segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Belo sermão



 Sábado, 16 de fevereiro de 2013

 

1. A propósito da renúncia de Bento XVI - "A saída antecipada de um Papa frágil e sozinho" - o "Público" escreveu no seu editorial de terça-feira última, dia 12: "Ainda é cedo para se conhecerem os dados (da renúncia de Bento XVI) mas a notícia que ontem chegou do Vaticano é suficiente para que os piores receios ganhem força. Os jogos de poder no seio da Cúria, a contaminação dos piores vícios temporais ou o intolerável e insusceptível de ceder ao relativismo dos princípios ou à prevaricação cinismo das facções que corroem a Igreja ( ... ) poderão ter atingido um nível dos dogmas da fé". Belo sermão! Bento XVI porém não aguentou. Fernando Ulrich deve achá-lo um falhado.
2. Franquelim Alves mandou o seu currículo para o Governo, o Governo não gostou desse currículo tal como lhe chegou às mãos. Mas mandou o senhor embora? Não, expurgou do referido currículo tudo aquilo que achou demasiado... E guardou o fulano. Aliás, presumo que em consequência de uma consulta ao dicionário, que define currículo (entre outras "significâncias") como: "pequeno atalho". E foi por aí que o Governo, pelo visto, decidiu ir...

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4. Ainda a propósito das denúncias por cá vindas a lume sobre padres pedófilos, o Patriarcado veio afirmar que "está sempre disponível para ajudar as autoridades". E eu à espera que viesse dizer que expulsaria de pronto da Igreja todos os padres pedófilos, como se não houvesse os perdões, os Deus te abençoe, meu filho, os vai em paz, os retiros, as transferências de paróquia ou até de país, etc. etc. etc. Estupidez a minha!

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6. João Rendeiro é de novo acusado pelo Ministério Público, desta vez por burla qualificada e outras bugigangas. Mas tenho de render-me (ou não fosse ele Rendeiro) à sua espantosa capacidade de fazer render o peixe (e que peixe!) durante tanto tempo. Não há dúvida (Ulrich diria): o homem aguenta-se! Já em compensação a Justiça deve andar muito mais cega do que aquilo que dela dizem.

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9. Espero que tenham lido um artigo que começa assim: "A 14 de Dezembro do último ano, Pedro Proença não descortinou condições mínimas para a realização do Vt.Setúbal-FC Porto." Prosseguindo o articulista: "Não serei eu a pôr em causa as razões que conduziram à decisão, tomada à margem de pressões por certo, mas" ( lá tinha de vir o mas) "assiste-me a liberdade de a encarar com reserva. ( ... ) Além disso, pelo que li e ouvi, poucas dúvidas subsistiram acerca da inevitabilidade da coisa. Com objectivos que naturalmente ignoro, creio que o jogo não se realizou por que isso ia ao encontro das conveniências do FC Porto. De outra maneira, não acredito que Proença ousasse patrocinar tão bizarra medida".

Entretanto, como se sabe, o FC Porto havia feito menção (a respeito da contestada nomeação para o Benfica - FC Porto de um árbitro - João Ferreira - que já demonstrou não ter estofo para dirigir grandes jogos) de que entendia que, para esses grandes jogos, deveriam ser nomeados os melhores árbitros, ao mesmo tempo aliás que Pedro Proença manifestara a sua disponibilidade para apitar o clássico em referência.

Conclusão do dito articulista, ao qual me tenho vindo, embora sem o nomear, a referir: " O problema é que não era mais possível esconder a enigmática convergência de interesses: o interesse de Proença em dirigir o Benfica-FC Porto e o interesse portista em que fosse ele a dirigi-lo"...

Pelo que, depois disto, pergunto:

·         será que no Código Penal não existe nada contra este tipo de insinuação feita jornalismo ou do jornalismo feito deste tipo de insinuação?

·         E o Sindicato não lê o que este senhor (vá lá o nome dele: Fernando Guerra, d'"A Bola") escreve?

·         E José Manuel Delgado não tem inveja do tão extremado e fremente benfiquismo do colega?

·         E a águia - a verdadeira - não sentirá o seu lugar ameaçado?

·         E será que, em vez do "Jornal de todos os desportos" que Cândido de Oliveira e Cândido dos Reis lá puseram, ainda acabaremos por ver, no frontispício d'"A Bola", "E pluribus unum" (todos por um), isto é, todos pelo Benfica?

Já deve ter faltado mais.

 10. Em França, a líder do Movimento contra o Casamento para Todos tem por nome Frigide Barjot. Depois da maravilhosa e saudosa Brigitte Bardot, "Frigide Barjot" chegou a fazer-me pensar que se tratava de uma brincadeira. Mas não. E, de resto, pensando bem, um nome assim não se inventa ...

 

[…]

 

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