domingo, 30 de janeiro de 2011
As companhias do PS
Sabia que os partidos políticos que estão no poder na Tunísia (Partido Constitucional da União Democrática do ditador Ben-Ali) e no Egipto (Partido Nacional Democrata do ditador Hosni Mubarak) e contra os quais os professores e muitos outros cidadãos travam uma dura luta nas ruas de Tunes, Cairo e Alexandria integram a Internacional Socialista?
Não acha estranho?
Eu cá não acho porque sei que a Internacional Socialista, de que faz parte o Partido Socialista Português, alberga e apoia dezenas de partido políticos que governam em ditadura.
O MPLA é outro exemplo de um partido político ditatorial e corrupto que integra a Internacional Socialista.
Decorre daqui, que o Partido Socialista Português está em boa companhia.
Ramiro Marques
Contas do socialismo
Hoje deu-me para fazer umas contas que demostram a falência do socialismo. Querem acompanhar-me?
Farto de ver o meu vizinho, tenente coronel na reserva, 51 anos de idade, a correr à minha porta, todos os dias, de manhã e à tarde, como se andasse a fugir à polícia, arranjei coragem e perguntei-lhe quanto é que ele recebia de vencimento. Afinal, o homem não faz mais nada senão correr desde pelo menos há dois anos, altura em que entrou para reserva, que é como quem diz para a reforma da tropa, com a patente de tenente coronel.
O meu vizinho sorriu e disse: 3 mil brutos.
Eu, a gozar com a coisa, fiz-me desentendido e perguntei: por ano?
Ele: por mês, caro amigo!
Foi então que me pus a fazer contas. O meu vizinho "trabalhou" 28 anos. Descontou para reforma cerca de 200 euros mensais. Façamos a contas: 200 vezes 14 meses vezes 28 anos dá 78 400 euros de descontos. De acordo com as estatísticas, o meu vizinho vai viver até aos 78 anos de idade. Talvez mais, o homem a única coisa que faz na vida é correr, é provável que chegue aos 80 anos, quiçá 90. Deixou de trabalhar aos 49 anos de idade e vai viver até aos 78 anos de idade a receber 3000 euros brutos por mês, catorze meses por ano, durante 29 anos. Isso dá 1 218 000 euros de prémio.
Porra! Não é que saiu o euromilhões ao meu vizinho? Não uma mas três vezes? O tipo investiu 78 400 euros e ganhou 1 218 000 euros!
Foi então que me pus a pensar: quem é que lhe paga o euromilhões?
Quem anda a pagar o euromilhões, não apenas ao meu vizinho mas a outras dezenas de milhares de jovens aposentados, sou eu e você, caro leitor, que vamos ter de trabalhar pelo menos até aos 65 anos para trazer para casa uma pensão cortada ao meio.
Mas quem paga mais são os jovens licenciados, mestres e doutores que vegetam no desemprego, em trabalhos temporários de 500 euros ou têm de fugir do país para escapar às filas da Segurança Social e dos Centros de Emprego. E quando forem velhos terão direito a uma pensão de sobrevivência.
É esta a miséria do socialismo.
Deixem lá o ministro. E os cidadãos?
(JN)
Enquanto o Parlamento discute se Rui Pereira devia ou não demitir-se por causa da confusão instalada nas eleições presidenciais, as dezenas, centenas ou milhares de cidadãos que se viram privados desse direito elementar, conquistado a ferros, exigem respostas.
Enquanto eleitora, exijo saber quantas pessoas foram impedidas de votar. Porque enquanto esse número não me for revelado nunca poderei acreditar verdadeiramente no resultado eleitoral que me foi apresentado. Questionarei sempre se poderia ter havido uma segunda volta. Questionarei sempre o meu presidente da República.
Como também exijo saber por que razão fizeram ouvidos de mercador ao director da Administração Eleitoral que, segundo o jornal "Público", em Agosto do ano passado defendeu que se enviasse aos detentores do cartão do cidadão um aviso com o novo número de eleitor e a freguesia onde deveriam votar. O mesmo, aliás, que havia sido feito nas Legislativas de 2009, que decorreram sem problemas. Este dirigente tem um nome: chama-se Jorge Miguéis e prontamente deu o peito às balas, demitindo-se.
Este facto é já suficiente para o Governo dar respostas hoje e não se escudar num tal inquérito que há-de surgir sabe-se lá quando. E para ter a noção de que o que se passou no dia 23 de Janeiro não foi um "problema técnico", mas um gravíssimo golpe na democracia. Razão pela qual só ficaria bem ao nosso primeiro-ministro um pouco de humildade, desculpando-se perante os cidadãos. O próprio, e não lembrando, como o fez ontem, que o ministro da Administração Interna já o havia feito.
E a prudência aconselharia também Silva Pereira a não dar o caso já por concluído. Porque foi precisamente isso que fez quando revelou que o problema foi "exterior ao cartão do cidadão". Fiquei então sem saber: já há resultados do inquérito e não sabemos?
