terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

teoria do LFM

João Delgado (in vermelhos.net)


Luís Filipe Menezes falou hoje, na Antena 1, em defesa da supressão da folga carnavalesca, aduzindo os habituais argumentos “austeritários”, mas juntando-lhe, entusiasmado com a sua própria verve, uma nota arrebatadora: que os funcionários públicos, suprema malandragem, nem sequer aproveitam a terça-feira gorda para assistir a algum corso, dedicando-se antes a actividades diversas, não directamente relacionadas com o entrudo.

A fazer escola, a teoria “menesiana” teria interessantes efeitos, começando desde logo com o primeiro de janeiro, que só deveria ser feriado para quem provasse um estado de alcoolemia igual ou superior a 0.5, ou seja, que não passou o réveillon a ler Proust, mas sim a virar uns coquetails e espumosos próprios da época. Claro que na Páscoa só seria permitido folgar a quem recebesse o compasso em casa, podendo mesmo limitar-se esse direito aos que entregassem ao senhor prior um envelope com uma quantia superior a um valor pré-determinado.



Mutatis mutandis, os calaceiros não folgariam em Maio - podendo alargar-se o castigo aos desempregados e precários -, os monárquicos teriam trabalhinho certo em Outubro, e no Natal apenas as virgens beneficiariam de merecido descanso.

De tudo isto, poderia resultar um único aspecto positivo, o de ser proibido a canalhas como LFM comemorar o 25 de Abril!

Porque já o Sérgio nos avisava:
Se eu mandasse neles
os teus trabalhadores
seriam uns amores
greves era só
das seis e meia às sete
em frente a um cassetete
primeiro de Maio
só de quinze em quinze anos
feriado em Abril
só no dia dos enganos
e reivindicações
quanto baste ma non troppo
anda, bebe mais um copo
arranja-me um emprego

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