sexta-feira, 19 de junho de 2015
quarta-feira, 17 de junho de 2015
sexta-feira, 22 de maio de 2015
Uma semana depois... frases
“Só faço um aviso com amizade (…). Eu não aconselharia experimentalismos”,
diz o amigo Paulo Portas, criticando o programa de governo
do PS em matéria de segurança social.
“O interesse público de continuar o processo de privatização é hoje perfeitamente identificado por 10 milhões de portugueses”,
assegura o secretário de Estado dos Transportes Sérgio
Monteiro. Em que amostra se terá baseado, não é público.
“A televisão reserva para si um espaço privilegiado em que se encarrega de promover a rivalidade e o ódio, e sobretudo, a agressão física sistemática: o futebol, bem entendido”,
escreve Vasco Pulido Valente numa crónica intitulada “Lixo”.
“Este processo é um plebiscito para a entrega do poder absoluto a um homem – algo em que eu me recuso a alinhar”,
disse Luís Figo, comentando que não vai a jogo na corrida
à presidência da Fifa.
“A cirurgia plástica comprou-me uma década”,
afirmou Jane Fonda do alto dos seus recauchutados 77 anos.
(retiradas do Expresso Curto-hoje)
diz o amigo Paulo Portas, criticando o programa de governo
do PS em matéria de segurança social.
“O interesse público de continuar o processo de privatização é hoje perfeitamente identificado por 10 milhões de portugueses”,
assegura o secretário de Estado dos Transportes Sérgio
Monteiro. Em que amostra se terá baseado, não é público.
“A televisão reserva para si um espaço privilegiado em que se encarrega de promover a rivalidade e o ódio, e sobretudo, a agressão física sistemática: o futebol, bem entendido”,
escreve Vasco Pulido Valente numa crónica intitulada “Lixo”.
“Este processo é um plebiscito para a entrega do poder absoluto a um homem – algo em que eu me recuso a alinhar”,
disse Luís Figo, comentando que não vai a jogo na corrida
à presidência da Fifa.
“A cirurgia plástica comprou-me uma década”,
afirmou Jane Fonda do alto dos seus recauchutados 77 anos.
(retiradas do Expresso Curto-hoje)
sexta-feira, 15 de maio de 2015
quarta-feira, 13 de maio de 2015
terça-feira, 12 de maio de 2015
segunda-feira, 11 de maio de 2015
domingo, 10 de maio de 2015
sábado, 9 de maio de 2015
Escândalo
Considero um escândalo que o anterior primeiro-ministro, apesar de já não se encontrar em funções há cerca de quatro anos, continue a viver numa habitação paga pelo Estado português, com direito a alimentação.
Ricardo Araújo Pereira, na Visão
Ricardo Araújo Pereira, na Visão
sexta-feira, 8 de maio de 2015
quinta-feira, 7 de maio de 2015
A guerra na Europa acabou há 70 anos!
Passaram 70 anos sobre o fim da II Guerra Mundial na Europa.
O Der Spigel tem um artigo multimédia notável.
O Der Spigel tem um artigo multimédia notável.