Claro que os portugueses são também parte do problema porque, mais uma vez, deixaram tudo para a última hora. Mas será que foram avisados, quando solicitaram o cartão do cidadão, que o número de eleitor iria mudar? E será que todos têm acesso à Internet? De facto, somos muito Simplex e tecnológicos, só que andamos a duas velocidades...
Que grande lata tem este gajo!!!
Sócrates diz que “educação é o grande projecto para Portugal”
Que grande lata tem este gajo!!!
Apreciem o sorrisinho maroto da Ministra e já agora aquela boca… (cala-te, Zé!)
O primeiro-ministro afirmou hoje que “o grande projecto” para Portugal é a aposta na educação, “porque é o investimento mais importante na afirmação de um país”.
“Aqui está o grande projecto nacional. Esta época vai ficar marcada pela aposta na educação”, afirmou José Sócrates a propósito do projecto de modernização das escolas secundárias que prevê a requalificação de 313 estabelecimentos, num investimento global de 2,9 mil milhões de euros.
O primeiro-ministro, acompanhado da ministra da Educação, Isabel Alçada, inaugurou a remodelação da Escola Secundária de Sá de Miranda, um dos 21 estabelecimentos inaugurados também hoje em todo o país por vários membros do Governo. (E porquê este espalhafato, digo eu?)
José Sócrates sublinhou que com as escolas hoje inauguradas o país já remodelou 75 estabelecimentos do ensino secundário, num investimento de 1,3 mil milhões de euros. “Este é um país que aposta tudo na educação. Este é um projecto de muita ambição para o país e é a aposta maior na educação de que há memória”, reafirmou o primeiro-ministro, sublinhando que é “uma aposta de conjunto, que vai do pré-escolar ao ensino secundário”. (E não te estás a esquecer de nada, ó meu?)
[…]
Os grandes investimentos na educação, segundo o primeiro-ministro, significam que “o país “apostou na igualdade de oportunidades” e que por isso “vai ter sucesso no futuro. (Outra vez: E não te estás a esquecer de nada, ó meu?)
[…]
Notícia no Público online. A fotografia é de Adriano Miranda.
Que grande lata tem este gajo!!!
Apreciem o sorrisinho maroto da Ministra e já agora aquela boca… (cala-te, Zé!)
O primeiro-ministro afirmou hoje que “o grande projecto” para Portugal é a aposta na educação, “porque é o investimento mais importante na afirmação de um país”.
“Aqui está o grande projecto nacional. Esta época vai ficar marcada pela aposta na educação”, afirmou José Sócrates a propósito do projecto de modernização das escolas secundárias que prevê a requalificação de 313 estabelecimentos, num investimento global de 2,9 mil milhões de euros.
O primeiro-ministro, acompanhado da ministra da Educação, Isabel Alçada, inaugurou a remodelação da Escola Secundária de Sá de Miranda, um dos 21 estabelecimentos inaugurados também hoje em todo o país por vários membros do Governo. (E porquê este espalhafato, digo eu?)
José Sócrates sublinhou que com as escolas hoje inauguradas o país já remodelou 75 estabelecimentos do ensino secundário, num investimento de 1,3 mil milhões de euros. “Este é um país que aposta tudo na educação. Este é um projecto de muita ambição para o país e é a aposta maior na educação de que há memória”, reafirmou o primeiro-ministro, sublinhando que é “uma aposta de conjunto, que vai do pré-escolar ao ensino secundário”. (E não te estás a esquecer de nada, ó meu?)
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Os grandes investimentos na educação, segundo o primeiro-ministro, significam que “o país “apostou na igualdade de oportunidades” e que por isso “vai ter sucesso no futuro. (Outra vez: E não te estás a esquecer de nada, ó meu?)
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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
O mistério dos juros
(JN de hoje)
É sabido que Cavaco Silva nunca se engana e raramente tem dúvidas. Por isso não se enganou decerto quando anunciou aos portugueses (e também decerto sem ter qualquer dúvida sobre isso) que, se houvesse segunda volta nas eleições presidenciais, uma apocalíptica "subida das taxas de juros" iria desabar sobre "empresas e famílias".
É certo que Cavaco não disse preto no branco que, não havendo segunda volta, os juros desceriam ou se manteriam. Mas deu-o a entender (preto no branco), e como qualquer pessoa tem que nascer duas vezes para ser tão sério quanto Cavaco, Cavaco não o daria a entender se não fosse verdade. Por isso, e para lhe agradecerem o aviso, é que "empresas e famílias" o elegeram no domingo uma absolutíssima maioria de 23% do total de eleitores.
Daí que agora não compreendam como é que, três dias depois de, como Cavaco pediu, o terem eleito à primeira volta, os juros da dívida pública continuam a ir olimpicamente por aí acima, "citius, altius, fortius", tendo ontem chegado no mercado secundário à bonita taxa de 7,119%.
Talvez Cavaco se tenha esquecido de dizer aos mercados que podem regressar aos quartéis porque não haverá segunda volta. Ou talvez ande ocupado a tentar saber os "nomes daqueles que estão por detrás" da "campanha de calúnias, mentiras e insinuações" contra si e ainda não tenha tido tempo de telefonar aos mercados.
Mas que urge que Cavaco faça alguma coisa, urge.
