sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

PISA 2009 - I

Dizia-se, não sei se é verdade, que a jornalista Fernanda Câncio (FC) namora(va) com o primeiro-ministro (PM) José Sócrates e vice-versa. Realmente só uma paixão assolapada lhe permite doer-se tanto pelo Zé, como o fez no Diário de Notícias: Escreveu ela “Mas a reacção é de desconfiança, como quem diz: "isto só pode ser mentira". E porquê? Primeiro, porque é pecado pôr sequer a hipótese de uma coisa tão boa ser fruto de medidas governativas; segundo, porque somos uma porcaria de País, o desgraçadinho das estatísticas internacionais; terceiro, porque a escola pública é um fracasso, um sorvedouro de impostos que só produz indisciplina e analfabetos (como, aliás, os anteriores relatórios PISA "provavam")”.
Primeiro, porque não é pelo PM dizer A que todos nos curvamos e dizemos: A!

Segundo, porque “a coisa” não é “tão boa”! É apenas boa, quando não sofrível. Se tenho que apanhar um comboio pontualmente às 8 horas e chego às 8,15 horas estou bastante mal no cumprimento dessa obrigação. Se chego às 8,03 minutos estou melhor, ninguém duvida, mas continuo a não apanhar o comboio. O resultado prático é o mesmo! E nós ainda não estamos a chegar a horas…

Terceiro, porque “porcaria de país” poderá ser aquele em que FC mora, chafurdando-se como quiser, mas não é seguramente o meu. Almada Negreiros diria: se a Câncio é portuguesa, eu quero ser espanhol. Outro tolo, mas enfim…

Quarto, porque a escola pública produz mesmo analfabetos. FC talvez nunca tenho ouvido falar na distribuição normal ou em Gauss. É normal, mas uma pesquisa na wikipedia explicará melhor que eu. O número de excelentes é reduzido, o número de maus é reduzido. O número de bons é algo maior, assim como o número de medíocres. A maior parte da distribuição está bem no meio. E isto tudo para quê? Para que ninguém duvide que o que se faz na Escola Pública acaba no meio. Os melhores alunos são abandonados, os que podem pagar vão para escolas onde o professor lhes possa prestar atenção. Sim, porque o professor esgota-se e esgota o seu tempo disponível a tentar que alunos muito fracos recuperem. Pois. Mas isto é que se reflecte no PISA2009 em que os resultados muito negativos de alunos portugueses melhoraram. E os outros resultados, os bons, os excelentes, os dos alunos que serão, provavelmente, a elite futura de Portugal? Estagnaram…

Quinto e último comentário sobre FC, porque por muitas piruetas que ela e o PM façam num pas-de-deux sublime, a escola pública portuguesa está mesmo à deriva…

(continua)

Zé da Silva

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