quarta-feira, 6 de maio de 2015
terça-feira, 5 de maio de 2015
segunda-feira, 4 de maio de 2015
sábado, 2 de maio de 2015
sexta-feira, 1 de maio de 2015
1 de Maio - Arranja-me um emprego
Tu precisas tanto de amor e de sossego
- Eu preciso dum emprego
Se mo arranjares eu dou-te o que é preciso
- Por exemplo o Paraíso
Ando ao Deus-dará, perdido nestas ruas
Vou ser mais sincero, sinto que ando às arrecuas
Preciso de galgar as escadas do sucesso
E por isso é que eu te peço
Arranja-me um emprego
Arranja-me um emprego, pode ser na tua empresa, com certeza
Que eu dava conta do recado e pra ti era um sossego
Se meto os pés para dentro, a partir de agora
Eu meto-os para fora
Se dizia o que penso, eu posso estar atento
E pensar para dentro
Se queres que seja duro, muito bem eu serei duro
Se queres que seja doce, serei doce, ai isso juro
Eu quero é ser o tal
E como o tal reconhecido
Assim, digo-te ao ouvido
Arranja-me um emprego
Arranja-me um emprego, pode ser na tua empresa, com certeza
Que eu dava conta do recado e pra ti era um sossego
Sabendo que as minhas intenções são das mais sérias
Partamos para férias
Mas para ter férias é preciso ter emprego
- Espera aí que eu já lá chego
Agora pensa numa casa com o mar ali ao pé
E nós os dois a brindarmos com rosé
Esqueço-me de tudo com um por-do-sol assim
- Chega aqui ao pé de mim
Arranja-me um emprego
Arranja-me um emprego, pode ser na tua empresa, com certeza
Que eu dava conta do recado e pra ti era um sossego
Se eu mandasse neles, os teus trabalhadores
Seriam uns amores
Greves era só das seis e meia às sete
Em frente ao cassetete
Primeiro de Maio só de quinze em quinze anos
Feriado em Abril só no dia dos enganos
Reivindicações quanto baste mas non tropo
- Anda beber mais um copo
Arranja-me um emprego
Arranja-me um emprego, pode ser na tua empresa, com certeza
Que eu dava conta do recado e pra ti era um sossego
letra e música: Sérgio Godinho
quinta-feira, 30 de abril de 2015
Frases do Sampaio (o da Nóvoa)
FRASES (especial Sampaio da Nóvoa)
(retirado do Expresso Online)
“Não foi fácil a decisão de me candidatar” (para a família)
“Não venho para deixar tudo na mesma” (para outros descontentes)
“Não serei um espetador impávido da degradação da nossa vida pública” (para Cavaco Silva)
“Um Presidente pode fazer a diferença” (idem)
“Não me resignarei perante a destruição do Estado Social” (aspas aspas)
“Chegou o tempo de acordar e despertar” (para os adormecidos)
“O que falta a Portugal? Um projeto de mudança” (para os aborrecidos)
“Unir os portugueses e criar pactos para o futuro” (para os desunidos)
“(Portugal) tem tudo para ser um país de referência no século XXI” (para o diretor da Monocle. E para o secretário de Estado do Turismo)
“Não podemos perder o país que conseguimos levantar nas últimas décadas, nem por silêncio, nem renúncia” (para a comunidade de fãs dos Silence 4)
“(Darei) especial atenção às Forças Armadas, militares e antigos combatentes” (para a comunidade castrense)
“(A minha campanha terá) uma grande contenção de custos e enorme transparência de contas” (para a comunidade de fãs de Vítor Gaspar)
“Nas últimas décadas, os portugueses criaram condições como nunca tiveram nas suas vidas em tantos domínios. Não deixemos que tudo isto voe para trás. Podemos preparar-nos” (para a comunidade académica e científica, aprés Mariano Gago)
“Que não se feche na Europa, que se abra ao mundo e em particular à língua portuguesa" (para a comunidade da Lusofonia. Inclui Guiné-Equatorial?)
“Não podemos continuar à espera que nos salvem” (para chatear a comunidade católica, mais a messiânica e sebastianista)
“Peço a todos que se elevem acima da mediocridade e não esmoreçam perante as dificuldades” (para todos os estrangeiros
quarta-feira, 29 de abril de 2015
terça-feira, 28 de abril de 2015
domingo, 26 de abril de 2015
3 poemas a propósito do 25 de Abril
1-
Pranto pelo Dia de
Hoje
(Sophia de Mello
Breyner Andersen)
Nunca choraremos bastante quando vemos
O gesto criador ser impedido
Nunca choraremos bastante quando vemos
Que quem ousa lutar é destruído
Por troças por insídias por venenos
E por outras maneiras que sabemos
Tão sábias tão subtis e tão peritas
Que nem podem sequer ser bem
descritas.
2-
Letra para um
hino
(Manuel Alegre)
É possível falar sem um nó na
garganta
É possível amar sem que venham
proibir
É possível correr sem que seja a
fugir.
Se tens vontade de cantar não tenhas medo:
canta.
É possível andar sem olhar para o
chão
É possível viver sem que seja de
rastos.
Os teus olhos nasceram para olhar os
astros.
Se te apetecer dizer não grita comigo:
Não.
É possível viver de outro modo.
É possível transformares em arma a tua
mão.
É possível o amor. É possível o
pão.
É possível viver de pé.
Não te deixes murchar. Não deixes que te
domem.
É possível viver sem fingir que se
vive.
