terça-feira, 1 de maio de 2012

O ingénuo do ano


(JN)
O perplexo ex-secretário de Estado da Energia, Henrique Gomes, mostrou-se surpreendido na Comissão Parlamentar de Economia, que analisa o caso das rendas excessivas da EDP, com o facto de o presidente desta empresa, António Mexia, já saber de um estudo sobre o assunto encomendado à Universidade de Cambridge poucas horas após a sua entrega ao Governo pelo ministro da Economia, dando a entender que poderia haver uma garganta funda no Governo.




Henrique Gomes parece não ter ainda percebido que é hoje "ex" e não secretário de Estado porque quem se mete com a EDP leva.

No Governo, convenceu-se de que o memorando da "troika" era para cumprir não só em relação a trabalhadores, pensionistas, desempregados e pobres em geral mas também na parte que toca a grandes empresas como a EDP. Assim, quis dar seguimento ao compromisso de redução das rendas excessivas no sector eléctrico. Ninguém lhe explicou que o Governo governa mas quem governa o Governo são os "Antónios Mexias" da banca e das grandes empresas. Obviamente, foi demitido.

Apesar disso, o agora ex-secretário de Estado parece continuar a acreditar que empresas como a EDP e Governo são coisas distintas. E, na Comissão de Economia, deu mesmo sinais de julgar que o Governo responde perante a AR e não perante António Mexia.
Merece decididamente o título de Ingénuo do Ano.

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