domingo, 2 de janeiro de 2011
2011
À excepção de duas mensagens muito positivas, os votos de Bom Ano que ontem e anteontem os amigos e conhecidos me dirigiram ou eram pessimistas ou - a maioria - extremamente cautelosos. Nesta última categoria ainda houve uma mensagem que tentava dar à volta à situação, garantindo que vamos conseguir torcer as previsões para 2011. De tanto que se disse sobre o ano que entra, temo que os portugueses, não tendo à vista um D. Sebastião, tenham entrado o ano carregados de pessimismo.
É verdade que 2011 não vai ser fácil. Tudo sobe de preço, não vai haver facilidades, o dinheiro ficou mais caro e quem empresta quer garantidamente receber. A Europa, dito primeiro mundo, enfrenta dificuldades sérias. O Euro, que nos foi apresentado como tábua de salvação é, afinal, uma moeda entregue às oscilações de mercado e até, pasme-se, às manobras de especuladores. Embalados que andamos pelos que agora admitem que a crise chegou mais cedo do que se previra ou por aqueles que dizem agora que se fartaram de avisar mas que realmente nada de concreto fizeram, chegamos ao ponto de onde não há recuo. O problema não é dos políticos. É de todos nós. E é por isso que temos, nós também, de tomar atitudes: desde logo equilibrar as nossas vidas de acordo com as nossas possibilidades; depois, responsabilizar quem nos dirige e erra, ou mente. Responsabilizarmo-nos significa sermos mais activos até a protestar - e não apenas culpar os outros. Depende de nós a forma como chegarmos a 2012, isto é, de como encararmos e combatermos as dificuldades em 2 011.
Politicamente, não vai haver grandes ajudas. Às eleições presidenciais - pouco ou nada mobilizadoras - pode seguir-se um tempo de caminhada para o derrube do Governo. Em tempos assim é difícil saber quem fala verdade e quem caça votos.
Pior do que isso só vermos - como se viu em 2010 - magistrados a enveredarem pela crítica política. É por isso que devemos ser mais atentos à realidade. Muitos de nós sentiremos o desemprego ao nosso lado. Estamos num patamar em que difícil é haver famílias que não sejam tocadas pelo infortúnio, razão pela qual 2011 deve ser um ano de mais solidariedade e de mais exigência: os sacrifícios têm de ser repartidos.
Quando ontem ao fim do dia percebi que um dos assuntos que poderia ser o tema principal do nosso jornal de domingo tinha a ver com a recuperação do sector têxtil, fiquei contente. É necessário que saibamos valorizar o que temos de positivo. Para os têxteis, pelos vistos, há uma janela de oportunidade. Para o calçado também. Idem na ciência. E noutros sectores. Nem tudo será mau. É tempo, como ontem dizia Jorge Silva Melo aqui no JN, de "entendermos que podemos e sabemos o suficiente", sem necessidade de "nos vergarmos perante os especialistas". Mas com responsabilidade.
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Ontem estava um nevoeiro tal que, por momentos, pensei que era desta que ele aparecia... O D. Sebastião!!! Mas o diabo do homem é exigente!!!
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