Pela nossa saúde exigimos trabalho com direitos - resposta ao Secretário de
Estado da Saúde
O secretário de Estado da Saúde considera que os portugueses têm a obrigação
de contribuir para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS),
prevenindo doenças e recorrendo menos aos serviços.
Antes de mais, que fique
claro que aquilo com que os trabalhadores contribuem é mais do que suficiente
para manter o Serviço Nacional de Saúde. Se essas contribuições são desviadas
para manter as parcerias público-privadas (como os Hospitais do grupo Mello -
CUF), juros da dívida e recapitalização do BPN – isso é outra coisa.
Quanto à
prevenção de doenças, agradecemos ao Sr. Fernando Leal da Costa; tivéssemos nós
dinheiro e saberíamos muito bem tratar da nossa saúde.
Os vegetais e as frutas
seriam variados e biológicos.
Sopa da época todos os dias.
A carne também seria
biológica.
Nada de frango ou perú alimentados de milho transgénico.
Evitaríamos
as carnes vermelhas, como a de porco (a mais barata a seguir ao frango de
aviário).
Acompanharíamos sempre com uma salada de cenoura, beterraba, alface,
tomate e alguns frutos secos e por vezes legumes grelhados (courgettes,
beringelas, cogumelos, ou espargos) salteados em azeite e alho.
Ao
pequeno-almoço comeríamos uma manga ou uma papaia e um iogurte natural com
flocos de quinoa.
Ao longo do dia iríamos petiscando alguns frutos secos (nozes,
avelãs, castanhas-do-pará, cajus) -intervalados com bagas-goji e cranberries.
O
fiambre seria todo de aves de criação ao ar livre e as salsichas viriam das
produções biológicas alemãs.
Sumos, só de fruta natural.
Pão, só de vários
cereais e várias sementes.
Chocolate, só de 70% de cacau e os doces apenas
caseiros – de farinhas e ovos biológicos.
Açúcar mascavado e fritos só em azeite
virgem.
Peixe do atlântico e grelhado.
Hidratos de carbono – poucos, mas sempre
diferentes (millet, boulgour, quinoa, couscous, arroz).
Massas e batatas
raramente.
Aqueles que ainda trabalham, não tivessem de o fazer durante 14
horas, não precisariam de tomar 5 cafés por dia.
Tabaco? Querem mesmo falar dos
impostos pagos pelos fumadores?
Tivéssemos nós uma vida digna, trabalho com
direitos, a ver se o consumo de álcool e antidepressivos não diminuía.
Tivéssemos nós salários decentes e passaríamos os fins-de-semana a passear, a
relaxar, a fazer exercício e caminhadas.
Tivéssemos nós outra condição social e
iríamos, pelo menos, uma vez por semana ao massagista.
Tivéssemos nós dinheiro e
iríamos duas vezes por ano ao dentista e nunca chegaríamos a ter cáries.
Tivéssemos nós casas em condições de salubridade e muitas das nossas crianças
não teriam problemas alérgicos e respiratórios.
O MSE considera as afirmações do
Secretário de Estado da Saúde verdadeiramente insultuosas para quem não tem mais
do que enlatados em casa.
Não aceitamos que nos culpabilizem mais, muito menos
pelas nossas doenças.
Exigimos trabalho com direitos para termos uma vida
saudável.
Não queremos que nos engordem como porcos (à base de hidratos de
carbono rascas e baratos) para conseguirmos produzir 10 horas por dia. Os que
ainda têm trabalho.
=======================
O artista é este:
Fernando Leal da Costa
Sem comentários:
Enviar um comentário
Este blogue é gerido por Zé da Silva.
A partilha de ideias é bem vinda, mesmo que sejam muito diferentes das minhas. Má educação é que não.