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uma reflexão encavacada... digo eu
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Caixões em protesto
Pais, mães e alunos deram hoje uma lição de cidadania, lutando de forma criativa, pelas escolas que escolheram para os filhos.
O Governo, fiel à matriz totalitária, acusa os pais e mães dos alunos de manipularem os filhos. Com isto, o Governo mostra o seu desespero: os socialistas querem ter o monopólio da manipulação das crianças. Quando pais e mães se levantam em defesa dos projectos educativos que escolheram para os filhos, o Governo socialista acha intolerável porque este movimento de pais atinge o núcleo duro da estratégia totalitária socialista: o controlo estatal das mentes das crianças de forma a fazer com que as novas gerações aceitem passivamente o empobrecimento e os subsídios de sobrevivência que os socialistas lhes garantem através das agências da Segurança Social, estágios patrocinados pelo IEFP e cursos da treta no Novas Oportunidades.
A luta destes pais e mães é a grande novidade política de 2011. O Governo sabe isso. E receia pela erosão que este movimento provoca no Governo. A Fenprof, através de Mário Nogueira, veio em auxílio do Governo. Lamentável! Vir em socorro de um Governo que tem maltratado tanto os professores!
(Ramiro Marques)
O Governo, fiel à matriz totalitária, acusa os pais e mães dos alunos de manipularem os filhos. Com isto, o Governo mostra o seu desespero: os socialistas querem ter o monopólio da manipulação das crianças. Quando pais e mães se levantam em defesa dos projectos educativos que escolheram para os filhos, o Governo socialista acha intolerável porque este movimento de pais atinge o núcleo duro da estratégia totalitária socialista: o controlo estatal das mentes das crianças de forma a fazer com que as novas gerações aceitem passivamente o empobrecimento e os subsídios de sobrevivência que os socialistas lhes garantem através das agências da Segurança Social, estágios patrocinados pelo IEFP e cursos da treta no Novas Oportunidades.
A luta destes pais e mães é a grande novidade política de 2011. O Governo sabe isso. E receia pela erosão que este movimento provoca no Governo. A Fenprof, através de Mário Nogueira, veio em auxílio do Governo. Lamentável! Vir em socorro de um Governo que tem maltratado tanto os professores!
(Ramiro Marques)
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Paz à sua alma
(Alberto Gonçalves)
Manuel Alegre avisou que estas eleições eram uma "luta de vida ou morte para a democracia". Cavaco ganhou, logo a democracia, representada por Alegre, faleceu. A esta hora, ao que tudo indica, as forças ditatoriais (designadas pela escolha popular) já enfiaram num calabouço o homem que nunca se cala. Se se calasse por um bocadinho, teria agora tempo para reflectir nos respectivos erros. Não foram poucos. Julgando coleccionar aliados, Alegre coleccionou inimigos: os que gostam do Governo e não gostaram das críticas de 2006; os que não gostam do Governo e não gostaram do estilo submisso de 2011; os que, sendo de esquerda, temem o fanatismo comunista na versão BE; os que, sendo comunistas, abominam o BE; os que, sendo do BE, abominaram as cedências ao "regime"; e os que, sendo "soaristas", são "soaristas". Alegre convenceu-se de que as suas desmesuradas virtudes bastariam para congregar tamanho saco de gatos e, o que seria notável, para disfarçar uma campanha fundamentada na hesitação e, vamos lá, no completo vazio. Poucos se convenceram do mesmo.
Aliás, suponho que a pífia votação de Alegre de deveu exclusivamente a um peculiar grupo sociológico: os sujeitos que sonham com um presidente-poeta, numa concepção bizarra da política e, dado o autor em questão, da literatura. A maioria dos portugueses, que ainda anda com os pés no chão, não lhes fez a vontade. Pior para a democracia, acham os apoiantes de Alegre. Pior para Alegre, acho eu.
domingo, 23 de janeiro de 2011
A destruição da Educação
Cristina Ribas
Existe falta de emprego na educação, por um lado porque o governo fez um compromisso com a destruição da educação, (compromisso a que se mantém fiel) porque tem uma teimosia mórbida e doentia em relação à educação, que chega ao ponto de aceitar pacificamente destruir a vida das crianças, jovens e adultos que frequentam a escola e, por isso, destruir o país! É na acção do governo que temos que nos concentrar e não gastarmos tiros e flechas a dispararmos contra nós próprios.
sábado, 22 de janeiro de 2011
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
É uma rematada idiotice tentar medir a felicidade
Jorge Fiel - (DN)
A minha expectativa sobre o contributo para a nossa felicidade das presidenciais de domingo é absolutamente idêntica à que tenho relativamente ao relatório da Comissão Stiglitz. É zero!
A base da criação Stiglitz até é inteligente. O exemplo do engarrafamento, que faz crescer o produto ao aumentar o consumo de gasolina, chega para demonstrar aos mais distraídos que o PIB não é mais o indicador adequado para medir o progresso de uma sociedade, pois na sua cega avaliação numérica não contabiliza os perniciosos efeitos secundários do trânsito entupido: os atentados ao ambiente (poluição do ar) e ao bem-estar do automobilista, bem como o desperdício de tempo, recursos e paciência.