É possível ser homem.
É possível ser livre livre
livre.
3-
Cantiga de
Abril
(Jorge de Sena)
Qual a cor da
liberdade?
É verde, verde e
vermelha.
Quase, quase cinquenta anos
reinaram neste país,
a conta de tantos danos,
de tantos crimes e enganos,
chegava até à raiz.
Qual a cor da
liberdade?
É verde, verde e
vermelha.
Tantos morreram sem ver
o dia do despertar!
Tantos sem poder saber
com que letras escrever
com que palavras gritar!
Qual a cor da
liberdade?
É verde, verde e
vermelha.
Essa paz do cemitério
toda prisão ou censura,
e o poder feito galdério,
sem limite e sem cautério,
todo embófia e sinecura.
Qual a cor da
liberdade?
É verde, verde e
vermelha.
Esses ricos sem vergonha,
esses pobres sem futuro,
essa emigração medonha,
e a tristeza uma peçonha
envenenando o ar puro.
Qual a cor da
liberdade?
É verde, verde e
vermelha.
Essas guerras de além-mar
gastando as armas e a gente,
esse morrer e matar
sem sinal de se acabar
por política demente.
Qual a cor da
liberdade?
É verde, verde e
vermelha.
Esse perder-se no mundo
o nome de Portugal,
essa amargura sem fundo,
só miséria sem segundo,
só desespero fatal.
Qual a cor da
liberdade?
É verde, verde e
vermelha.
Quase, quase cinquenta anos
durou esta eternidade,
numa sombra de gusanos
e em negócios de ciganos,
entre mentira e maldade.
Qual a cor da
liberdade?
É verde, verde e
vermelha.
quinta-feira, 23 de abril de 2015
quarta-feira, 22 de abril de 2015
terça-feira, 21 de abril de 2015
segunda-feira, 20 de abril de 2015
domingo, 19 de abril de 2015
História social da "cunha"
OPINIÃO
A origem das “cunhas” cobre todas as classes sociais e todas as áreas da
sociedade.
Nos espólios que tenho
organizado relativos ao século XX português há uma constante que os atravessa a
todos, sejam de que natureza for, que é a presença maciça de “cunhas”. Literalmente milhares de “cunhas”, que aumentam
quanto mais poderosas forem as funções daquele a quem se pede um favor.
Mas esta regra não é assim tão evidente,
visto que há também muitas centenas de “cunhas” para pessoas que não tendo
altas funções na burocracia do Estado estão colocados numa situação estratégica
para concederem favores pessoais de emprego e de carreira. Dada a natureza dos
espólios em que tenho trabalhado, a maioria das “cunhas” exerce-se em relação
ao Estado e aos seus corpos e, depois do 25 de Abril, aos partidos políticos ou
por via dos partidos políticos tendo também como destinatário o Estado. Os
partidos políticos tornaram-se com o tempo e a democracia o lugar da “cunha”,
com maior ênfase para os que acedem ao poder político central, mas também com
grande dimensão ao nível autárquico.
sexta-feira, 17 de abril de 2015
quarta-feira, 15 de abril de 2015
Na Alemanha, não há corte nas pensões.
Na Alemanha, não há corte
nas pensões.
(recebido e reenviado como tal: não foi verificada
a autenticidade, mas… )
O Sr. Passos —
discípulo submisso da D. Merkel — isto não vê, nem refere. Está sempre a fazer
comparações com a Europa e em especial a Alemanha e desrespeita tanto o nosso Tribunal
Constitucional.
O Tribunal Constitucional alemão
equiparou as pensões à propriedade, pelos que os governos não podem alterá-las
retroactivamente.
A Constituição alemã, aprovada em 1949, não tem qualquer
referência aos direitos sociais, pelo que os juízes acabaram por integrá-los na
figura jurídica do direito à propriedade.
A tese alemã considera que o direito
à pensão e ao seu montante são idênticos a uma propriedade privada que foi
construída ao longo dos anos pela entrega ao Estado de valores que depois têm
direito a receber quando se reformam.
Como tal, não se trata de um subsídio nem
de uma benesse, e se o Estado quiser reduzir ou eliminar este direito está a
restringir o direito à propriedade. Este entendimento acabou por ser acolhido
pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem
maior formação escolar = maior participação democrática ?
