciou na JSD (olha o oportunista!) e evoluiu para a assinatura de magníficos projectos de arquitectura na Guarda ou para um esforçado e meritório "queimar de pestanas" nos bancos da universidade Independente, para não falar de outras exemplaridades de conduta.
Euromilhões é para meninos - "Excêntrico" é o Sr. Armando Vara
Tiago Mesquita (www.expresso.pt)
Há pessoas que não precisam do factor sorte para ganhar sempre. Sem apostarem, sem sacrificarem um cêntimo. Fantástico. Neste grupo inclui-se o excêntrico da semana passada, não o senhor de Chaves não identificado que dividiu o primeiro prémio do euromilhões com um apostador Belga, mas o senhor Armando Vara de Vilar de Ossos - Vinhais.
Segundo a Wikipédia "Armando Vara em 2004, antes de ter qualquer licenciatura, obteve um diploma de Pós-Graduação em Gestão Empresarial no ISCTE. Mais tarde obteve o diploma de licenciatura no Curso de Relações Internacionais na agora defunta Universidade Independente, três dias antes da sua nomeação para a Administração da Caixa Geral de Depósitos, cargo que deixou de exercer para assumir a vice-presidência do Banco Comercial Português" Se isto não é sorte é o quê? Pós-graduação antes da licenciatura? Isto é mais ou menos como ganhar a lotaria da Páscoa na altura do Natal...Nomeado 3 dias depois de se licenciar? Magic!
domingo, 10 de abril de 2011
sábado, 9 de abril de 2011
O cúmulo do desrespeito
(JN)
Já todos sabíamos que vinha aí a Infantaria - FMI, BCE, FEEF, todas as siglas e mais alguma vão entrar a matar. A soberania foi entregue. O país rendeu-se. Mas tal não justifica o total desprezo a que os nossos políticos votaram os portugueses.
O que dizer de um ministro das Finanças que anuncia que o país vai ser intervencionado através de uma resposta por escrito ao "Jornal de Negócios" online? Ou de um primeiro-ministro que de manhã negava a pés juntos qualquer pedido de ajuda e ao início da hora dos telejornais, após escolher a pose que mais beneficiava a sua imagem (ainda há quem acredite nisso...), punha os sinos a tocar a rebate?
E de um presidente da República que de tão fã das redes sociais "falou" com os portugueses sobre o resgate através do Facebook? Ou ainda de um líder da Oposição, candidato a primeiro-ministro, que tem a lata de dizer que o "pedido de ajuda se faz para que os portugueses vivam com menos angústia"?
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Tirem-me esta dúvida, por favor!
O mais importante da Educação em Portugal é a avaliação de professores?
o pior cego é o que não quer ver
Veja-se que os países que estão no topo do PISA, quase nenhum deles tem uma avaliação docente.
(retirado de um comentário de www.profblog.org)
(retirado de um comentário de www.profblog.org)
Um curso superior
(JN)
Ó Professora, que prazer levá-la no meu táxi!" Depois de um dia de muito trabalho, agrada-me ser recebida tão efusivamente, embora emende o tratamento, e diga que não sou professora, mas ele ri-se e diz "claro que é, então eu não sei!, até já foi à escola dos meus netos!". Desisto, enquanto ele fala, olhando de vez em quando pelo retrovisor a ver se estou a segui-lo.
Conta-me a vida toda, desde os tempos difíceis de infância numa aldeia perto da Guarda, onde só se lembra de ter calçado sapatos no dia em que foi fazer o exame da 4.ª classe, até à ida para África e o regresso em 75.
Tudo para me explicar o amor pela sua professora, e o desgosto que sentiu quando ela morreu, "igual ao que senti pela morte da minha mãe", garante.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
O Estado do Conselho
Um conselheiro de Estado declarou publicamente que determinado assunto (que, no caso, é o que menos interessa) não fora falado na última reunião do Conselho.
Saltou logo para jornais e TV outro conselheiro acusando-o de mentir, pois o assunto teria, sim, sido falado na tal reunião.
Um terceiro conselheiro pulou então as cordas e, como nos espectáculos de "wrestling", atirou-se ao segundo em defesa do primeiro. Seguiu-se-lhe um quarto (conselheiro de Estado, repita-se) que, "entrando com tudo", como se diz no futebol, designadamente com as chancas, se foi sem piedade ao segundo dirigindo-lhe simpatias como "delator" e "desonra do Conselho".