Há dois anos, por sugestão de Sarkozy, foi cometida a dois laureados com o Prémio Nobel (Joseph Stiglitz e Amartya Sen) a tarefa de elaborarem uma ciência de felicidade.
A felicidade tem sido bastante estudada pelos académicos, muitos deles norte-americanos, o que se compreende depois de Thomas Jefferson ter escrito na declaração de Independência dos EUA que a busca de felicidade é um dos direitos inalienáveis dos cidadãos.
Fujo a sete pés das pessoas avinagradas, de rosto amargo e ar de terem crescido no interior de um frasco de pickles, pois acredito que a felicidade é contagiosa, como defende Nicholas Christakis, investigador de Harvard.
domingo, 16 de janeiro de 2011
Se Cavaco fosse Treinador de Futebol
Já houve quem o comparasse a Bruno Alves, jogador de futebol. Eu acho que Cavaco merece algum respeito, por isso prefiro imaginá-lo no banco. Não no BPN, mas junto a um relvado qualquer.
Se Cavaco fosse treinador de futebol não duvido que teria toda a legitimidade em ambicionar treinar um clube da Primeira Liga. Quanto mais não fosse, após um chicotada psicológica. É fácil imaginar um presidente de clube, que apenas sabe distinguir notas de euros e marcas de carros, escolhê-lo para treinar a sua equipa. Sobretudo depois de o ouvir dizer: ” Eu, quando faço uma substituição, raramente me engano, e nunca tenho dúvidas”.
Mas Cavaco nunca seria treinador para grandes rasgos técnico-tácticos. Raramente lhe ocorreria mexer na equipa.
Para Cavaco, perder o jogo, seria sempre um acaso, uma fatalidade; ganhá-lo resultaria inevitavelmente, do seu saber, do seu trabalho, da sua experiência. A culpa de qualquer volumosa derrota morreria sempre solteira. Nem era dos jogadores, e muito menos seria sua. Nem da arbitragem, nem da Federação, nem da UEFA ou da FIFA.
E se algum jogador ousasse insinuar:
- Não será do(s) mercado(s), Mister, de Inverno?
- Não! Nada disso! E se fosse não seria eu a acusá-lo(s) de nada.
Cavaco, treinador, só venceria algum campeonato se estivesse à frente do F.C. Porto.
Porquê?
Porque Cavaco não sabe inventar. Não é criativo, nem inovador. Para tudo Cavaco precisa de um livro que o oriente. Abri-lo na página que já marcou, e, perante os seus jogadores, repetir:
” Façam o que sempre dizia o grande treinador Bella Gutman: ” Passem a bola ao primeiro toque, repassem-na quando a recebem de um companheiro, e … Chutem”.
Bella Gutman para Cavaco seria, assim, uma espécie de “Constituição”, a respeitar, até à virgula e ao ponto final.
Em campo, com Cavaco no banco, nenhum jogador ousaria extrapolar um milímetro para além posição combinada.
No balneário, se algum jogador sugerisse:
” Mister, que tal hoje tentarmos uma táctica à Mourinho?”
Ai do jogador! Ai do Mourinho! A resposta viria lesta, antes de um possível desmaio:
” Oiça, ao treinador não cabe pisar o risco! Inventar estratégias! Regras são regras. E só têm que as respeitar. Os segredos do futebol estão todos escritos… na “Constituição” – ponderadamente pensada e redigida há quase meio século, por Bella Gutman.
Cunha Ribeiro
Se Cavaco fosse treinador de futebol não duvido que teria toda a legitimidade em ambicionar treinar um clube da Primeira Liga. Quanto mais não fosse, após um chicotada psicológica. É fácil imaginar um presidente de clube, que apenas sabe distinguir notas de euros e marcas de carros, escolhê-lo para treinar a sua equipa. Sobretudo depois de o ouvir dizer: ” Eu, quando faço uma substituição, raramente me engano, e nunca tenho dúvidas”.
Mas Cavaco nunca seria treinador para grandes rasgos técnico-tácticos. Raramente lhe ocorreria mexer na equipa.
Para Cavaco, perder o jogo, seria sempre um acaso, uma fatalidade; ganhá-lo resultaria inevitavelmente, do seu saber, do seu trabalho, da sua experiência. A culpa de qualquer volumosa derrota morreria sempre solteira. Nem era dos jogadores, e muito menos seria sua. Nem da arbitragem, nem da Federação, nem da UEFA ou da FIFA.
E se algum jogador ousasse insinuar:
- Não será do(s) mercado(s), Mister, de Inverno?
- Não! Nada disso! E se fosse não seria eu a acusá-lo(s) de nada.
Cavaco, treinador, só venceria algum campeonato se estivesse à frente do F.C. Porto.
Porquê?
Porque Cavaco não sabe inventar. Não é criativo, nem inovador. Para tudo Cavaco precisa de um livro que o oriente. Abri-lo na página que já marcou, e, perante os seus jogadores, repetir:
” Façam o que sempre dizia o grande treinador Bella Gutman: ” Passem a bola ao primeiro toque, repassem-na quando a recebem de um companheiro, e … Chutem”.
