sábado, 30 de junho de 2012

19 dias depois... uma descrição da realidade

Manipulação Mediática



Noam Chomsky desenvolveu a lista das "10 estratégias de manipulação” dos princípios sociais e económicos de forma a atrair o apoio inconsciente dos meios de comunicação para a manipulação.


1.- A estratégia da distração:

O elemento primordial do controlo social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e económicas.

A técnica é a do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações sem importância.

A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética.

Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, atraída por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar.

(Citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).


2. Criar problemas e depois oferecer soluções:

Este método também é chamado:

problema--> reação--> solução”.

Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o suplicante das medidas que se deseja fazer aceitar.

Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o requerente de leis de segurança e políticas, em prejuízo da liberdade.

Ou também:

Criar uma crise económica para que o povo aceite como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.


3. A estratégia da gradualidade:

Para fazer que se aceite uma medida inadmissível, basta a aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, num prazo alargado.

Dessa forma, as novas condições impostas, as mudanças radicais são aceites sem provocar revoltas.


4. A estratégia do adiar:

Outra maneira de provocar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura.

É mais fácil aceitar um sacrifício futuro que um sacrifício imediato.

Primeiro, porque o esforço não é imediato. - Segundo, porque a massa, ingenuamente crê que “amanhã tudo irá melhor” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado.

Isto dá mais tempo ao cidadão para se acostumar à ideia da mudança e de a aceitar com resignação quando chegar o momento.


5. Dirigir-se ao público como a criaturas de pouca idade:

A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entoações particularmente infantis, muitas vezes a roçar a debilidade, como se o espectador fosse uma criança ou um deficiente mental.

Quanto mais se tente procurar enganar o espectador, mais se tende a adotar um tom infantil.

Porquê?

Porque dirigir-se a uma pessoa como se tivesse 12 anos ou menos, tenderá, por sugestão, a provocar respostas ou reações mais infantis e desprovidas de sentido crítico”.


6. Utilizar o aspeto emocional muito mais que a reflexão:

Fazer uso do aspeto emocional é uma técnica clássica para curto-circuitar a análise racional, e neutralizar o sentido crítico dos indivíduos.

Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou injetar ideias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir determinados comportamentos.


7. Manter o povo na ignorância e na mediocridade:

Fazer com que o público seja incapaz de compreender a tecnologia e métodos utilizados para seu controlo e escravidão.

A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distancia entre estas e as classes altas permaneça inalterada no tempo e seja impossível alcançar uma autêntica igualdade de oportunidades para todos.”


8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade

Fazer crer ao povo que está na moda a vulgaridade, a incultura, o ser mal falado ou admirar personagens sem talento ou mérito algum, o desprezo pelo intelectual, o exagero do culto ao corpo e a desvalorização do espírito de sacrifício e do esforço pessoal.


9. Reforçar o sentimento de culpa pessoal:

Fazer crer ao individuo que ele é o único culpado de sua própria desgraça, por insuficiência de inteligência, de capacidade, de preparação ou de esforço.

Assim, em lugar de se revoltar contra o sistema económico e social, o indivíduo desvaloriza-se, culpa-se, gerando em si um estado depressivo, que inibe a sua capacidade de reagir

E sem reação, não haverá revolução.


10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem:

Nos últimos 50 anos, os avanços da ciência geraram uma crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles utilizados pelas elites dominantes.

Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o Sistema tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicológica.

O Sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele se conhece.

Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um maior controlo e poder sobre os indivíduos, superior ao que pensam que realmente tem.

Noam Chomsky “ Visões Alternativas “

Versão: José Mauro Rodrigues

segunda-feira, 11 de junho de 2012

domingo, 10 de junho de 2012

É fartar vilanagem...

sexta-feira, 8 de junho de 2012

E, se calhar, até tem razão...

Acho que só quem nunca viveu em idade consciente antes do 25 de Abril de 1974 e quem nunca ouviu Salazar a discursar no tempo em que era presidente do conselho (e não agora que já lá vão várias décadas!...) é que pode ficar admirado com as declarações do bispo...



(Foto: Daniel Rocha)
lido do Público online de hoje
                               
Em declarações à TSF, D. Januário declarou-se “profundamente chocado” com o agradecimento de Passos à paciência dos portugueses, numa intervenção na quarta-feira comemorativa do primeiro aniversário da vitória do PSD nas legislativas de 2011.