Às duas
da tarde, a sala de seminários enche-se com 20 jovens investigadores,
estudantes de mestrado e professores da Nova
School of Business and Economics, sentados à volta de uma mesa em
Campolide, em Lisboa. Horacio Larreguy,
hispano-argentino, professor assistente do departamento de governo da
Universidade de Harvard, nos EUA, liga o seu computador ao projetor e começa a
falar do seu mais recente trabalho: “Se a
educação aumenta as capacidades de pensamento crítico, a consciência política e
o apoio à democracia, os cidadãos mais instruídos, com maior nível de formação
escolar, podem ser levados a pensar, em certos casos, que a sua participação é
fútil ou legitima regimes autocráticos.”
Toda a
literatura apontava para o efeito contrário, explica Larreguy ao PÚBLICO, já
depois de ter passado pelo crivo da arguição, céptica, dos seus pares
portugueses, no seminário organizado pelo centro Novafrica. “Julgamos que nas transições democráticas as coisas são complementares: o
bem-estar económico e a educação levam à participação política. Que com algum
desenvolvimento, as coisas chegam. O que este trabalho demonstra é que há
alguma complexidade nisso. Não digo que isso não seja assim, de todo, mas há
casos em que não se passa assim.”
[…]
Mas
responde com Espanha. “O meu feeling diz-me
que é de esperar que haja um nível elevado de desilusão entre os jovens mais
qualificados. É o que se passa em Espanha, com o Podemos. São pessoas educadas,
académicos, e estão a acarinhar esse preciso descontentamento. É natural, e
isso vê-se, que a juventude esteja desencantada e com uma participação política
menor em muitos países europeus. O que aconteceria àqueles eleitores espanhóis
se não existisse o Podemos? Talvez se abstivessem. Mas estou a falar fora da
minha zona de conforto…”
[…]
“quanto menos meios de
comunicação tivermos a denunciar escândalos de corrupção antes das eleições,
menor será a probabilidade de os políticos corruptos serem penalizados nas
urnas”.
A
pergunta seguinte é óbvia: os meios de comunicação social ajudam a prevenir a
corrupção? Larreguy não dá logo uma resposta directa, mas assume, ao fim de
alguns segundos, que “sim”. “Se os
políticos antecipam que existe uma possibilidade de os cidadãos virem a
conhecer pelos media um escândalo de corrupção, têm mais probabilidade de não
se envolver nesses esquemas. Ou seja, há estudos que o demonstram, a mera
hipótese de virem a ser revelados os escândalos faz com que os políticos temam
aceitar subornos.”
Será
nesse frágil terreno que várias democracias europeias estarão em jogo, nos
próximos tempos. Com o espectro de uma abstenção significativa, e com a sombra
de uma alta perceção da corrupção, o “alheamento
deliberado” pode
vir a revelar-se uma explicação mais próxima geograficamente do que deixa
antever o caso sul-africano debatido na Universidade
Nova.
segunda-feira, 13 de abril de 2015
domingo, 12 de abril de 2015
sábado, 11 de abril de 2015
De volta ao faroeste
NOTA PRÉVIA:
Sou fundamentalista - sempre e muito ferozmente contra a aplicação da pena
de morte. E há muito que não me interessa argumentar mais.
Zé da Silva
Zé da Silva
De volta ao faroeste
João Dias Miguel (artigo
publicado na VISÃO 1152, de 2 de abril)
Com as companhias europeias a recusarem-se a fornecer
drogas aos estados executores da pena de morte, o Utah, o Wyoming e a Virgínia
ponderam o regresso dos esquadrões de fuzilamento, da cadeira elétrica e da
câmara de gás.
A
câmara de fuzilamento da prisão de Draper, perto de Salt Lake City, no Utah,
foi utilizada pela última vez em 2010
Foto: Reuters
É irónico que o slogan de uma das maiores companhias
do mundo, símbolo do "sonho" voluntarista e do poder global
norte-americano - o "Just do it",
da Nike - se tenha baseado nas palavras de um condenado à morte.
"Let's do it", disse Garry Gilmore, quando, frente a um quinteto de fuzilamento, em 1978, lhe deram dois minutos para as suas últimas palavras - assim inspirando o publicitário Lan Wieden a criar o famoso mote.
