sábado, 19 de março de 2011

Já não suporto este gajo!...

(texto adaptado de um outro do Paulo Guinote)



Em tempos idos, seria capaz de desafiar este cromo para um duelo. A murro, por exemplo. Tal é o asco que este gajo me provoca! Porquê? Porque é um mentiroso! Porque deve ter tido um trauma qualquer com um professor ou uma professora na sua vida de estudante. Ou alguma tampa de um professor ou professora por amores não correspondidos. Não sei. Apenas sei que o gajo é parvo!!! E mente sem pudor, com um descaramento invulgar. E como já são bastas as vezes, começo a duvidar se, para além da ignorância, também não será má fé!...

Escreve ele, no Expresso de hoje:

Você sabia que os professores recebiam 25 euros por cada exame corrigido? Eu não, vejam lá a minha ingenuidade: estava convencido de que isso fazia parte das tarefas normais de um professor, as quais ele desempenharia com o brio de quem quer saber o resultado do seu trabalho ao longo de um ano.

Já não me lembro se o gajo, para além de parvo, é ou não a favor do aborto. Mas deve ser contra, tantas são as vezes que ele deve ter engravidado pelos ouvidos "não se preocupando com o modo como lesa terceiros".

Bem. Para começar o homem não sabe a diferença entre corrigir e classificar. Que vá aprender que hoje não me apetece dar-lhe lições de borla.

Depois, o homem não sabe o que não seria difícil de saber:

"Os professores não corrigem os exames dos seus alunos, mas sim exames de alunos que não conhecem e que lhes são fornecidos em situação de anonimato."


"Para isso, os professores deslocam-se, por regra, a escolas que não a sua para recolherem e entregarem os exames em causa, fazendo um número variável de quilómetros, não raro várias dezenas. Este ano, isso agravou-se com uma pseudo-formação obrigatória que chega a ser “dada” a centenas de quilómetros. MST mente, portanto, nesta matéria. Não há meias palavras: mente. Os professores não vão, ao classificar exames, saber o resultado do seu trabalho. Vão saber o resultado do trabalho de alunos de outros professores. Isto é assim há décadas. "

Mas o mais grave é atribuir um pagamento que nunca existiu: 25 euros por exame! MST volta a mentir, pois o diploma em vigor e que foi revogado (despacho 8043/2010 de) determinava que:


2 — Os professores que asseguram a classificação das provas de exames nacionais do ensino secundário referentes ao ano lectivo de 2009 -2010 têm direito à importância ilíquida de €5 pela classificação de cada prova.


Claro que aquela cabecinha deve ter ouvido 5 euros, mas baralhou-se todo e pensou que eram 5 contos. Não é difícil reconstituir certos percursos mentais simplistas. Nem mesmo ele terá achado que 5 euros seria pagamento apresentável. Logo passou para 25 euros (=5 contos) e escreveu a asneira que o Expresso publicou sem dramas nenhuns, pois fact-checking é coisa que cá não existe. Nem no semanário de referência do regime.


Perante isto, pensava eu que, vejam lá a minha ingenuidade, estava convencido de que isso [verificar factos que se usam para acusar terceiros] fazia parte das tarefas de um articulista, as quais ele desempenharia com o brio de quem quer saber que o resultado do seu trabalho ao longo de umas horas não passa de uma deturpação da verdade.

1 comentário:

  1. Mais um texto que encontrei no blogue "Marx no PS":

    Se há tipos a quem o "estado normal" prejudica o raciocínio, que já de si não é grande coisa, um deles é o "Bichano", porque filho do "Tareco", Sousa Tavares: esta besta quadrada insiste em enxovalhar-me (enquanto professor) e diz, no Expresso deste sábado (19 de Março), que os professores ganhavam 25 euros por cada exame que corrigiam. Porque é mentira, e porque este coirão não tem vergonha e gosta de alardear que os outros são cobardes, aqui fica o meu desafio:
    É como quiseres, quando quiseres e onde quiseres!!!
    Garanto-te que tu, oh valentão, vais ficar a saber com quantos paus se faz uma canoa.
    Canalha!!!

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Este blogue é gerido por Zé da Silva.
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