“Portugal não tem Governo neste momento, e vão certos senhores dar uma passeata um certo dia a fazer propaganda tipo União Nacional, de não saudosa memória, pelo país a dizer que somos os melhores do mundo”, acentuou o bispo. D. Januário Torgal continuou: “Ao fim, ainda aparece um senhor que, pelos vistos, ocupa as funções de primeiro-ministro, dizendo obrigado à profunda resignação de um povo tão dócil e amestrado que merecia estar num jardim zoológico”.
O bispo foi, ainda, mais explícito. Retomando os elogios do primeiro-ministro à paciência dos portugueses que, no entender de Passos Coelho, se deve a “uma sociedade que está apostada em vencer as dificuldades e em resgatar o futuro”, D. Januário referiu: “Parecia-me que estava a ouvir o discurso de certa pessoa há 50 anos atrás”. Já em declarações ao canal SIC Notícias, o prelado concretizou a comparação, referindo o nome de Oliveira Salazar. Concluindo, D. Januário Torgal Ferreira deixou outra mensagem: “Apetecia-me dizer assim, vamos todos para a rua, não para fazer tumultos, vamos fazer democracia”.

Não é a primeira vez que o bispo das Forças Armadas suscita celeuma. Há alguns anos, admitiu o preservativos em relações sexuais de risco. E, aquando de uma visita do primeiro-ministro Cavaco Silva a Macau e Pequim, sugeriu que o chefe do Governo devia defender os direitos humanos.

Frontal e polémico no que diz respeito a temas da doutrina moral e disciplinar da Igreja, D. Januário é tolerado apenas com condescendência por vários dos seus pares, que consideram as suas posições demasiado heterodoxas e olham de soslaio para a sua atitude crítica. O bispo utiliza a sua formação na área da Filosofia para argumentar e defender as suas posições

domingo, 3 de junho de 2012

sábado, 2 de junho de 2012

Duas dúzias de perguntas que o País queria ver respondidas

FILOMENA MARTINS
(Filomena Martins - DN)


Na semana em que as autarquias conseguiram dinheiro que vão ter de cobrar aos munícipes. Em que Alberto João Jardim voltou a ignorar as instituições democráticas. Em que houve mais grandes casos da justiça envolvendo figuras de proa que acabaram prescritos ou arquivados. Em que se conheceram relatórios tão gravíssimos quanto inconsequentes do Tribunal de Contas que revelaram derrapagens e prejuízos desse monstro em que se tornou a boa ideia das PPP. E em que a oposição pareceu meio perdida enquanto o "caso secretas/Miguel Relvas" dominou a atualidade, o País ficou com muitas questões e outras tantas dúvidas. Para as quais não há respostas óbvias ou fáceis. Mas que são reveladoras de um estado para o qual não há resgate internacional que salve Portugal.
12 dúvidas no 'caso secretas/Miguel Relvas'
1. O anúncio do acordo com as autarquias, segunda-feira, foi o renascimento ou o canto do cisne de Miguel Relvas?
2. Vítor Gaspar foi facilmente convencido a deixar Miguel Relvas colher todos os louros desse acordo com as autarquias negociado pelo ministro das Finanças?


sexta-feira, 1 de junho de 2012

Pelo mundo fora

segunda-feira, 28 de maio de 2012

A Grécia aqui tão perto


As chocantes declarações da directora-geral do FMI ao "Guardian" revelam bem que género de gente preside hoje aos nossos destinos e a quem governos como o português ou o grego subservientemente se vergam.

Por momentos, Lagarde deixou cair o idioleto técnico com que ela, Durão Barroso e a "fürehrin" Merkel, mais os seus feitores locais, justificam o empobrecimento forçado dos povos e mostrou o rosto selvagem do neoliberalismo dominante, assente no direito do mais forte à liberdade.

Perguntada se não lhe custava impor ao povo grego, sobretudo aos mais pobres, medidas de austeridade que cortam em serviços fundamentais como a saúde, a assistência social ou o apoio a idosos, a directora-geral não podia ser mais clara (nem mais cínica): "Penso mais nas crianças que andam na escola, numa pequena aldeia do Níger, que apenas têm duas horas de aulas por dia e partilham uma cadeira por três...".