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Os ricos da Europa que paguem a crise
Talvez seja porque já quase vomito de cada vez que me falam da crise. Talvez possa ser porque a minha actividade profissional me obriga a viajar muito pela Europa e vejo o que eles também fazem e são capazes de fazer. Talvez seja porque trabalho de mãos dadas com a indústria têxtil há mais de vinte anos e sei o que a virtuosa Europa lhe fez e o que nos ficou a dever por causa das cedências feitas.
Talvez possa ser porque ainda vou conservando boa a memória e me lembro das promessas feitas pelos dirigentes europeus nos momentos da abertura das fronteiras em nome da globalização e sou testemunha do que na verdade aconteceu desde que escancarámos as portas aos chineses e companhia.
Talvez seja porque estou farto de receber mails nunca desmentidos das mordomias, reformas e regalias sumptuosas dos burocratas europeus, que no mínimo remetem para uma época muito diferente da crise badalada.
terça-feira, 5 de abril de 2011
O Busílis da Questão
Sócrates parece estar obcecado com aquilo que, por facilidade de linguagem, se costuma chamar “Avaliação de Professores”, e tem feito disso finca-pé mesmo que tecnicamente alguém lhe deva ter explicado, inúmeras vezes, o enorme embuste que isso é.
Mas também as “Novas Oportunidades” são um enorme embuste e “isso agora não interessa nada”, pois sabe (e estou a ser benevolente, ele talvez não saiba, quem o aconselha talvez sim – de qualquer modo são práticas do “senso comum” a que se chega por “intuição”) que desde a Sofística, que o seu antigo e só nisso, homónimo, morreu por combater, a Maquiavel e a Goebbels, passando por Salazar, que “em política o que parece é”.
Está, aliás, nesta “missão” bem acolitado por toda a turbamulta dos “opinion makers” – da laicidade etílica ao incensório de sacristia. Esta gente já, também, entendeu que o “busílis” da questão, mais do que essencialmente financeiro, é de Poder, é de “pôr essa gentalha (os profs – servindo de “boi de piranha”) – de vez na ordem”, é vexar, apoucar, amedrontar, para esvaziar toda e qualquer réstea de autonomia e encenar a “guerra às corporações”.
Mas também as “Novas Oportunidades” são um enorme embuste e “isso agora não interessa nada”, pois sabe (e estou a ser benevolente, ele talvez não saiba, quem o aconselha talvez sim – de qualquer modo são práticas do “senso comum” a que se chega por “intuição”) que desde a Sofística, que o seu antigo e só nisso, homónimo, morreu por combater, a Maquiavel e a Goebbels, passando por Salazar, que “em política o que parece é”.
Está, aliás, nesta “missão” bem acolitado por toda a turbamulta dos “opinion makers” – da laicidade etílica ao incensório de sacristia. Esta gente já, também, entendeu que o “busílis” da questão, mais do que essencialmente financeiro, é de Poder, é de “pôr essa gentalha (os profs – servindo de “boi de piranha”) – de vez na ordem”, é vexar, apoucar, amedrontar, para esvaziar toda e qualquer réstea de autonomia e encenar a “guerra às corporações”.
Um país em forma de assim
Num país de trafulhas que, se apanhados com a boca na botija (e a mão na massa) ainda passam por vítimas, a minha simpatia vai para o administrador dos CTT Marcos Batista, que pediu a suspensão do cargo "por razões pessoais" mal o jornal "i" descobriu que não é licenciado como declarou no currículo publicado em "Diário da República" aquando da nomeação.
Por pouco era uma atitude decente. Só que Batista não se demitiu nem apresentou voluntariamente na esquadra mais próxima. Apenas suspendeu o mandato, explicando que "sempre [esteve] convencido" que era licenciado. À bolonhesa mas, para todos os efeitos, licenciado, coisa de que o seu ex-sócio, o secretário de Estado Paulo Campos, que o nomeou, certamente também "sempre [esteve] convencido".
domingo, 3 de abril de 2011
Carlos Queiroz
Excerto de uma mensagem de Rui Baptista que pode ser consultada aqui.
Eu próprio já escrevera sobre este assunto aqui.
