(Paulo Guinote, no seu blogue)
Veio a troika. Veio nova avaliação.
O Governo falhou previsões, falhou metas, falhou tudo,
excepto empobrecer o país.
Aplicou fórmulas e modelos errados, com o apoio e
encorajamento da dita troika.
Falhou. Assim como a própria troika, entidade
quase mítica formada por gente certificada como competente e inteligente de
três organismos internacionais, falhou de forma calamitosa.
Ordenaram cortes, congelamentos, despedimentos
disfarçados de outras designações.
- Reduziram apoios sociais,
- diminuíram compensações,
- aumentaram
- empobreceram a maioria do país,
enquanto mantinham
incólumes os grandes interesses e negócios.
O défice continuou mais ou menos onde estava.
Há que encontrar a solução.
Qual é?
Mais cortes, mais congelamentos, mais despedimentos,
agora com o nome de rescisões.
A fórmula que falhou, repetida.
Os principais alvos?
Os do costume… os professores.
Que eram cerca de 150.000 e andam agora abaixo dos
120.000, uma redução de 20% na sua versão mais generosa, muito acima dos
míticos números da redução do número de alunos, que um dia Nuno Crato ficou em
14%.
Sobre a redução salarial efectiva nos últimos anos nem
é bom falar… anda bem acima dos 25% em troca de maior carga lectiva.
Mais por muito menos.
Mas num universo acima de meio milhão de funcionários
do Estado, os tais 120.000 devem fornecer metade dos sacrificados no altar de
Gaspar e Seilasié ou se não é. Dizem que é preciso partirem mais 10.000 das
escolas, que é para salvar o país.
Que país?
Que país existe depois de tudo isto?
Um país de campos de golfe, concertos de verão, ministros
equivalente, nomeações de coleguinhas da senhora ministra, liberais de aviário,
escondidos em gabinetes, sorvendo subsídios em nome de um empreendedorismo
medido em semestres.
Enquanto se continua a, com crescente urgência,
dizimar a classe profissional mais odiada pela nossa classe política… os bombos
da festa desde 2005, os professores do ensino público, objecto da mais perversa
operação de engenharia profissional das últimas décadas.
Enquanto a tutela se rende aos interesses de grupos
particulares, ávidos dos dinheiros do Estado que dizem detestar, dividida entre
secretários especializados em estabelecer “pontes” e “entendimentos” e um
ministro ausente em parte incerta.
Se a Educação não existe sem alunos, será que existirá
contra os professores?
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