por JOÃO MARCELINO (DN de hoje)
1 Bastou meia dúzia de dias para que o novo líder do PSD, na sua primeira sondagem como líder da oposição, arrasasse os números que normalmente fazia Manuela Ferreira Leite (MFL).
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, Pedro Passos Coelho (PPC) está a posicionar-se na política com inteligência, responsabilidade e moderação, como uma alternativa de facto ao actual estado do País - que é péssimo.
Sobretudo, traz a vantagem de não querer incomodar-nos com complexos de superioridade ética e moral. Para nos lembrar o que deveria ser o homem e a virtude, vem aí o Papa. E mesmo ele transporta, como se sabe, a cruz das imensas contradições entre o caminho que prega e a realidade dos atalhos em que alguns membros da sua Igreja por vezes caminham…
2 O Barómetro da Marktest para a TSF e Diário Económico é histórico porque dá o PSD pela primeira vez à frente na era Sócrates.
Ora como Passos Coelho não teve tempo para fazer o que quer que fosse, a não ser exercitar o bom senso e o sentido de Estado (coisa não de somenos face ao que havia), este resultado deve corresponder não só ao desenvolvimento da crise económica e social, que não pára de se agravar, como à esperança de ver nascer, enfim, seis anos depois, uma real alternativa à governação socialista.
Um resultado destes, e com números tão relevantes, sendo meramente um primeiro estudo - e outros se seguirão, de outras entidades -, tem de ser visto como uma responsabilidade. O PSD está a iniciar um caminho que pode significar o regresso ao poder.
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Passos Coelho é, por estranho que isso possa parecer, neste momento o dono do jogo.
Depois de ter pacificado o partido em tempo recorde, a última semana correu-lhe muito bem, com a iniciativa da ida a São Bento e depois o encontro formal com alguns dos mais conhecidos economistas portugueses. Projectou de novo uma imagem tranquila, séria, realista, de um homem preocupado com o País e sem pressas de chegar ao poder.
Ou seja, Passos Coelho sabe o que outros políticos às vezes ignoram: em democracia o que dá votos é a fiabilidade e a confiança, não é a agressividade e a crítica a qualquer preço.
Só a revolução entrega o poder aos exaltados. Nesse particular, está a fazer um caminho que parece milimetricamente calculado e, até ver, reconhecido pela opinião pública.
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