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Por esse motivo, da esclarecedora entrevista de Carlos Queiroz a Carlos Daniel na RTP1 (02/04/2011), retenho dois momentos que me parecem importantes para tentar compreender todo um estranho processo que teve como personagem principal a pessoa de Carlos Queiroz, logo após a sua nomeação para seleccionador da equipa nacional no "Campeonato do Mundo de Futebol/2010", como se fosse um Zé ninguém caído de para quedas no desporto-rei, sem as credenciais, entre outras, de dois Campeonatos do Mundo de Sub-20. Os dois momentos por mim atrás referidos, foram:
1. O facto de José Sócrates elogiar, no jantar oficial de despedida da equipa nacional para a África do Sul, o trabalho meritório de Filipe Scolari como seleccionador da equipa das quinas no "Campeonato Europeu de Futebol". Para melhor ser compreendida esta ocorrência, busco analogia entre a atitude do então 1.º Ministro de Portugal e a de um padrinho de casamento de uma viúva que no copo de água fizesse o elogio do seu anterior e falecido marido…
2. A atitude frontal e corajosa de Carlos Queirós ao criticar o papel desempenhado em todo este processo pelos mais altos dignitários da esfera desportiva nacional, como sejam o secretário de Estado do Desporto Laurentino Dias , o presidente do Instituto de Desporto de Portugal Luís Sardinha e o presidente da ADoP, Luís Horta.
Rui Baptista
Eu próprio já escrevera sobre este assunto aqui.
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Por esse motivo, da esclarecedora entrevista de Carlos Queiroz a Carlos Daniel na RTP1 (02/04/2011), retenho dois momentos que me parecem importantes para tentar compreender todo um estranho processo que teve como personagem principal a pessoa de Carlos Queiroz, logo após a sua nomeação para seleccionador da equipa nacional no "Campeonato do Mundo de Futebol/2010", como se fosse um Zé ninguém caído de para quedas no desporto-rei, sem as credenciais, entre outras, de dois Campeonatos do Mundo de Sub-20. Os dois momentos por mim atrás referidos, foram:
1. O facto de José Sócrates elogiar, no jantar oficial de despedida da equipa nacional para a África do Sul, o trabalho meritório de Filipe Scolari como seleccionador da equipa das quinas no "Campeonato Europeu de Futebol". Para melhor ser compreendida esta ocorrência, busco analogia entre a atitude do então 1.º Ministro de Portugal e a de um padrinho de casamento de uma viúva que no copo de água fizesse o elogio do seu anterior e falecido marido…
2. A atitude frontal e corajosa de Carlos Queirós ao criticar o papel desempenhado em todo este processo pelos mais altos dignitários da esfera desportiva nacional, como sejam o secretário de Estado do Desporto Laurentino Dias , o presidente do Instituto de Desporto de Portugal Luís Sardinha e o presidente da ADoP, Luís Horta.
Rui Baptista
Os sacanas dos funcionários públicos
Respondem cerca de 800 médicos com Contrato Individual de Trabalho (CIT): ameaçam uma rescisão em massa para deixar o Serviço Nacional de Saúde se avançar a proposta de Orçamento de Estado de equiparar os seus salários aos da função pública.
Os bons profissionais detentores de outras licenciaturas vão concretizando a saída, sem ameaçar e ao sabor da oportunidade. O que deixam para trás? Os utentes e outros profissionais, não necessariamente os melhores nem obrigatoriamente os piores, em número insuficiente para atender condignamente os primeiros. Quem vai pagar toda a irresponsabilidade dos meninos que andam a brincar com o país são também os utentes de serviços públicos. Alguns, porventura a maioria, anda radiante da vida com o que andam a fazer aos sacanas dos funcionários públicos.
sábado, 2 de abril de 2011
"Demissão" pelo Facebook
O vereador do CDS-PP na Câmara de Viana do Castelo anunciou sexta-feira pelo Facebook a demissão, sem grandes explicações, e manteve-se em silêncio até esta madrugada, quando disse que afinal era uma partida de 1 de Abril.
No anúncio escreveu apenas que se demitia por não se identificar com as “movimentações políticas” em curso, deixando a imprensa local desesperada, ao longo de toda a sexta-feira, por mais explicações.
“Posso dizer que correu como esperava, com o impacto que imaginei. Fui massacrado com telefonemas desde que coloquei essa nota”, disse à Lusa o vereador “demissionário”.
As frases da semana
(recolhidas em http://octaviovgoncalves.blogspot.com/ )
"Mais que um balanço, isto é cadastro. Quem em seis anos deixa o País assim, com o credo na boca, não parece governante, parece delinquente político." (Marques Mendes, TVI24, 31-03-2011).
"(...) se Sócrates vencer as próximas eleições, isso significa que Portugal é um hospício com bandeira e representação na ONU." (Henrique Raposo, Expresso, 02-04-2011).
