terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Buraco da fechadura - Eduardo Dâmaso

Onde estão os factos da ‘Face Oculta’ na versão ‘atentado ao Estado de Direito’?

É simples: durante uma investigação judicial legítima em que Armando Vara e Paulo Penedos são suspeitos de ajudar um empresário aparecem conversas com um administrador da PT que indiciam a manipulação da empresa para
- comprar e controlar editorialmente a TVI;
- condicionar a liberdade editorial do ‘Público’;
- criar um condicionalismo ao Presidente da República, indiciando que Cavaco Silva será - vulnerável a alegados negócios a propor a um familiar.

O negócio da PT visaria afastar José Eduardo Moniz e Manuela Moura Guedes, mas nas conversas entre o dito administrador da PT e o seu assessor jurídico são anunciadas "grandes mudanças na Comunicação Social". Não será, por si, um crime. O crime pode estar no uso e manipulação de bens públicos, abuso de poder, etc.

Mas seria mais saudável investigar do que abafar.

Tal como seria politicamente melhor discutir esta ideia de move-tira-põe-mexe em jornais e televisões que atravessa as conversas dos dois jovens quadros do PS.
Mau é reduzi-las a "conversas privadas" e a sua divulgação a "jornalismo de buraco de fechadura". Isso chama-se desespero porque o que elas evidenciam são negócios de sarjeta ao serviço de uma política de sarjeta cujo escrutínio obrigatoriamente nos interpela.

Eduardo Dâmaso, Director-Adjunto (in Correio da Manhã de 9 de Fevereiro)

-texto formatado pelo Zé da Silva

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