quarta-feira, 5 de maio de 2010


O sr. Secretário de Estado da Educação João Trocado da Mata (quem?) falou:
Paulo Guinote faz no seu blogue uma brilhante análise sobre ele e o seu paleio, com destaques da minha autoria:
O secretário de Estado João Trocado da Mata tem sido uma não-existência no ME, reduzido a um papel protocolar de inaugurador e pouco mais.
A sua especialidade – as tecnologias – estão em banho-naria, como se vê pelos Magalhães que a geração de caloiros a que pertence a minha petiza não receberá este ano lectivo.
Mas isso é periférico.
Complicado é colocá–lo a falar de Educação mesmo, porque o desconhecimento é tal que confrange. [...]
Aparentemente o SE Trocado da Mata desconhece que as tais turmas mais pequenas, com menos de 10 alunos correspondem quase sempre a alunas de PCA, que têm essa dimensão exactamente por serem constituídas por alunos com um historial de insucesso e em que uma taxa de transição de 50% é já um enorme êxito.
Se o excelentíssimo SE Trocado da Mata se dignasse descer da neutralidade e aparente clareza dos números para a realidade das condições de funcionamento das turmas, saberia que essas turmas reduzidas o são para trabalhar casos mais complicados ao nível das aprendizagens e do combate ao risco de abandono, permitindo – do outro lado – que as turmas regulares fiquem sem esses casos para gerir.
Por isso mesmo, turmas com 8, 10, 12 alunos são propensas a, comparativamente, maiores taxas de insucesso porque, no limite, estão a funcionar com historiais de 100% de insucesso ou quase.
Lecciono 3 dessas turmas. Há cerca de uma década que trabalho com situações destas e sei como atingir 50% ou mais de sucesso é dificílimo.
Não pela dimensão da turma, mas pelo perfil dos alunos.
O SE Trocado da Mata não sabe isso.
Não me admira.
Tem passado pelas escolas apenas para cortar fitas.
E lê uns gráficos.

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