E que tem Lagarde a dizer àqueles que, na Grécia, todos os dias lutam hoje pela sobrevivência, sem emprego e sem serviços públicos? Que se ajudem a si próprios "pagando os seus impostos". Mas as crianças, senhora? "Bem, os pais são responsáveis, não? Por isso os pais que paguem os seus impostos".

Maria Antonieta não o teria dito melhor. Só que os "sans cullotes" de hoje persistem em crer que ainda vivem em democracia (se calhar até em democracia económica).

sábado, 19 de maio de 2012

Morreu Dietrich Fischer-Dieskau (1925-2012)


Dietrich Fischer-Dieskau canta Bach, em "Oratória de Natal" (gravação de 1963)


sexta-feira, 18 de maio de 2012

Um rapazola a quem calhou ser primeiro-ministro


DANIEL OLIVEIRA: ANTES PELO CONTRÁRIO


Daniel Oliveira (www.expresso.pt)

8:00 Segunda feira, 14 de maio de 2012


"Estar desempregado não pode ser um sinal negativo. Despedir-se ou ser despedido não tem de ser um estigma. Tem de representar também uma oportunidade para mudar de vida. Tem de representar uma livre escolha, uma mobilidade da própria sociedade." Pedro Passos Coelho

Há pessoas que tiveram uma vida difícil. Por mérito próprio ou não, ela melhorou. Mas não se esqueceram de onde vieram e por o que passaram. Sabem o que é o sofrimento e não o querem na vida dos outros. São solidárias. Há pessoas que tiveram uma vida difícil. Por mérito próprio ou não, ela melhorou. Mas ficaram para sempre endurecidas na sua incapacidade de sofrer pelos outros. São cruéis. Há pessoas que tiveram uma vida mais fácil. Mas, na educação que receberam, não deixaram de conhecer a vida de quem os rodeia e nunca perderam a consciência de que seus privilégios são isso mesmo: privilégios. São bem formadas. E há pessoas que tiveram a felicidade de viver sem problemas económicos e profissionais de maior e a infelicidade de nada aprender com as dificuldades dos outros. São rapazolas.

Não atribuo às infantis declarações de Passos Coelho sobre o desemprego nenhum sentido político ou ideológico. Apenas a prova de que é possível chegar aos 47 anos com a experiência social de um adolescente, a cargos de responsabilidade com o currículo de jotinha, a líder partidário com a inteligência de uma amiba, a primeiro-ministro com a sofisticação intelectual de um cliente habitual do fórum TSF e a governante sem nunca chegar a perceber que não é para receberem sermões idiotas sobre a forma como vivem que os cidadãos participam em eleições. Serei insultuoso no que escrevo? Não chego aos calcanhares de quem fala com esta leviandade das dificuldades da vida de pessoas que nunca conheceram outra coisa que não fosse o "risco".

Sobre a caracterização que Passos Coelho fez, na sua intervenção, dos portugueses, que não merecia, pela sua indigência, um segundo do tempo de ninguém se fosse feita na mesa de um café, escreverei amanhã. Hoje fico-me pelo espanto que diariamente ainda consigo sentir: como é que este rapaz chegou a primeiro-ministro?


In Expresso.pt de 14-05-12

segunda-feira, 14 de maio de 2012

O "lado positivo"



Conta-se a história daquele operário da construção civil que gemia sob um bloco de cimento que lhe caíra em cima e de quem alguém, provavelmente um primeiro-ministro, se aproxima e pergunta: "Dói muito?". O infeliz terá respondido: "Não, só quando me rio".

A história fica-se por aqui mas, depois da mensagem de Passos Coelho aos desempregados, não é difícil imaginar como terá prosseguido, com o tal primeiro-ministro a lembrar ao "piegas" que a paraplegia "não pode ser um sinal negativo (...), tem de representar também uma oportunidade para mudar de vida". Pode, por exemplo, digo eu, representar a oportunidade de uma carreira paraolímpica.

O humor negro de Passos Coelho, dirigindo-se àqueles sobre quem diariamente cai o bloco de cimento da austeridade para lhes mostrar o "lado positivo" da situação, com a sua crítica à "pieguice" ou o conselho aos jovens para que façam a trouxa e desapareçam, daria o livro de autoajuda em tempos de crise que Max Aub nunca escreveu.