Bella Gutman para Cavaco seria, assim, uma espécie de “Constituição”, a respeitar, até à virgula e ao ponto final.
Em campo, com Cavaco no banco, nenhum jogador ousaria extrapolar um milímetro para além posição combinada.
No balneário, se algum jogador sugerisse:
” Mister, que tal hoje tentarmos uma táctica à Mourinho?”
Ai do jogador! Ai do Mourinho! A resposta viria lesta, antes de um possível desmaio:
” Oiça, ao treinador não cabe pisar o risco! Inventar estratégias! Regras são regras. E só têm que as respeitar. Os segredos do futebol estão todos escritos… na “Constituição” – ponderadamente pensada e redigida há quase meio século, por Bella Gutman.
Cunha Ribeiro
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Igualar por baixo
(Carlos Fiolhais)
É bem conhecido que nos rankings feitos com base nos exames nacionais as escolas privadas se têm vindo a destacar no nosso país. O mesmo acontece em processos internacionais de avaliação. Curiosamente, as privadas conseguiam produzir esses melhores resultados com menos dinheiro, oferecendo bons exemplos de gestão. Portanto, seria de esperar que o Ministério da Educação, responsável pelas escolas públicas, procurasse promover o ensino nessas escolas de modo a alcançar os níveis que muitas privadas conseguem.
Mas em vez disso o que vemos? Um ataque insensato às privadas, através de cortes nos financiamentos que lhes estavam prometidos por meio de contratos de associação. Está muito na linha da pior tradição portuguesa: se há alguém melhor do que nós, em vez de o tentarmos imitar no que ele tem de melhor, procuramos destruí-lo, usando todos os meios possíveis e imaginários, de modo a que prevaleça a mediocridade. O nosso ensino precisa urgentemente de diferença, de alternativa, de emulação. Mas o que se perspectiva cada vez mais, agora com o pretexto da crise, é uma igualitarização por baixo.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
A culpa é nossa
(Carlos Abreu Amorim - JN)
Quando Portugal passar a ser governado de facto por entidades estrangeiras - última esperança de não nos tornarmos num lugar com carências de Terceiro Mundo -, ou seja, após a entrada do Fundo Europeu de Estabilidade (FEE) e do FMI, seria bom que não desconversássemos, arte em que somos peritos, e que assumíssemos de uma vez que se trata de um resultado que a nossa ineptidão como país prenuncia e apronta há muito tempo. E que os culpados têm rostos e têm nomes: são todos os presidentes da República, todos os primeiros-ministros, os ministros e os demais titulares de cargos políticos que tiveram altas responsabilidades de decisão nos últimos 25 anos e que tão mal agiram por acção ou por omissão. Quem nos condenou aos tempos difíceis que estão iminentes foram os políticos que nos desgovernaram. E nós, que os escolhemos e que reincidimos nessas trágicas opções por diversas vezes, mesmo depois de a incompetência de quem nos tem dirigido ter sido comprovada até ao ponto de não retorno.
Capitalismo... quando dá jeito
(JN)
1-
O que será mais justo, quando uma empresa vai à falência: que seja o accionista a pagar os prejuízos, ou que os paguem os contribuintes? Que paguem os donos das empresas, ou seja, os que compraram as acções da empresa? Ou que paguemos todos, mesmo os que nunca compraram acções, mesmo os mais pobres? Entre uma hipótese e outra, por qual optaram os nossos deputados, esses mesmos, os que representam o povo, e não os accionistas? A pergunta é retórica, todos sabemos de que lado estamos. Do lado dos que vão ter de pagar muitos milhares de milhões de euros para tapar os buracos abertos por um conjunto de malfeitores. E foi portanto sem surpresa que se assistiu à recusa da proposta do Bloco de Esquerda, que pretendia responsabilizar os accionistas/proprietários do BPN pelas tropelias que lá se fizeram. Chama-se a isto, segundo especialistas de diversos quadrantes ideológicos, privatizar os lucros e socializar os prejuízos. Ou seja, capitalismo, mas só quando dá jeito aos capitalistas.
[...]
3-
O salário mínimo sobe, a competitividade desce. Ou seja, segundo a avaliação do nosso Ministério das Finanças, se as pessoas começam a ficar um pouco menos miseráveis, o país fica a perder. Há outras coisas que sobem, como os impostos, e outras que descem, como o dinheiro nos nossos bolsos, mas nesta altura o que lhes interessava estudar era o impacto negativo do salário mínimo. Esqueçam isso de querer atingir o nível de vida de um alemão, tal significaria o colapso da economia. Assim, por cada mão-cheia de euros que sobe o salário mínimo, são umas décimas que baixa o PIB. Claro que o operário não paga a mercearia com o PIB, e sim com o euro, mas que interessa isso a quem se limita a tentar encontrar uma justificação para evitar assumir os seus compromissos?
