quarta-feira, 19 de maio de 2010

Miguel Sousa Tavares

Acho que não me é preciso justificar por que acho que o Miguel Sousa Tavares é uma besta ou um daqueles a quem Alberto Pimenta chamou fdap e fez um discurso. O homem não aguenta uma argumentaçao séria por mais de 30 segundos.

O texto seguinte recolhi-o de [Isabel Maria de Sousa Costa Machado, professora de Geografia na Escola Secundária Camilo Castelo Branco em Vila Real, no intuito de esclarecer Miguel Sousa Tavares e todos que, de alguma forma, foram influenciados pelas suas palavras] ,


Caro Miguel Sousa Tavares
No passado dia 26 de Abril, em Sinais de Fogo, ouvi-o afirmar, como se fosse “dono da verdade”, que os professores não querem ser avaliados… e que se juntaram aos milhares nas ruas simplesmente para contestarem a avaliação.

Afinal, não percebeu nada!… Acha mesmo que os professores se deram a tanto trabalho para contestar uma simples avaliação que, nos moldes em que estava desenhada, garantia o Muito Bom a todos quantos a requeressem?

Admira-me muito que ainda não tenha “enxergado” que, neste país, ninguém quer avaliar ninguém. Verdade! Recordo-lhe a máxima popular “Quem tem telhados de vidro não pode atirar pedras aos dos vizinhos”.

E julgar que durante algum tempo lhe dei o benefício da dúvida: Coitado, está a ser alienado!

Mas que desilusão! Considera mesmo que os professores são uns “baldas” e têm receio duma avaliação por mérito… Bem! Desculpo-o porque, fazendo jus à cor do seu cabelo… tem andado distraído… Mas está a ficar grisalho… e com idade para pensar pela própria cabeça e, ainda, de pensar antes de falar… A minha avó dizia-me muitas vezes: – “Filha! Devemos pensar antes de falar!” Mas hoje em dia toda a gente desatou a falar sem pensar. Não devem ter tido avós sensatas como a minha…

De facto, em relação aos professores está redondamente enganado! Nós não receamos a avaliação, mas sim que, à boa maneira portuguesa, o mérito como algo profundamente subjectivo é para os amigos, para os “lambe botas”, para os que representam votos, etc…etc… vale tudo em função da reeleição e para manter o “lugar ao Sol” … e isto também se aplica às escolas. Sabia que neste modelo de avaliação por pares, avaliados e avaliadores, competem pela mesma vaga? Acha mesmo que em Portugal alguém está preparado para reconhecer o mérito do “outro”? Para conviver com o facto do “outro” ser melhor? A minha experiência diz-me que o português quando vê uma “sombra” não descansa enquanto não a afasta … e como sair da sombra dá muito mais trabalho, o mais fácil é aniquilá-la.

E se em Portugal as pessoas fossem escolhidas por mérito e não por “compadrio”, com certeza nunca mais teríamos que ouvir falar de si. É que eu ainda não percebi qual é o seu mérito em Sinais de Fogo. Dominar a técnica da entrevista? Não me parece! Afinal é a sua opinião que prevalece. Se a opinião dos entrevistados for contrária à sua, atropela-os para se tornar mais audível. Para quem criticava a Manuela Moura Guedes, até que aprendeu bem a lição. Para não falar da leviandade com que faz afirmações sem estar devidamente fundamentado, contrariando por completo o código deontológico dos jornalistas…

Este comportamento até é admissível num saloio que vai à bola e encarna a personagem de treinador de bancada, agora numa pessoa com formação académica e suposta formação moral, não é admissível que faça juízos de valor sem o mínimo pudor.

Mas para que não continue a falar sem fundamentação, pois é eticamente incorrecto principalmente para um jornalista, convido-o a fazer uma visita à minha escola. E como já percebi que se preocupa com a educação dos alunos deste país, porque não aceitar fazer uma palestra sobre um tema que domine realmente. Uma prelecção sobre a influência dos livros de Ernest Hemingway – “Fiesta” e “Por Quem os Sinos Dobram” – no seu livro Rio das Flores seria de toda a pertinência. A sério! Sem ressentimentos! Garanto-lhe que os professores, ao contrário do que pensa, são pessoas de uma enorme generosidade, ou não estivessem eles habituados a lidar com os filhos de uma sociedade “enlouquecida”…
Isabel Machado

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