Temos todos muito que aprender com o espírito positivo de amigos de Passos Coelho como Eduardo Catroga, que juntou 45 000 euros mensais na EDP à pensão de 9600 euros que já recebia, lembrando que esse facto devia ser visto pelo "lado positivo": "50% do que eu ganho vai para impostos. Quanto mais eu ganhar, maior é a receita do Estado (...) para políticas sociais".

domingo, 13 de maio de 2012

Exemplo


(visto no De Rerum Natura)

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Educação para a delação



(Manuel António Pina - JN)
Mais tarde ou mais cedo tinha que acontecer algo assim. Conta o "Público" que uma escola do 1.oº Ciclo pôs alunos (crianças entre os 6 e os 10 anos) a fazer patrulhas durante as horas de recreio, com instruções, acusam os pais dos alunos de uma turma do 4.oº ano, como "tomar nota do nome dos colegas que apresentam comportamentos inadequados", nomes depois "colocados em local público para que toda a comunidade escolar tenha conhecimento dos mesmos". E, pelo andar que as coisas levam em Portugal, ainda vamos no princípio...


Fardadas com uma "t-shirt" com a inscrição "PSP", significando "Patrulha de Segurança do Pontal", as crianças da escola do Pontal (Portimão), duas por turma, são enquadradas por graduados, digo, professores, devendo efectuar "rondas no recinto escolar nos horários críticos da escola, valorizando sempre o diálogo".


Os pais contestatários pensam antiquadamente que "as crianças têm como principal função aprender, tendo direito a um intervalo para brincar; não têm de 'espiar' os colegas". Presume-se que a maioria, ciente da sociedade de novo tipo hoje em construção, veja na educação para a delação dos seus rebentos apenas a preparação destes para um paisano futuro profissional brilhante a denunciar colegas de trabalho ou, se fardado, a espancar manifestantes e jornalistas "valorizando sempre o diálogo".

sábado, 5 de maio de 2012

sexta-feira, 4 de maio de 2012

A verdade...

 

Marinho Pinto - excerto de um artigo no JN

O 25 de Abril de 1974 foi, sobretudo, um grande momento de verdade, talvez o maior da nossa história, porque pôs fim a um longo período em que a mentira fora soberana; pôs fim a um regime que, tendo começado por anunciar a verdade nas finanças públicas, acabou, ele próprio, por se transformar numa das maiores mentiras de sempre deste país. E as suas nefastas consequências são hoje bem conhecidas. Por isso, é altura de todos assumirmos a luta pela verdade como um dos mais saudáveis desígnios da democracia conquistada em 1974.

Quem mentiu ou mente ao povo soberano não pode invocar nenhuma legitimidade para exercer cargos públicos.

Quem mente aos eleitores perde todas as legitimidades democráticas, incluindo - diria mesmo: sobretudo - a de governar.

Em rigor não se pode representar aqueles que foram enganados. A mentira ou até a simples omissão da verdade gera um vício de representação que esvazia o mandato político de toda a legitimidade democrática.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

quarta-feira, 2 de maio de 2012

terça-feira, 1 de maio de 2012

O ingénuo do ano


(JN)
O perplexo ex-secretário de Estado da Energia, Henrique Gomes, mostrou-se surpreendido na Comissão Parlamentar de Economia, que analisa o caso das rendas excessivas da EDP, com o facto de o presidente desta empresa, António Mexia, já saber de um estudo sobre o assunto encomendado à Universidade de Cambridge poucas horas após a sua entrega ao Governo pelo ministro da Economia, dando a entender que poderia haver uma garganta funda no Governo.




Henrique Gomes parece não ter ainda percebido que é hoje "ex" e não secretário de Estado porque quem se mete com a EDP leva.

No Governo, convenceu-se de que o memorando da "troika" era para cumprir não só em relação a trabalhadores, pensionistas, desempregados e pobres em geral mas também na parte que toca a grandes empresas como a EDP. Assim, quis dar seguimento ao compromisso de redução das rendas excessivas no sector eléctrico. Ninguém lhe explicou que o Governo governa mas quem governa o Governo são os "Antónios Mexias" da banca e das grandes empresas. Obviamente, foi demitido.

Apesar disso, o agora ex-secretário de Estado parece continuar a acreditar que empresas como a EDP e Governo são coisas distintas. E, na Comissão de Economia, deu mesmo sinais de julgar que o Governo responde perante a AR e não perante António Mexia.
Merece decididamente o título de Ingénuo do Ano.

1º de Maio

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Há justiça?