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
O jogo dos economistas
J.L. Pio Abreu ("Destak")
"Depois de se meterem no buraco no início de uma crise que não souberam prever, eis que se levantam, de novo, os economistas de palco cheios de receitas para os nossos males. Não os suporto. A satisfação arrogante com que nos propõem o mais miserável destino e as mais contraditórias soluções, põe-me os cabelos em pé.
Senhores da fortuna e da desgraça, todos se armam em deuses, sabendo que são deuses menores porque tudo depende dos políticos que neles delegaram as responsabilidades. Mas que fazem eles, os economistas?
Nos negócios e empregos que têm, eles são os actores e os principais beneficiários do jogo económico. Nas Universidades, ditam as regras desse jogo. Nos Governos ou na influência que têm, eles apoderam-se também do campo de jogo onde, por suposto, jogam todos os cidadãos.
Usam palavras esotéricas, estrangeiradas, com que disfarçam os lances que executam. Nenhum deles aprendeu Matemática, e apenas lida com contas simplórias, feitas de percentagens, somas e subtracções, ao alcance de um computador ou de qualquer contabilista que conheça o significado das palavras. Mas é um jogo onde são jogadores, árbitros, donos do campo e ainda ditam as regras. Assim, qualquer um ganhava.
Todo o seu discurso, no fim de contas, se destina a ocultar uma verdade que, incluindo eles, todos conhecem: a única coisa que produz riqueza é o trabalho humano. A contabilidade serve apenas para a distribuir. E mal."
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Por mero acaso
Foi decerto só por mero acaso que as medidas de austeridade que se traduzem em reduções de salários e prestações sociais ou em aumentos de impostos, como também os aumentos dos preços dos bens essenciais, entraram em vigor no exacto momento em que acabou de soar a 12ª badalada da meia-noite de 31/12/10, enquanto a propagandeada contribuição extraordinária sobre a banca, que Sócrates apresentou como forma de também os bancos participarem nos famosos sacrifícios "para todos", ficou à espera, comodamente sentada, de uma portaria regulamentadora. A notícia foi dada pelo "Público", que tentou, sem sucesso, obter do Ministério das Finanças explicação para o estranho caso da portaria inexistente (ou da porcaria existente).
O "sacrifício" da banca (a quem todos somos devedores da presente crise) seria de um a cinco centésimos por cento sobre o passivo de cada banco, isto após várias deduções, e um a dois décimos de milésimo por cento sobre os valores dos instrumentos financeiros de derivados (os cortes nos salários da Função Pública são de 3,5 a 10%).
Mas talvez, quem sabe?, a portaria "esquecida" seja um dia publicada. Só que, nessa altura, a banca dirá que a sua décima de milésima parte nos "sacrifícios" é... retroactiva, e a coisa acabará no TC. E, aí, ao contrário do que aconteceu com o aumento extraordinário do IRS, os juízes "do" PS e "do" PSD já estarão certamente todos do mesmo lado.
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Em nosso nome
(JN)
Não me incomoda que os EUA tenham os meus dados biográficos e biométricos ou o meu ADN. Eu próprio lhos forneceria se os EUA mos pedissem e calhasse de estar para aí virado. Incomoda-me (porque, que diabo!, os dados afinal são "meus") é que o Governo, a quem confiei esses dados para fins específicos como o BI (felizmente ou infelizmente não tenho, mas nesta altura já não estou certo de nada, cadastro criminal), os ceda, venda, empreste ou de qualquer forma negoceie sem me dar cavaco.
O acordo entre o Governo português e os EUA para cedência dos meus dados pessoais (e dos seus, leitor, e dos de todos os portugueses) vai agora à AR que, em minha representação, mesmo sem que eu lhe tenha passado mandato para tal, lhe dará a bênção democrática. E lá seguirão fotografia, impressão digital, nome, data de nascimento, residência, filiação e até um escasso metro e 67 de altura, tudo supostamente "meu", a caminho da Califórnia sem eu nisso ser tido nem achado. Se ao menos pudesse trocar a foto! Na do BI pareço um terrorista curdo e isso já em tempos me causou problemas em Berlim quando tentei comprar um frasco de álcool numa farmácia ("Vocês, no Curdistão, não usam 'after shave'?", quis saber, desconfiado, o farmacêutico).
Um cidadão ou empresa que fizessem o que o Governo se prepara para fazer acabariam em tribunal por crime de abuso de confiança. Mas os governos estão acima das leis, não estão?
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
223 491 novos automóveis
(JN de hoje)
A venda de automóveis ligeiros de passageiros aumentou, soube-se ontem, 38,8% em Portugal no ano passado, face a 2009. Em Dezembro, o pulo foi de 61,9%, quando comparado com o mesmo mês do ano anterior. As contas da Associação Automóvel de Portugal mostram que, em doze meses, os concessionários conseguiram vender 223 491 automóveis - um excelente número. Ninguém diria, à luz destas contas, que anda por aí uma crise a ensombrar o futuro dos indígenas.
É verdade que podem aduzir-se uma série de argumentos que ajudam a perceber este "boom": o IVA aumentou, o incentivo para abate de veículos terminou, o imposto sobre veículos e o imposto único de circulação ficaram mais caros, bem como a tributação em IRC. Ou seja: a compra foi antecipada, o que revela racionalidade económica.