"Mais que um balanço, isto é cadastro. Quem em seis anos deixa o País assim, com o credo na boca, não parece governante, parece delinquente político." (Marques Mendes, TVI24, 31-03-2011).
"(...) se Sócrates vencer as próximas eleições, isso significa que Portugal é um hospício com bandeira e representação na ONU." (Henrique Raposo, Expresso, 02-04-2011).
Sugestão
"anima mala"
Texto: José Eduardo
Música: Rodrigo Leão - Sossego
http://adversus-omnes.blogspot.com/2011/04/anima-mala.html
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Texto: José Eduardo
Música: Rodrigo Leão - Sossego
http://adversus-omnes.blogspot.com/2011/04/anima-mala.html
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sexta-feira, 1 de abril de 2011
A escolha entre austeridade e austeridade
Ponhamos as coisas na crua simplicidade: por mais diversas que sejam as opções disponíveis, das próximas eleições sairá, como sempre, um mandato para PS ou PSD assumirem a liderança do Governo. E o que têm para oferecer a um país exaurido esses dois partidos?
Os socialistas, é sabido, queixam-se de que não os deixaram aplicar mais um pacote de austeridade, que tão prestimosamente Sócrates prometeu a Angela Merkel. Os sociais-democratas já esclareceram que só não deram a bênção ao PEV IV porque não era suficientemente duro.
Temos, portanto, as linhas programáticas de cada um dos grandes partidos claramente definidas: um promete austeridade, o outro austeridade promete. Quando se enfrentarem num debate televisivo, José Sócrates há-de dizer a Pedro Passos Coelho: "Eu garanto que ponho todos os cidadãos a pão e água". Já se adivinha a resposta: "O senhor é um esbanjador. No estado em que estamos, devia ter vergonha de investir na compra de pão, que custa os olhos da cara. Eu comprometo-me a distribuir água".
Austeridade por austeridade, resta ao eleitor escolher a que tiver uma cor mais a seu gosto. Até porque, pelo andar da carruagem (rumo à estação do FMI?) nenhum deles oferece um caminho de futuro, uma nesga que seja de perspectiva de sairmos do fosso em que estamos enterrados.
É nesta convergência em torno do aperto de cinto que navega a ideia de um entendimento alargado entre partidos, no pressuposto de que é o instrumento mais eficaz para atravessarmos a tempestade, rumo à bonança. Não se percebe bem (talvez seja esse o objectivo) que "entendimento alargado" é esse. Um novo Bloco Central? Uma nova AD? Uma "tripla" PSD, PS, CDS? Um governo "dos melhores" dos três partidos, como preconiza Portas, que cheira demasiado a tecnocracia?
Assumam desde já que alianças querem propor - se é que querem mesmo - para conhecermos as regras do jogo antes de decidirmos. Porque democracia é afirmação da diferença, ainda que assente em acordos mínimos. É alternativa política, que não pode dissolver-se em "uniões nacionais" como açúcar em café. Em tempo de prosperidade como em tempo de crise.
"Aqui havia uma casa" (De volta M. A. Pina!)
Ilse Losa contou-me um episódio doloroso do seu regresso à Alemanha no fim da guerra, quando visitou já não sei se Osnabruck se Hannover, onde vivera. Procurou a sua casa e não a encontrou.
Nem sequer o lugar dela, pois a cidade fora de tal modo desfigurada pelos bombardeamentos que todas as referências geográficas (ruas, praças, edifícios) tinham desaparecido numa amálgama indistinta de ruínas onde era impossível a orientação. Tal sentimento de perda irremediável está presente em grande parte da sua obra, especialmente em "Aqui havia uma casa".
Muitos portugueses experimentam hoje um sentimento parecido ante as ruínas daquilo que foi um dia um país e hoje é apenas um patético joguete de interesses alheios. Também "aqui havia uma casa", agora impossível de encontrar à míngua de referências (morais, ideológicas ou outras) e de qualquer projecto que não o da ganhunça. A "choldra ignóbil" de Eça regressou corrompendo tudo, confundindo verdade e mentira e espoliando o presente e o futuro colectivos.
As próprias palavras deixaram de merecer confiança. O Partido Socialista é tão socialista quanto o Partido Social-Democrata é social-democrata e expressões como "Estado social" ou "justiça social" perderam qualquer significado. Daqui a dois meses iremos outra vez a votos. E, como a imensa maioria descontente que se abstém não conta, os mesmos elegerão de novo os mesmos. Que farão mais uma vez o mesmo.
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