"Let's do it", disse Garry Gilmore, quando, frente a um quinteto de fuzilamento, em 1978, lhe deram dois minutos para as suas últimas palavras - assim inspirando o publicitário Lan Wieden a criar o famoso mote.
Gilmore foi o primeiro condenado à morte depois de uma
moratória de facto ter sido imposta pelos tribunais norte-americanos, durante
dez anos até 1976. Discutiam os doutos senhores das leis exatamente o que
constituía, ou não, um "castigo
cruel e raro" - proibido pela oitava emenda à Constituição dos EUA.
Quando o Supremo Tribunal de Justiça norte-americano se decidiu pela manutenção
do castigo capital, Gilmore foi morto numa antiga fábrica de conservas da
prisão do Estado do Utah, no deserto.
Pouco depois, em 1982, o Texas torna-se o primeiro
estado a executar alguém recorrendo ao mais "humano" método da morte 'medicalizada'
- "limpa", "segura" - através da administração
de três drogas: um anestésico, um paralisante e uma droga que para a pulsação.
E, em 2000, praticamente todos os 32 Estados que ainda
aplicam hoje este castigo tinham banido as execuções a tiro, pelo menos
enquanto primeira opção.
Mas, na semana passada, o Utah aprovou o regresso dos
fuzilamentos, enquanto outros estados ponderam trazer de volta a cadeira
elétrica e a câmara de gás. O motivo?
A escassez:
primeiro foi a Hospira, companhia do
Illinois que produzia o tiopental, uma das drogas usadas, que, sob pressão, anunciou
que a deixaria de fabricar. Muitos estados viram-se assim para a Europa,
adquirindo antes uma droga chamada pentobarbital. Mas a Lundebeck, a companhia dinamarquesa que a fabrica, protestou
contra o seu uso em execuções - e também deixou de a vender para os EUA.
Assim, os executores voltaram-se para outro tipo de
drogas, não verificadas pela FDA (Food
and Drug Administration), ao mesmo tempo que legislavam para que pudessem
esconder a origem - duvidosa - dos fornecedores dos venenos. E, neste processo,
várias das execuções realizadas proporcionaram verdadeiros filmes de terror:
-Dennis McGuire,
que confessou a violação e morte de uma jovem recém-casada, em 1989, demorou 25
minutos a morrer, em janeiro de 2014.
-E houve vários casos semelhantes: no episódio mais
famoso, em 2009, Rommel Broom esteve
duas horas em sofrimento antes do governador do Ohio, Ted Strickland,
interromper a execução (continua, no
entanto, no corredor da morte).
Demasiados erros
Agora, o Texas, o Ohio, o Utah, e outros estão prestes
a esgotar as suas reservas de pentobarbital, levando-os a aprovar legislação
que faz regressar os métodos mais antigos e "bárbaros" de matar: a câmara
de gás pode estar de regresso ao Wyoming, a cadeira elétrica à
Virgínia. O que por sua vez, põe a questão da pena de morte na ordem do dia,
numa altura em que as sondagens mostram que o apoio à pena de morte na América
está no seu ponto mais baixo das últimas décadas: apenas 60% da população,
quando, em 1994, eram 80% (isto segundo a
Gallup, que afere este apoio desde 1972).
Enquanto os americanos repensam o castigo capital,
segundo o relatório anual da Amnistia Internacional sobre a Pena de Morte, ele
caminha a bom ritmo para o desaparecimento - mesmo nos EUA, o número de
execuções efetivas tornou a baixar (de 39 para 35). De resto, o relatório
continua a apontar que o país que, na Europa, se pode comparar à América (enquanto únicos países renitentes no seu
respetivo continente) é a... Bielorrússia, também conhecida como a última ditadura estalinista
da Europa.
As razões para a mudança na opinião que os
norte-americanos têm sobre a pena de morte são essencialmente práticas: nos
últimos anos, os testes de DNA vieram pôr em causa o próprio sistema de
justiça, ilibando quase duas dezenas de pessoas, em 151 casos conhecidos em que se
provou, ainda em vida, que o condenado à morte estava inocente.
Um dos últimos casos foi o de Kwame Ajamu (antes Ronnie Bridge) do seu irmão, Wiley Brigde e de Ricky Jackson, de 17, 20 e 19 anos, respetivamente, negros que
foram falsamente acusados de matarem um homem branco, em 1975, e passaram 39
anos na prisão (um recorde), à espera de serem assassinados a qualquer altura (pelo Estado ou pela população prisional).