A pergunta é: revela mesmo? Os números mostram que perto de 225 mil portugueses tinham nos seus planos a aquisição de um carro novo. É muito automóvel! As circunstâncias obrigaram-nos a antecipar a concretização do desejo, ou da necessidade. Visto às avessas: as circunstâncias não os levaram a dilatar no tempo a concretização do desejo, ou da necessidade. A esmagadora maioria das aquisições foi seguramente feita com recurso a crédito, isto é, engrossou a lista de despesas correntes das famílias, aumentando o respectivo nível de endividamento.
Trata-se de gente inconsciente? Não. Mas trata-se, certamente, de gente que ou fez muito bem as contas antes de realizar um investimento num bem de rápida deterioração financeira, ou se meteu numa alhada.
E porquê numa alhada? Porque são as famílias da chamada classe média que acedem ao tipo de veículos mais vendidos na leva do último ano, as mesmas que mais sofrem quando o Governo repara que precisa de aumentar as receitas e cortar nas despesas. Supondo que 2011 será mesmo um ano maldito (cruzes, credo!), há impostos, salários, pensões, subsídios que podem levar um novo safanão. Isto é: que podem levar mais cortes. Se a coisa correr para o torto, o Governo já o disse: deitará mão a tudo o que tiver à mão para não passar pela vergonha de ver o FMI tomar conta das nossas contas. Para essas famílias, serão então mas difícil sobreviver.
Donde: a racionalidade económica de antecipar a comprar de um veículo não é, nas actuais condições, tão evidente quanto isso. Esperemos que a realidade não se encarregue de o mostrar às famílias que se endividiram para ter um carro novo.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Simples e curtos
(arranjo do texto por Zé da Silva; texto original publicado no JN)
Desta vez não haverá conferências de imprensa nem mais um "animador sinal" para anunciar ao país. Um relatório do GAVE do Ministério da Educação revela que os alunos portugueses são, afinal, incapazes
* de estruturar um texto [ou]
* de explicar um raciocínio básico, [bem como de "desempenhar tarefas tão simples como, por exemplo,]
* interpretar um texto poético,
* solucionar um exercício matemático com mais de duas etapas ou * enfrentar um enunciado que não seja simples e curto".
Segundo o GAVE (que avaliou alunos do 8º ao 12º ano de 1 700 escolas), a coisa ainda vai quando as respostas só "requerem selecção", como pôr cruzinhas em respostas múltiplas; o problema é quando é preciso "justificar as respostas", construir um raciocínio ou quando as respostas exigem várias etapas de resolução.
Ainda não se extinguira o foguetório com que o Governo recebeu, há dias, o estudo do PISA colocando Portugal na média educativa europeia por virtude da queda de reprovações e subida de notas nos últimos anos, quando o balde de água fria vem do próprio Ministério: "Pais, alunos e escolas devem preocupar-se mais com o que os estudantes aprendem e menos com os resultados".
"Pais, alunos e escolas" e talvez também Governo. As aparências estatísticas podem melhorar-se a pôr cruzinhas e a passar toda a gente. Mas não será decerto com uma geração de "simples e curtos" que o país terá alguma coisa parecido com um futuro.
domingo, 2 de janeiro de 2011
2011
À excepção de duas mensagens muito positivas, os votos de Bom Ano que ontem e anteontem os amigos e conhecidos me dirigiram ou eram pessimistas ou - a maioria - extremamente cautelosos. Nesta última categoria ainda houve uma mensagem que tentava dar à volta à situação, garantindo que vamos conseguir torcer as previsões para 2011. De tanto que se disse sobre o ano que entra, temo que os portugueses, não tendo à vista um D. Sebastião, tenham entrado o ano carregados de pessimismo.
É verdade que 2011 não vai ser fácil. Tudo sobe de preço, não vai haver facilidades, o dinheiro ficou mais caro e quem empresta quer garantidamente receber. A Europa, dito primeiro mundo, enfrenta dificuldades sérias. O Euro, que nos foi apresentado como tábua de salvação é, afinal, uma moeda entregue às oscilações de mercado e até, pasme-se, às manobras de especuladores. Embalados que andamos pelos que agora admitem que a crise chegou mais cedo do que se previra ou por aqueles que dizem agora que se fartaram de avisar mas que realmente nada de concreto fizeram, chegamos ao ponto de onde não há recuo. O problema não é dos políticos. É de todos nós. E é por isso que temos, nós também, de tomar atitudes: desde logo equilibrar as nossas vidas de acordo com as nossas possibilidades; depois, responsabilizar quem nos dirige e erra, ou mente. Responsabilizarmo-nos significa sermos mais activos até a protestar - e não apenas culpar os outros. Depende de nós a forma como chegarmos a 2012, isto é, de como encararmos e combatermos as dificuldades em 2 011.
Politicamente, não vai haver grandes ajudas. Às eleições presidenciais - pouco ou nada mobilizadoras - pode seguir-se um tempo de caminhada para o derrube do Governo. Em tempos assim é difícil saber quem fala verdade e quem caça votos.
