sábado, 5 de junho de 2010

Onde chega a miséria moral da esquerda jacobina que temos


José Manuel Fernandes4 de Junho de 2010

(retirado de blasfémias.net)
O texto completo pode ser encontrado em:
http://blasfemias.net/2010/06/04/onde-chega-a-miseria-moral-da-esquerda-jacobina-que-temos/

Excertos:

Quando José Sócrates, na RTP, afirmou com arrogância que não tinha de pedir desculpas a ninguém pelo aumento de impostos e cortes nas prestações sociais isso não traiu apenas o seu detestável carácter, antes surgiu como uma consequência lógica do posicionamento intelectual da velha esquerda jacobina.

[…]

O céu que caiu em cima da moleirinha atrevida do nosso primeiro-ministro há muito que estava carregado de nuvens, há muito que anunciava uma tempestade que os mais avisados tinham visto chegar. Não quis reconhecer que ela estava aí, talvez por acreditar genuinamente que as medidas do seu Governo, comprovadamente erradas e eleitoralistas, eram as melhores e as mais geniais.

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Sócrates nunca sentirá que deve pedir desculpa, nem admitirá que se enganou: para ele o que corre mal é sempre efeito de conspiradores mal intencionados, como os “especuladores”, tudo o que corre bem é fruto da sua inspirada liderança. É também por isso que mente sem vergonha e nunca, ao longo da sua vida pública, e também da sua vida privada, se sentiu ou sentirá tolhido por qualquer escrúpulo ético. A sua relação doentia com todos os poderes que limitam o poder do executivo, desde os tribunais ao Parlamento, desde os jornalistas aos sindicalistas, é também filha de uma cultura política em que uns se têm por moralmente superiores, vendo todos os restantes como prisioneiros de interesses particulares. E o pior é que esta forma de estar na vida pública e na política é contagiosa.

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Acreditam ser mais inteligentes, mais cultos e mais “abertos” do que os outros, e por isso devedores de apreço e consideração. Se não praticam a probidade, bem pelo contrário, acham que o seu “desinteresse” de princípio os autoriza a reivindicarem regalias extra.

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Não surpreende por isso que, nos gabinetes ministeriais, sobrem os meios e se multipliquem os lugares. Não surpreende que, em ano de crise, esses gabinetes consumam mais dinheiro e que o maior aumento percentual nos seus gastos tenha sido nas rubricas de suplementos e prémios e nas despesas de representação. Como da mesma forma não surpreende que José Sócrates tenha embaraçado a nossa representação no Rio de Janeiro ao preferir ir jantar a um restaurante italiano da moda, deixando de fora dezenas de convidados da área da cultura (para “cultura” bastou-lhe a visita a Chico Buarque, mais uma vez pretextos para mentiras desavergonhadas). Como não surpreende que tenha ao serviço do seu gabinete nada menos de 12 motoristas…

[…]

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