terça-feira, 31 de janeiro de 2012

E a dívida alemã?




Gostaria de ver os arautos dos "mercados" que moralizam que "as dívidas são para pagar" (no caso da Grécia, com a perda da própria soberania) moralizarem igualmente acerca do pagamento da dívida de 7,1 mil milhões de dólares que, a título de reparações de guerra, a Alemanha foi condenada a pagar à Grécia na Conferência de Paris de 1946.






Segundo cálculos divulgados pelo jornal económico francês "Les Echos", a Alemanha deverá à Grécia em resultado de obrigações decorrentes da brutal ocupação do país na II Guerra Mundial 575 mil milhões de euros a valores actuais (a dívida grega aos "mercados", entre os quais avultam gestoras de activos, fundos soberanos, banco central e bancos comerciais alemães, é de 350 mil milhões).

A Grécia tem inutilmente tentado cobrar essa dívida desde o fim da II Guerra. Fê-lo em 1945, 1946, 1947, 1964, 1965, 1966, 1974, 1987 e, após a reunificação, em 1995. Ao contrário de outros países do Eixo, a Alemanha nunca pagou. Estes dados e outros, amplamente documentados, constam de uma petição em curso na Net (http://aventar.eu/2011/12/08/peticao-sobre-a-divida-da-alemanha-a-grecia-em-reparacao-pela-invasao-na-ii-guerra-mundial) reclamando o pagamento da dívida alemã à Grécia.

Talvez seja a altura de a Grécia exigir que um comissário grego assuma a soberania orçamental alemã de modo a que a Alemanha dê, como a sra. Merkel exige à Grécia, "prioridade absoluta ao pagamento da dívida".

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Classe média como a conhecemos poderá desaparecer

A classe média como a conhecemos em Portugal pode desaparecer como consequência da crise económica que o país atravessa, disse hoje à Lusa o sociólogo Elísio Estanque, que lança esta semana um livro sobre este tema.

A classe média «está em risco de um empobrecimento muito rápido» que pode levar a um «descontentamento mais amplo na sociedade portuguesa» e ao «enfraquecimento do sistema socioeconómico e do sistema democrático», explicou o autor do livro «Classe Média: Ascensão e Declínio».

Para o sociólogo, a classe média em Portugal tem «dificuldades acrescidas» em relação a outros países ocidentais, que resultam de processos tardios quer de industrialização quer de adopção de um regime democrático.




domingo, 29 de janeiro de 2012

da Silva, claro!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A reforma...

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

"Eu, eu, eu...e os outros"

(JN)

 

Embora tenham suscitado justificada indignação geral, as queixas de Cavaco Silva sobre a(s) sua(s) reformas (mais de 10 000 euros mensais, que "não vão chegar para pagar as minhas despesas") não têm relevância senão como sintoma.

De facto, tais queixas foram feitas pouco tempo depois de o mesmo Cavaco Silva ter, sem pestanejar, promulgado um Orçamento que confisca os subsídios de férias e Natal a milhares de reformados com pensões de poucas centenas de euros. E só 48 horas após a assinatura de um Acordo de Concertação Social que subverte totalmente os direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores assegurados na Constituição, facilitando e embaratecendo os despedimentos e deixando-os ao arbítrio patronal, e reduzindo indemnizações, subsídios, férias, feriados e tempos de descanso, acordo em que Cavaco vê um "sinal de confiança" para todos os portugueses.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

U G T ???

João Proença assinou, em nome da UGT, um documento que é, objectivamente, lesivo dos interesses da globalidade dos trabalhadores portugueses.

É tão simples quanto isto e é escusado perder muita prosa com o assunto. O acordo ou compromisso interessa aos patrões e ao governo, pelo que é natural que os seus representantes o assinem. Aos trabalhadores, não. Uma organização que os representa abandonou as negociações, depois de anunciar uma qualquer vitória menor, enquanto outra assinou a coisa, sem que se perceba como foi tomada tal decisão.

Pode a direcção da UGT alegar que foi no superior interesse da Nação. Duvido muito, porque o interesse nacional e colectivo só se sobrepõe ao da maioria dos seus cidadãos nos estados totalitários.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Roubar pouco é no que dá

(JN)




Começou ontem a ser julgado no Porto um homem acusado de tentativa (tentativa...) de furto de uma embalagem de polvo e um champô no valor de 25,66 euros num supermercado Pingo Doce.
No que toca ao polvo, Alexandre Soares dos Santos, presidente do Grupo Jerónimo Martins (proprietário do Pingo Doce) e segundo homem mais rico de Portugal - o seu património aumentou 88,9% em plena crise (qual crise?) para 1 917,4 milhões - discorda do terceiro mais rico, Belmiro de Azevedo (1297,6 milhões), que entende que, "quando o povo tem fome, tem direito a roubar". Para o bilionário dos supermercados, qual roubar qual quê: nem tentem!

Por isso, o Pingo Doce não desistiu da queixa. O que se compreende pois o famigerado Estado é que pagará a factura da instrução do processo, dos salários dos oficias de Justiça e magistrados envolvidos, da papelada, das notificações, do advogado oficioso... O Estado e o estado da Justiça que, enquanto anda ocupada com casos de 25 euros, deixa prescrever os de milhões.