Pior do que isso só vermos - como se viu em 2010 - magistrados a enveredarem pela crítica política. É por isso que devemos ser mais atentos à realidade. Muitos de nós sentiremos o desemprego ao nosso lado. Estamos num patamar em que difícil é haver famílias que não sejam tocadas pelo infortúnio, razão pela qual 2011 deve ser um ano de mais solidariedade e de mais exigência: os sacrifícios têm de ser repartidos.
Quando ontem ao fim do dia percebi que um dos assuntos que poderia ser o tema principal do nosso jornal de domingo tinha a ver com a recuperação do sector têxtil, fiquei contente. É necessário que saibamos valorizar o que temos de positivo. Para os têxteis, pelos vistos, há uma janela de oportunidade. Para o calçado também. Idem na ciência. E noutros sectores. Nem tudo será mau. É tempo, como ontem dizia Jorge Silva Melo aqui no JN, de "entendermos que podemos e sabemos o suficiente", sem necessidade de "nos vergarmos perante os especialistas". Mas com responsabilidade.
I have a dream
Dentro de pouco mais de um ano passará meio século desde o dia em que Martin Luther King pronunciou em público os seus sonhos sobre uma sociedade mais justa e mais solidária. O Mundo mudou muito nestes 50 anos, mas não concretizou em pleno o sonho de uma sociedade justa.
Eu tenho esse sonho. Eu acredito que o Mundo pode mudar.
A mim também se me parte o coração quando vejo a sociedade organizada de modo a que meia dúzia de espertalhões possam gozar com a inteligência da Humanidade.
Eu tenho o sonho de que o trabalhador ganhe um salário justo.
Tenho o sonho de que as empresas avaliem mais resultados e menos conversas.
Tenho o sonho de que a Humanidade viva com honra.
Tenho o sonho de uma sociedade mais justa, que premeie o mérito sem se esquecer de combater a ganância.
O ano que hoje começa será de verdadeiros sacrifícios, mas eles não terão valido de nada se não formos capazes de ser solidários.
Eu sonho com o Direito ao Emprego inscrito na Carta dos Direitos Humanos, possibilitando a todos ganhar a vida com trabalho, sendo que, na mesma lógica em que o Direito à Liberdade é cortado a quem nela não sabe viver, o Direito ao Trabalho deve ser cortado a quem não quiser trabalhar.
Eu sonho com uma sociedade em que remamos todos para o mesmo lado e em que não aceitamos que uns tenham milhões, enquanto outros vivem com tostões.
Eu sonho com uma sociedade menos consumista e menos egoísta.
Eu sonho com uma sociedade em que quem quer fazer tem de ter o que fazer para ganhar a vida.
Hoje apetece-me libertar um grito revolucionário, que não é de Esquerda nem de Direita, é um grito:
O trabalho a quem quer trabalhar!
sábado, 1 de janeiro de 2011
À meia-noite entrou a crise
No dia em que este texto é publicado, já eu comi 12 passas por cada mês de crise que nos espera. Dar as boas-vindas a 2011 é brindar a salários reais mais baixos, a mais impostos e a bens e serviços essenciais mais caros. A verdade é mesmo esta: o embate começa hoje.
E para evitar males maiores, todos os portugueses (ou quase todos) deviam hoje mesmo pegar numa folha quadriculada e fazer um plano mensal de rendimentos e despesas. E perceber onde andam a gastar erradamente o dinheiro, onde podem poupar um euro que seja, onde podem negociar uma nova taxa ou um novo prazo.
Hoje, mais do que nunca, temos de fazer contas à vida. E 2010 foi um ano perdido em termos de poupança. Dirão: poupar o quê? O problema é que, como revelam os dados da SIBS, na semana do Natal gastámos quase 1300 euros por segundo - 260 contos! Entre levantamentos e compras, "torraram-se" mais 100 milhões de euros. E falta saber o que foi para cartões de crédito.
É que só nos resta mesmo poupar. Ou gastar menos, como se preferir. Porque não é o Estado Social que nos vai salvar. Esse Estado está a ser delapidado a cada dia que passa por um Governo que se diz socialista. E também não nos resta ficar à espera do Governo que, obviamente, está mais preocupado em salvar-se a si próprio.
Mas se Sócrates se encontra no fio da navalha, exige-se-lhe, no mínimo, que ponha o seu Executivo a dar o exemplo. A conter-se nos gastos, nas contratações de pessoal, nos recursos a 'outsourcings'. A legislar de forma igual para todos, acabando com a pouca-vergonha das excepções (e 2010 foi um ano rico...). A pôr os "boys" a trabalhar ou, então, no olho da rua.
E também não fiquemos à espera da Oposição, mais interessada em chegar ao Poder. Estamos, literalmente, por nossa conta. Citando Sun Tzu, "aquele que se empenha a resolver as dificuldades resolve-as antes que elas surjam. Aquele que se ultrapassa a vencer os inimigos triunfa antes que as suas ameaças se concretizem".
P. S. A minoria (será que é?) que não precisa daqueles cálculos podia, neste ano de desafios, adoptar no seu vocabulário a palavra filantropia.
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