É ler a imprensa e reparar como a
Educação desapareceu do radar no que aos balanços dos acontecimentos mais
importantes do ano diz respeito.
Isto num ano em que se sucederam
inépcias diversas e disparates enormes no sector e em que até na avaliação do Expresso,
sempre tão afável com o seu ex-colaborador, a avaliação de Nuno Crato atinge
níveis mínimos históricos, suplantando pela negativa todos os seus colegas de
desgoverno e olhem que anda por lá muita gente inepta.
Como foi isto possível?
Como é possível que tenha quase
morrido para a opinião pública qualquer polémica numa área tutelada por um
ministro incapaz de dominar uma única área específica do seu ministério e
desastroso do ponto de vista político, ao ponto de ser Poiares Maduro a assumir
parte das suas funções quanto à transferência de competências para as
autarquias ou a precisar do aval de um secretário de Estado qualquer para
aprovar rescisões de professores?
A resposta encontra-se na
quase total rendição de uma classe profissional, cansada e desiludida com
insucessos sucessivos, e na incapacidade de agir de forma consequente dos
seus representantes institucionais, oscilando entre a irrelevância prática e o
desejo de ser parceiros à mesa (FNE) e o ensaio, realização e
auto-avaliação de lutas sempre apresentadas como vencidas, apesar das
sucessivas derrotas (Fenprof). Das organizações micro-corporativas formadas
pelos “dirigentes escolares” restaram umas opiniões individuais e a apatia
colectiva.
Nuno Crato foi o mais desastroso
ministro da Educação dos últimos 20 anos, pois, ao contrário de Maria de Lurdes
Rodrigues, quando assumiu a pasta tinha os professores e a opinião pública do
seu lado.
Agora, resta a indiferença, pois
já nem animosidade consegue verdadeiramente despertar, ao contrário da iniciadora
das políticas que ele aprofundou.
Pelo caminho, perdemos todos e
perdeu o país, mas só saberemos disso quando ele estiver bem longe e ao abrigo
de qualquer responsabilização. Ele, os seus mandantes e mais os homens dos
interesses que deixou vicejar em torno do orçamento do seu
ministério
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Este blogue é gerido por Zé da Silva.
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