Foram todos libertados no final de 2014, depois da única testemunha - Eddie
Vernon, que estava a morrer - se ter arrependido de ter entrado no "jogo
de mentiras" das autoridades de Cleveland, Ohio, e ter feito a confissão
de última hora.
Uma justiça racista
Casos como o de Brigdeman provam que, vista da
perspetiva do seu sistema de justiça, a América, "Land of the free",
é tudo menos livre. De facto, os EUA têm 2,3 milhões de presos, quase tantos
como a Rússia e a China, duas campeãs do desrespeito dos direitos humanos, juntas.
Quando se compara a importância relativa da população prisional per capita verifica-se que os EUA têm
dez vezes mais presos do que as sociedades democráticas europeias da França,
Reino Unido e Alemanha - que juntos têm sensivelmente a mesma população. São
751 detidos por cada cem mil habitantes, que comparados, por exemplo, com os
151 da Espanha ou os 63 do Japão, ficam muito mal na fotografia.
Os negros são parte altamente desproporcionada dos detidos na
América (quase 50% dos presos são negros,
mas eles representam apenas 14% da população). Isto, num sistema em que o
lobby privado que se encarrega da gestão das prisões tem conseguido fazer
passar, a nível estadual, legislação que acaba com as reduções de penas por bom
comportamento, reduz a aplicação das circunstâncias atenuantes e alarga o
espetro dos crimes passíveis de cadeia.
Mais: a
pena capital, nos EUA, é aplicada de forma que, estatisticamente falando, se
prova racista e preconceituosa: as probabilidades de se ser condenado à morte
por se matar um branco são inúmeras vezes superiores às de se receber esse
mesmo castigo por matar um negro. Mas, de certa forma, ainda bem que o
Utah quer de novo o esquadrão de fuzilamento ou o Wyoming a câmara de gás. Como
diz Rene Denfeld, cuja profissão é a de investigar a credibilidade das provas
em casos de pena de morte: "O mito da execução 'humana' começou com as
injeções letais. Agora, o Utah tornou a sacar as armas e as execuções passaram
a ser reais outra vez. Isso significa que podemos voltar a discuti-las."
O que diz Nóvoa
A decisão sobre a candidatura será tomada depois do 25 de Abril porque, segundo disse à VISÃO, "não quero cavalgar datas que não são minhas". Reunido com 7 a 8 pessoas da sua confiança, o ex-reitor da Universidade de Lisboa continuará a ponderar nos próximos dias. Mas, garante, "se avançarem outros com um projeto de mudança, não vou atrapalhar".
Certo é que os últimos dias têm sido de grande azáfama pública, com António Nóvoa a aparecer em várias cerimónias em que o secretário-geral do PS, António Costa, estava presente. Isto apesar de a posição do partido em relação à possível candidatura de Nóvoa estar longe de ser pacífica. De Mário Soares chegou já apoio, mas são muitas as críticas. As mais ferozes vieram do secretário nacional dos socialistas, Sérgio Sousa Pinto: "Sublime virgindade de, em 60 anos, nunca se ter metido em partidos, de que fugiu como do tifo."
[Apetece-me dizer sobre Sérgio Sousa Pinto: "Sublime estupidez intelectual de quem, tendo 43 anos, pensa que ainda é virgem de ideias e remete a única felicidade política para o interior dos partidos].
Enquanto esperamos para ver se a "virgindade" será virtude, fica uma seleção de dizeres para conhecer o pensamento do quase candidato à presidência.
Política e políticos
"Não quero nada da tralha que vem com os cargos. A política deve ser o lugar da criação de futuros, da confiança. E isso está a correr mal. Vi este Governo com grande expectativa inicial e depois de não acertarem uma única previsão, comecei a ver uma incompetência total."
- Em entrevista à VISÃO, a 23 de Maio de 2013.
"Quando temos disponibilidade para um cargo público, temos de assumir que vamos ter prejuízo, perder dinheiro."
"Não é sério dizermos que somos candidatos em outubro para umas eleições que acontecem dois meses depois."
- Em entrevista ao 'Jornal de Notícias', 4 de Abril de 2015.
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