segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

30 mil professores no desemprego?

13 Dezembro, 2010, por Ramiro Marques


O encontro de hoje entre a delegação da Fenprof, dirigida por Mário Nogueira, e o secretário de estado adjunto e da educação, Alexandre Ventura, deu em nada.

O encontro destinou-se a discutir o impacto das medidas inseridas no Orçamento para 2011 no desemprego docente e nos concursos de professores.

Tanto Mário Nogueira como Alexandre Ventura sabiam, com antecedência, que o encontro ia dar em nada.

A Fenprof continua a afirmar que o corte de 800 milhões de euros no Orçamento da Educação lançará no desemprego 30 mil docentes.

As contas da Fenprof baseiam-se nas consequências de várias medidas: redução do número de directores adjuntos e assessores, criação de mais mega-agrupamentos, redução da carga horária lectiva dos alunos, fim dos pares pedagógicos na disciplina de EVT e extinção do Estudo Acompanhado e Área de Projecto.

À saída da reunião, o diálogo de surdos foi notório.

Alexandre Ventura disse que só em Setembro de 2011 se saberá quantos professores vão ser despedidos. Mário Nogueira afirmou que os dados da Fenprof estão próximos da realidade, caso contrário o secretário de estado diria que eram exagerados.

A verdade é que nem Mário Nogueira nem Alexandre Ventura sabem quantos professores vão para o desemprego em Setembro de 2011. Nem Isabel Alçada nem Teixeira dos Santos sabem. Tão pouco José Sócrates.

Como as coisas estão, ninguém no Governo sabe nada. Quem sabe é Berlim e Bruxelas: a chanceler Merckel e a Comissão Europeia. Portugal perdeu a soberania em todas as políticas, incluindo as educativas, a partir do momento em que se deixou cair na insolvência. Com os juros da dívida pública perto dos 7%, crescimento do PIB perto do zero, uma dívida pública que representa já quase 100% do PIB e uma dívida pública e privada que supera os 200% do PIB, o Governo português manda em coisa nenhuma.

A credibilidade de Portugal no estrangeiro arrasta-se na lama. Teixeira dos Santos faz, neste momento, uma visita à China a mendigar a compra pelos chineses de parte da nossa dívida. Coisa nunca vista em 900 anos de História de Portugal.

De cada vez que Teixeira dos Santos e José Sócrates vão a Bruxelas, vêm de lá com as orelhas a arder e chegam a Lisboa com o rabinho entre as pernas e novas medidas de austeridade.

Infelizmente, deixaram o País chegar a um ponto que nenhuma medida resulta.

As únicas medidas que resultam, eles não as querem tomar: a redução das funções do Estado, pondo termo ao monopólio estatal na prestação de serviços, E não querem reduzir o peso do estado na economia e na sociedade por uma única razão: é lá que estão os empregos milionários para eles, os filhos deles e os filhos dos filhos deles. Tão simples como isso. Empurram o patriotismo com a barriga. Colocam os interesses do partido acima dos interesses do País.

Há cada vez mais evidências de que os actuais governantes, se forem confrontados entre a manutenção do Estado Social (ista) e a saída do euro, optarão pela segunda. Conduzirão a maioria dos portugueses à miséria mas guardarão para eles os altos cargos no Estado e nas empresas públicas

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