(Ferreira Fernandes - DN de ontem)
Ainda fevereiro não acabou e Vítor Gaspar já confessa um erro: a recessão
não vai ser a que previra, mas o dobro.
E um dobro provisório (no ano passado ele teve de retocar as contas
várias vezes). E depois?
Porque se há de julgar uma pessoa pelos erros,
insistindo em não lhe reconhecer os méritos?
Gaspar faz erros de contas? Faz,
mas conta-o devagar.
É de uma comovedora inocência dar-nos tempo para ler-lhe
nos lábios os números enganados. Reconheço que os erros dele podem fazer mal a
muitas pessoas, mas temos de lhe agradecer por ter ido para ministro das
Finanças, onde esses males só ganham dimensão ao fim de um, dois anos...
Se
Gaspar tivesse ido para marceneiro faria as portas das discotecas a abrir para
dentro e, aí, os erros dele matariam centenas de pessoas numa madrugada.
Reparem, também não foi para copiloto.
Uma vez, no Verão de 1983, um Boeing
767, da Air Canada, reabasteceu-se em Montreal. Devia ter posto 22300 quilos de
fuel, mas o copiloto mandou encher 22300 libras, menos de metade.
Típico de
Gaspar, se lá estivesse.
A meio caminho o avião teve de planar. Será que
anunciaram devagarinho aos passageiros as perspetivas em baixa (oh, quanto!)
dos depósitos?
Felizmente o avião pôde aterrar num parque industrial em Gimli,
no Manitoba.
Trago este exemplo para mostrar que os erros nem sempre são
trágicos.
Às vezes, até são gloriosos: Colombo enganou-se nos cálculos, supondo
a Índia, descobriu a América...
Seria pior com Gaspar marceneiro
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