quinta-feira, 25 de abril de 2013
quarta-feira, 10 de abril de 2013
Intervalo na pausa para Pacheco Pereira
Pacheco Pereira defende demissão do Governo
O desastre da política económica deste Governo associada ao
sentimento de vingança em relação a todos aqueles que lhes criam obstáculos, são
motivos mais do que suficientes para demitir o Governo, defendeu ontem à noite
na SIC-Notícias José Pacheco Pereira.
"Este Governo está-se a tornar vingativo e não é de agora. À
medida que vai tendo cada vez mais dificuldades em cumprir aquilo que deseja
vinga-se em todos aqueles que lhes criam obstáculos", disse o social democrata e
comentador no programa "Quadratura do Círculo".
"O desastre da política económica deste Governo já existia antes
da decisão do Tribunal Constitucional", sublinhou.
Para Pacheco Pereira "o conjunto destas coisas justificaria a
demissão do Governo ou a dissolução da Assembleia".
"Acho que estamos a atingir um nível de perigosidade para as
instituições, para aquilo que é a atuação do Governo em função dos interesses
nacionais", acrescentou.
(lido no Expresso online)
terça-feira, 9 de abril de 2013
domingo, 7 de abril de 2013
Ponto da situação
O Passos, manco e maneta, fica porque quem o lá quer ainda não teve tempo para chupar ao Estado tudo o que pretende.
- O Aníbal diz que há condições porque não pode fazer outra coisa depois de tudo o que fez e disse.
- O Seguro pede eleições depois de fazer tudo o que pode para que não existam.
- O Portas observa, sabendo que muita coisa passa por ele.
- O Bloco Bicéfalo aguarda para ver se. O Oliveira, entretanto, fez uma falsa partida.
- O PCP pede a queda do Governo porque é isso que sempre pede há 39 anos.
- O Relvas vai andar por aí. Ou pelos trópicos. Depende.
- O Sócrates já anda por aí e os marimba boys agitam-se.
- Sobre os salgados & ulricos ver o primeiro ponto.
- Sobre as obras, enfim… o segredo é a alma dos negócios.
- Quanto a borginhos, ramirílios e relvettes, estão à espera de reprogramação, se necessário.
Paulo Guinote
sábado, 6 de abril de 2013
Há quem não perceba que isto está a mudar
(Ferreira Fernandes - DN)
O ministro do
Orçamento francês, Jérôme Cahuzac saiu, há semanas, do Governo de François
Hollande.
Um site de jornalismo de investigação, o Mediapart, revelara que ele
possuiu durante anos, até 2010, uma conta no banco suíço UBS, que nunca foi
declarado ao fisco.
Para um ministro do Orçamento, mesmo para pecado passado,
era um forte abuso, sobretudo em tempos em que os cidadãos não são poupados
(também em França) à austeridade.
Cahuzac demitiu-se, mas "isso não mudava
nada à sua inocência nem ao carácter caluniador das acusações", disse ele
no comunicado em que abandonava o cargo.
O Governo suspirou de alívio (as
sondagens não têm andado boas para Hollande) e agradeceu o sacrifício de Jérôme
Cahuzac.
Já têm acontecido assim a políticos, momentos maus, atitude nobre e,
no futuro, o reconhecimento pelo seu gesto (mesmo que nada viesse depois a
desmentir ou confirmar os factos iniciais da sua queda).
Acontece, porém, que
talvez estejamos em novos tempos, a ira dos debaixo já não deixa que as coisas
se arrastem até ao esquecimento.
A investigação (jornais e juízes) continuaram:
e, sim, era verdade a história da conta suíça.
Ontem, Cahuzac confessou-se "arrasado
de vergonha."
Mas, neste ponto, já era uma confissão indecente.
