A vida partidária tornou-se há muito a via privilegiada (até porque, em muitos casos, única) de ascensão social e económica de gente sem qualificações que a distingam senão a capacidade, altamente apreciada, para obedecer e balir sempre em consonância com o rebanho.
A AR dá emprego a centenas de eunucos do género dos que,
"em vénias malabares à luz do dia
lambuzam de saliva os maiorais",
e que, se alguma vez tiveram uma ideia própria, só a partilharam, como um pecado vergonhoso, com a família e amigos chegados.
A carreira diplomática também.
Como o cônsul em Bordéus caído em desgraça por ter salvo milhares de judeus das câmaras de gás nazis em desobediência às instruções de Salazar, Manuel Maria Carrilho, embaixador na UNESCO, caiu em desgraça quando, no ano passado, não votou (acordou com o ministro que o fizesse o número dois da missão) no censor egípcio Farouk Osni para o cargo de director-geral da organização.
Agora deu uma entrevista ao "Expresso" onde fica à vista que (ó horror!) tem pensamento próprio, distinto da vulgata propagandística do PS.
Ontem soube pela LUSA que foi demitido.
Manuel António Pina (JN)
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