sexta-feira, 1 de março de 2013

O Cláudio Ramos da Igreja Católica

 
 
O padre Carreira das Neves é uma espécie de Cláudio Ramos da Igreja Católica. Sempre que há tricas, o padre Carreira tem uma na manga - da batina. Sabe sempre mais qualquer coisa que o comum dos párocos. É o verdadeiro rato de sacristia. Teria uma excelente "carreira" como cronista social numa publicação sobre a vida cor-de-rosa do Vaticano.

 
 
No dia 21, disse na SIC que sabia que o ex-bispo auxiliar de Lisboa, Dom Carlos Azevedo, é homossexual e que "tinha problemas complicados". Portanto, para o padre Carreira, para além de gay, Dom Carlos tinha "problemas complicados".
 
Ora bem, mais generalista é impossível. Dá para tudo. Insondáveis são as palavras de Carreira. Quem é que hoje em dia não tem "problemas complicados"? Só Dom Carlos Azevedo, o padre das Neves e Deus saberão, ao certo, a que problemas se referia. Prestações do carro em atraso? Problemas hemorroidais?
 


 
Bem, sejam quais forem, aparentemente a solução está em viajar até Itália. Segundo Carreira, "talvez ele tenha ido para Roma por causa desses problemas complicados." Todos os problemas vão dar a Roma.

Ontem, na SIC Notícias, o padre pediu desculpa pelas afirmações. "Quero pedir perdão. Que me desculpe o Dom Carlos Azevedo(...) Fiz declarações a partir de rumores que andavam por aí. Quando me perguntaram, quando surgiu esta questão, se eu sabia, eu disse que tinha tido, há três ou quatro meses, notícias através de um amigo de que havia rumores de que ele era homossexual e que a homossexualidade era reconhecida", explicou. Brilhante. A minha porteira não faria melhor.

Foi mais ou menos assim: tinha ido ao café comer uma pata de veado e, ao balcão, estava uma senhora a dizer ao proprietário que o filho tinha um Dom para a matemática, segundo a professora da primária. Na mesa ao lado, numa conversa paralela, um moço estava a dizer que um vizinho dele, um tal de Carlos, era um grande maricas e que o tinha sido apanhado agarrado ao caseiro no celeiro da quinta de Almoçageme de Vale e Azevedo. Eu, preocupado em registar o euromilhões em semana de jackpot, baralhei-me, juntei tudo na 1,2,3, carreguei e saiu o DOM CARLOS AZEVEDO MARICAS. Estas coisas acontecem. Tenho um primo que transformei em hermafrodita aos quinze anos de idade, numa situação parecida mas passada na mercearia. Ainda hoje não se livrou da fama -coitado.

"A minha mensagem... como chegou a ele... Com certeza que está muito ofendido comigo. Quem não se sente não é filho de boa gente. Eu quero dizer ao Dom Carlos Azevedo que sou amigo dele (...)", disse Carreira das Neves.
 
É caso para dizer a Dom Carlos Azevedo, em jeito de conselho, que com amigos destes mais vale fazer um pacto com o diabo.

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