Há um
lição a tirar: por estes tempos, os homens públicos rezem para não serem
apanhados em falcatruas e, sendo, confessem logo. Os tempos não estão para
vamos lá ver se isto passa. Pelo menos algures.
sexta-feira, 5 de abril de 2013
A paixão segundo Relvas
por FERNANDA CÂNCIO (DN de hoje)
No debate da moção de censura do PS houve, perto do final, antes do discurso
de Portas (et pour cause), um momento premonitório. Relvas na bancada
governamental a abraçar os ministros da Economia e da Saúde (dois dos nomeados
em notícias recentes como remodeláveis) e a sair de seguida, solitário. Uma cena
de despedida. Tanto que, no Twitter, perguntei: "Relvas saiu do Governo?" As
respostas foram as expectáveis: "Quem dera."
Afinal, alguém deu.
Relvas saiu.
quinta-feira, 4 de abril de 2013
O último serviço de Carlos Cruz
Pelo
seu pé, sem que a polícia o tenha ido buscar, Carlos Cruz apresentou-se ontem
na prisão. Cumpriu o que prometera.
Carlos Cruz é culpado de um crime hediondo, a pedofilia.
Ainda que
ele se diga inocente, se sinta inocente e seja mesmo inocente, o
mecanismo que a nossa sociedade tem para definir quem é e não é culpado, com
todas as possibilidades de defesa e de recurso, não concluiu por essa inocência
e condenou-o.
A convicção que cada um de nós tem pouco conta.
Uma sociedade
seria insuportável se as condenações e absolvições se fizessem sem regras, ao
sabor de cada momento.
Por mim, várias vezes duvidei deste processo, mas
saúdo inteiramente o facto de Carlos Cruz se ter apresentado na prisão para
cumprir a pena a que foi inapelavelmente condenado.
Este é um serviço de Carlos Cruz ao país e à Justiça.
Porque nos recorda
a vergonha, o desmando e - porque não utilizar esta palavra? - a lata de
Isaltino Morais, de Macário Correia, de Vale e Azevedo e de tantos outros
que tudo fazem para que a Justiça não se cumpra.
Em particular, os dois
primeiros por serem políticos e com acrescida desonra para o primeiro, que
começou a vida como magistrado do Ministério Público.
Nenhum deles se diz mais inocente do que Carlos Cruz se disse em todo o
processo.
Mas ao entregar-se o ex-apresentador de TV submete-se à lei, como
todos nos devemos submeter, mesmo quando a sentimos injusta.
Dura lex sed
lex (a lei é dura, mas é a lei) diziam os romanos.
E esse princípio não
pode ser colocado em causa numa sociedade democrática.
Uma coisa é lutar com todas as armas legais ao nosso alcance. Outra é, através
de artimanhas e expedientes, colocar-se acima da lei.
O Grande Negócio da Educação
Por
Paulo Guinote
1
de Abril de 2013
Cruzam-se
no momento actual diversas matérias muito sensíveis para a definição do rumo da
Educação em Portugal, em particular no que se refere aos contornos da situação
da rede pública de escolas. Temos negociações em torno do concurso interno e
externo de professores – que são públicas. E temos negociações sobre uma
eventual reconfiguração das fronteiras entre o sector público e privado na
gestão da rede escolar paga (ou subsidiada) pelo Estado – que são privadas.
Gostaria de afirmar que não tenho especial preconceito
contra a iniciativa privada e que acolho, sem grande sobressalto, o princípio
da liberdade de escolha em Educação como algo positivo, desde que a liberdade
esteja associada a informação transparente e não se limite a ser a liberdade
dos mais fortes imporem as suas leis.
Significa isto que não anatemizo uma qualquer solução por meras questões
ideológicas e que faço o possível por basear as minhas posições em factos não
truncados e de fontes de diversas origens credíveis. Algo que, infelizmente,
nem sempre é habitual, em especial num momento em que a luta pelo acesso a
maiores fatias do orçamento do Ministério da Educação e da Ciência (MEC) por
parte de alguns interesses está ao rubro. E em que há distorções grosseiras da
realidade por parte dos que nada querem mudar, mas em especial daqueles que
querem “vender” soluções que apresentam como de sucesso milagroso garantido.
