O "incentivo certo"
(JN de hoje;destaques meus)
Tinha regressado do hospital, onde sobrevivera a uma operação e ao programa da manhã do Goucha, e vi o primeiro-ministro (ou seria o Chapeleiro Louco de "Alice"?) explicar na AR a opção "os pobres que paguem a crise" do PEC socialista.
Não descartando a hipótese de estar ainda sob algum carrolliano efeito da anestesia, pareceu-me ouvir o primeiro-ministro dizer que o Governo não faz ideia de quanto poupará com os anunciados cortes no subsídio de desemprego mas que estes se justificam com o louvável propósito de... acabar com o desemprego, já que "há pessoas no desemprego que precisam de ter o incentivo certo para trabalhar" (aplausos ruidosos do Mercado e dos seus profetas, as agências de "rating").
O "incentivo certo" do PS para combater o desemprego já foi a criação de postos de trabalho. Mas não é que os 600 ou 700 mil madraços inscritos nos Centros de Emprego não querem, afinal, trabalhar?
Cortando-lhes o subsídio, sem terem que comer, vê-los-emos finalmente precipitar-se sobre os 150 mil postos de trabalho criados pelo Governo na anterior legislatura e não ocupados por "boys" nem "girls".
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