Pouco avisado foi o réu, presumivelmente esfomeado e sujo, em deixar-se tentar por 25,66 euros de comida e produtos de higiene. Se se dedicasse antes aos "comportamentos evasivos e fraudatórios [...] em matéria fiscal" por que o Grupo Jerónimo Martins foi recentemente condenado a pagar 20,888 milhões de euros ao abrigo das normas fiscais anti-abuso, se calhar andaria hoje pelas TV a pregar moralidade aos portugueses.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Morreu Gustav Leonhardt

Haia, 17 jan (Lusa) -- O cravista, organista e maestro holandês Gustav Leonhardt, 83 anos, pioneiro da renovação da interpretação da música barroca, morreu segunda-feira, informou hoje o centro cultural De Nieuwe Kerk, de Amesterdão.
"Gustav Leonhardt faleceu segunda-feira à noite", disse à AFP Kim van Niftrik, porta-voz do centro, uma antiga igreja no centro da capital holandesa, onde o músico era organista, segundo a agência neerlandesa ANP.
Gustav Leonhardt foi músico regular de temporadas de concertos em Portugal, nomeadamente nos encontros da Casa de Mateus, em Vila Real, e na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Vai ser preciso que roubemos também?



Um comentário no site do Expresso:

Sinceramente que às vezes gostaria de compreender o sentido correcto de certas afirmações passadas das teclas para estes comentários. Talvez não possua a suprema inteligência, cultura e saber que os originais dessas afirmações, por isso, eu que verguei a mola mais de 40 anos, eu que subi a pulso e por competência todos os degraus da minha hierarquia profissional, sem ajudas, sem compadrios, sem cunhas, eu que descontei mais de 40 anos para ter uma velhice pelo menos tranquila, decente e digna, eu que aguentei 40 anos de patronatos fascistas, semi-fascistas, totalitários, parasitas, etc., tenho agora de ler que temos de trabalhar e pagar os empréstimos que uma cambada de gatunos andou a gamar à tripa forra e andam agora a passear por altos cargos públicos (a Bem da Nação) ou a “estudar” por terras parisienses? Vou continuar a palrar, a escrever, até que a voz e a mão me doam e se for preciso roubar para (sobre)viver, como estão a fazer áquilo que é meu por direito próprio, roubo! Qual é o problema?

Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/portugueses-com-mais-sacrificios-e-cada-vez-menos-direitos=f699850#ixzz1jjvApPC0

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A honra perdida da política

Que pensaria um cidadão comum se alguém em quem tivesse confiado e com quem tivesse feito um acordo, apanhando-se com o acordo na mão, violasse todos os compromissos assumidos fazendo exactamente o contrário daquilo a que se comprometera?

Imagine agora o leitor que esse alguém é um político que obteve o seu voto jurando-lhe repetidamente que faria determinadas coisas e nunca, nunca!, faria outras ("Dizer que o PSD quer acabar com o 13º mês é um disparate"; "Do nosso lado não contem com mais impostos"; "O IVA, já o referi, não é para subir").

Um político que lhe jurou que "ninguém nos verá impor sacrifícios aos que mais precisam" e que fez o que a própria CE já reconheceu, que em Portugal as medidas de austeridade estão a exigir aos pobres um esforço financeiro (6%) superior ao que é pedido aos ricos (3%, metade).


sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Querias?...

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Austeridade 3

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O beijo

candilhe.blogspot.com

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Tudo "dentro da lei"



Conta o "Correio da Manhã" que três irmãs, de cinco, sete e oito anos de idade, oriundas de uma família carenciada e com a mãe no desemprego, têm sido obrigadas a almoçar, primeiro na rua e, depois (ó grandeza de alma!, ó altruísmo!) já no átrio da escola, obrigadas a levar pratos e talheres de casa e separadas de todas as outras crianças, como represália por a família não ter pago uma alegada dívida à Associação de Pais.

Para o pai-presidente da referida Associação de Pais, está tudo nos conformes, que é como quem diz "está tudo [a humilhação diária de três crianças para forçar a família a pagar a alegada dívida] a ser feito dentro da lei". E provavelmente, que sei eu?, estará mesmo. E como "está tudo a ser feito dentro da lei", decerto o bom homem há-de dormir de consciência tranquila, convicto de que, quando o frio começar a abrir frieiras nas mãos das meninas ou alguma adoecer, pai e mãe não terão outro remédio senão pagar o que devem.

Do que pensarão do caso os por assim dizer responsáveis da EB 1 de Carvalhos de Figueiredo (Tomar) não reza a história e Nuno Crato e o seu Ministério da Educação estão ocupados de mais a distribuir 253,7 milhões de euros (12 milhões dos quais sem explicação) por colégios privados para se preocupar com três meninas pobres de uma escola pública de Tomar. Tudo "dentro da lei", que esta gente é muito respeitadora da lei e a moral não é para aqui chamada.

Olha!...

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

1 - 7


Porque é de há muito sabido que não há reformas de sucesso na Educação sem a colaboração de todos os actores em presença. Enquanto tivermos, por exemplo, um Conselho Nacional de Educação a atribuir sempre o ónus do insucesso aos professores e quase nunca às famílias e alunos, enquanto tivermos grupos de opinião ligados ao Governo a fustigar os professores ao mais pequeno pretexto e enquanto a tutela se limitar a declarações de circunstância, sem uma clara solidarização pública, as escolas e os professores não têm forma de recuperar a confiança na tutela, arrasada ao longo de anos. E fica-se sem saber se vamos ter o ano 1 do ministro Crato com que outrora tantos partilhavam ideias, se teremos o ano 7 de um projecto para a Educação que se julgava derrotado nas urnas.

Paulo Guinote

Austeridade 2

domingo, 8 de janeiro de 2012

Austeridade


Gonçalo Afonso Dias

sábado, 7 de janeiro de 2012

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

domingo, 1 de janeiro de 2012

Fundo negro ?