terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Correcção para todos os gostos




No Irão foram proibidos os "símbolos como corações, meios-corações, rosas vermelhas e qualquer outro relacionado com este dia (Dia dos Namorados)". Antes, entre outras infindáveis coisas incompatíveis com o política e teologicamente correcto islâmico, tinham já sido proibidos o "rock n' roll", o "rap", a música "ocidental" em geral, de Mozart a Madonna, o verniz para as unhas brilhante de mais, as "pizzas" e os hambúrgueres.

Mais perto, em Valência, conta Arturo Pérez-Reverte que o Conselho da Juventude e a autarquia divulgaram um "Guia de linguagem não heterossexista" que, entre outros casos, visa excluir da linguagem expressões "que pressuponham a existência de um pai e de uma mãe", de modo a que "a presunção de heterossexualidade" e a de que as pessoas têm que pertencer a um sexo determinado "vão desaparecendo da sociedade".

Por cá, com o atraso com que sempre nos chegam as grandes conquistas civilizacionais, só se proíbem ainda minudências como o tabaco ou o sal no pão. Para quando, ó drs. Francisco George e Malaca Casteleiro, um Movimento de Libertação da Gramática que erradique dela preconceitos heterossexistas como o dos géneros (por que raio o português não tem um neutro?) e acabe com a regra machista e antidemocrática que manda que, havendo numa série um elemento masculino, a concordância se faça no masculino mesmo que todos os restantes, centenas ou milhares, sejam femininos?

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