Vou deter-me um pouco nessa agenda conjunta, nem sempre assumida enquanto tal,
de alguns decisores políticos e de certos empreendedores privados que garantem
ter a solução para tornar a Educação mais barata em Portugal.
O embaratecimento da Educação na forma de pensar dos “liberais” que formam a
corte deste Governo passa por
- reduzir o número de professores dos quadros e
- replicar o modelo de gestão de certos grupos privados:
- uma maioria de docentes contratados, com horário completo e baixo pagamento,
- uma minoria nos quadros com uma carreira pouco elástica e
- uma elite de mandantes com o grosso dos privilégios na coordenação e supervisão pedagógica e administrativa das escolas.
A misteriosa gaveta de Nuno Crato
Ricardo Costa
9:16 Terça feira, 2 de abril
de 2013
Pode parecer embirração ou configurar perseguição.
Pode, acima de tudo, revelar que os meus horizontes são muito limitados.
Então,
· quando as calotes
polares derretem,
· quando a República
Centro-Africana se agita,
· quando o Papa Francisco
surpreende o mundo,
· quando chove há tantos
meses sem parar,
eu não tenho mais nada
para perguntar?
Quando o país aguarda em transe uma decisão do Tribunal Constitucional,
quando os portugueses se preparam
para assistir à moção de censura do PS,
quando Gaspar faz as contas a mais uma execução orçamental,
é só mesmo esta a
pergunta que me resta?
Sim,
com Sócrates ao alcance,
com Marques Mendes como alvo,
com Marcelo na mira e
com tantos políticos comentadores como assunto,
é esta pergunta que me
resta?
Confesso que o tema é pequenino, próprio do meu mundo e das minhas curtas
deambulações. Mas pronto, aqui vai:
que
raio é que está a fazer há dois meses na gaveta de Nuno Crato o relatório final
sobre as curiosas equivalências de Miguel Relvas?
Eu sei que o ministro da Educação tem que educar a pátria, salvar as
crianças da ignorância e transformar os nossos petizes em alemães.
Sei que os quer a fazer contas de cabeça e a escolher a profissão aos doze
anos.
Mas no meio de tanta coisa importante, será que o ministro se importa de abrir a gaveta da secretária e
mostrar ao mundo o relatório sobre o seu colega que esconde há dois meses?
Eu sei que é pedir pouco, mas hoje deu-me para isto. Amanhã já penso em
coisas importantes.
quarta-feira, 3 de abril de 2013
terça-feira, 2 de abril de 2013
segunda-feira, 1 de abril de 2013
domingo, 31 de março de 2013
sábado, 30 de março de 2013
sexta-feira, 29 de março de 2013
quinta-feira, 28 de março de 2013
quarta-feira, 27 de março de 2013
Dia Mundial do Teatro - 2013
Mensagem por Dario Fo
Hoje, os atores e as companhias de teatro têm dificuldades em encontrar teatros, praças públicas e espectadores, tudo por causa da crise. Os Governantes, portanto, não estão mais preocupados com os problemas de controle sobre aqueles que se expressam com ironia e sarcasmo, já que não há lugar para atores, nem existe um público para assistir.
Ao contrário, durante o período do Renascimento, na Itália, os que estavam no poder tinham que fazer um esforço significativo para manter em seus territórios, os Commedianti, uma vez que estes desfrutavam de um grande público.
É sabido que o grande êxodo de artistas da Commedia dell'Arte aconteceu no século da Contra-Reforma, que decretou o desmantelamento de todos os espaços do teatro, especialmente em Roma, onde foram acusados de ofender a cidade santa. Em 1697, o Papa Inocêncio XII, sob a pressão de insistentes pedidos do lado mais conservador da burguesia e dos expoentes do clero, ordenou a demolição do Teatro Tordinona, em cujo palco, segundo os moralistas, tinha encenado o maior número de performances obscenas.
