sexta-feira, 4 de maio de 2012

A verdade...

 

Marinho Pinto - excerto de um artigo no JN

O 25 de Abril de 1974 foi, sobretudo, um grande momento de verdade, talvez o maior da nossa história, porque pôs fim a um longo período em que a mentira fora soberana; pôs fim a um regime que, tendo começado por anunciar a verdade nas finanças públicas, acabou, ele próprio, por se transformar numa das maiores mentiras de sempre deste país. E as suas nefastas consequências são hoje bem conhecidas. Por isso, é altura de todos assumirmos a luta pela verdade como um dos mais saudáveis desígnios da democracia conquistada em 1974.

Quem mentiu ou mente ao povo soberano não pode invocar nenhuma legitimidade para exercer cargos públicos.

Quem mente aos eleitores perde todas as legitimidades democráticas, incluindo - diria mesmo: sobretudo - a de governar.

Em rigor não se pode representar aqueles que foram enganados. A mentira ou até a simples omissão da verdade gera um vício de representação que esvazia o mandato político de toda a legitimidade democrática.

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