domingo, 18 de setembro de 2011

Sócrates - Vieira da Silva - Formação

Do Blogue "Do Portugal profundo"
(destaques e imagens da internet colocados por mim)



Na passada terça-feira, dia 13-09-2011, foi divulgado um relatório da OCDE (Education at a Glance, 2011) que posiciona Portugal, algo estranhamente, em primeiro lugar em termos de taxa de diplomados do Ensino Secundário de 96% em 2009 e nos jovens em idade de concluir esse nível de ensino.

Nesse mesmo dia 13 - mas o azar é nosso... - foram produzidas declarações à TSF, igualmente estranhas, quer pela ex-ministra Isabel Alçada, quer pelo ex-presidente da Agência Nacional para a Qualificação, Luís Capucha, o «grande executor» da Iniciativa Novas Oportunidades dos governos Sócrates. Luís Capucha afirmou à TSF: «Espero que, por um lado, a iniciativa continue a ser muito acompanhada e avaliada. Portugal não se pode dar ao luxo de baixar a guarda a uma exigência de rigor que é essencial para a credibilidade da iniciativa».

Aquilo que Isabel Alçada e Luís Capucha se esqueceram de dizer é que a taxa de diplomados do Ensino Secundário para jovens com menos de 25 anos é muito inferior aos 96% amplamente divulgados: é de apenas 63%, um dos valores mais baixos da OCDE. Isto significa que os afamados 96% só foram possíveis de alcançar através da «ajudinha» dos diplomas conferidos pela Iniciativa Novas Oportunidades a adultos com 26 e mais anos.
 
Além disso, não existe país na OCDE onde a «batota» em torno das estatísticas da educação seja tão evidente e preocupante (veja-se, por exemplo, o caso do teste PISA 2009), não se compreendendo aquelas afirmações de Luís Capucha que utilizou as expressões de «rigor» e «credibilidade» para adjectivar tamanha farsa.

Muita razão, e coragem neste ambiente ainda socratino, demonstrou o Ministro da Educação, o Prof. Doutor Nuno Crato, quando, no final do Conselho Nacional de Educação desta mesma terça-feira, 13-9-2011, declarou aos jornalistas que o programa Novas Oportunidades «inflaciona em muito os números», que o relatório da OCDE «esconde a realidade» do País e que «temos sido muito críticos em relação a distribuir diplomas porque isso não resolve os problemas do País». E Nuno Crato acrescentou: «o que resolve é a formação». Ou seja: a Iniciativa Novas Oportunidades não passou de uma enorme farsa, que visou enganar os portugueses, as organizações internacionais e os prórpios diplomados, conferindo diplomas de modo expedito e negligente - e até sendo objecto de imputações de fraude -, sem garantir a melhoria das competências dos... «formandos».

As conclusões convenientes do relatório da OCDE foram imediatamente empurradas para a Lusa, e depois amplificadas pela jornalista do Público, Bárbara Wong, também na SIC-Notícias (ouvia-se dizer que se mais não existisse, bastaria a conclusão, firmada por alegado estudo, de que os filhos dos pais diplomados nas Novas Oportunidades mostram mais apetência por estudar...). O forno socratino continua a trabalhar: prepara-se rapidamente a massa com sêmola afarelada, coze-se com cuidado e distribui-se com grande impacto mediático pelos canais de confiança que atestam a excelente qualidade do pão... ázimo. Simultaneamente, sugerem a necessidade de uma avaliação do programa Novas Oportunidades (e já agora do POPH)... muito rigorosa, dassim do tipo iscteano-socialista. Possivelmente, esperam neste ambiente ainda tolhido pelo socratismo, que a avaliação seja feita por eles próprios e pelas empresas do grupo, encabeçadas por testas de ferro e homens de palha, para louvarem a responsabilidade que eles próprios tiveram, na habitual polivalência de circulação do poder e consultoras que nos arruinou ao longo de dezasseis anos de socialismo efectivo.

Os socratinos, liderados pelo sombrio príncipe regente Vieira da Silva, enquanto o rei Sócrates se esconde no devaneio parisiense, não se contentaram em lançar os foguetes. Agora, como se percebe nesta manobra de pressão de Luís Capucha, querem ser eles a bater as palmas, dizendo que o fogo - chocho... - foi muito bonito, e a ir apanhar as canas para próximo contrato. Tudo em família

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