Na época da Contra-Reforma, o cardeal Carlo Borromeo, que era ativo no Norte de Itália, havia se comprometido com o resgate dos "filhos de Milão", estabelecendo uma clara distinção entre a arte - como a mais alta forma de educação espiritual, e o teatro - a manifestação de palavrões e de vaidade. Em uma carta dirigida aos seus colaboradores, que eu cito de improviso, ele se expressa mais ou menos da seguinte forma: "(...) em relação à erradicação da erva do mal, fizemos o nosso melhor para queimar textos que continham discursos infames, para erradicá-los da memória dos homens, e, ao mesmo tempo, a processar também aqueles que divulgaram tais textos impressos. Evidentemente, no entanto, enquanto estávamos dormindo, o diabo trabalhou com astúcia renovada. Como penetra na alma mais do que o que os olhos vêem, o que você pode ler nos livros desse tipo! Assim como a palavra falada e o gesto apropriado são muito mais devastadores para as mentes dos adolescentes e jovens do que uma palavra morta impressas em livros. É, portanto, urgente livrar nossas cidades de fabricantes de teatro, como fazemos com as almas indesejadas.".
Então, a única solução para a crise está na esperança de que uma grande "expulsão" seja organizada contra nós e, especialmente, contra os jovens que desejam aprender a arte do teatro: a diáspora nova de comediantes, de fabricantes de teatro, que, certamente, a partir de tal imposição, terão benefícios inimagináveis para uma nova representação."
Dario Fo
tradução é de Tonico Lacerda Cruz
Viva o Teatro
!!!
Zé da Silva
terça-feira, 26 de março de 2013
segunda-feira, 25 de março de 2013
domingo, 24 de março de 2013
sábado, 23 de março de 2013
sexta-feira, 22 de março de 2013
quinta-feira, 21 de março de 2013
Dia Mundial da Poesia - 2013
Sophia de Mello Breyner Andresen
Camões e a tença
Irás ao Paço. Irás pedir que a
tença
Seja paga na data combinada
Este país te mata lentamente
País que tu chamaste e não
responde
País que tu nomeias e não nasce
Em tua perdição se conjuraram
Calúnias desamor inveja ardente
E sempre os inimigos sobejaram
A quem ousou seu ser
inteiramente
E aqueles que invocaste não te
viram
Porque estavam curvados e
dobrados
Pela paciência cuja mão de
cinza
Tinha apagado os olhos no seu
rosto
Irás ao Paço irás pacientemente
Pois não te pedem canto mas
paciência
Este país que te mata lentamente.
"Que se lixem as eleições"
(DN de 17/3)
O Governo,
de uma forma geral, e o ministro das Finanças, de uma forma particular, parecem
apostados em dar razão ao líder do PSD. Pelo andar da carruagem, vão mesmo
lixar-se nas eleições.
Adiar por um
ano o cumprimento das metas previstas no memorando, sem que a esse adiamento
corresponda um alivio da austeridade, é apenas ajustar o programa de
ajustamento à realidade dos números. A simples aritmética haverá de provar que
mais austeridade, mais recessão e mais desemprego é igual a menos votos.
Quando
Passos Coelho se dirigiu aos seus deputados explicando que não se importava de
perder umas eleições para salvar Portugal, Vítor Gaspar terá sido dos que
gostaram da tirada. O resto do PSD também, porque revelava um líder responsável
e, acima de tudo, porque aquilo cheirava a retórica política. No momento certo,
o Governo iria ajudar o PSD a conseguir nova vitória. 2014 e 2015 seriam anos
de crescimento e daria para aliviar a austeridade.
Como não vai
haver menos austeridade, menos recessão e menos desemprego igual a mais votos,
o independente Vítor Gaspar vai perceber, mais cedo do que tarde, como
funcionam os partidos. De herói a vilão é um passinho.
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