domingo, 27 de novembro de 2011

(lido no seu blogue)

Estamos num tempo de não-pensamento, mas de obediência e ordem e em que o hegelianismo de "o que tem que ser tem muita força" tem muita força. Aliás, como de costume, o que "o poder disser que tem que ser é que tem muita força".

Como o debate escasseia e é puramente posicional - quem não é por nós é contra nós, ou se é da situação ou da oposição, ou se é do Sócrates ou do Passos Coelho -, tudo é simples, tudo é a preto e branco e que ninguém pie.

E depois há toda uma violência verbal incontida que jorra logo por todo o lado, quando aparece qualquer dissenso, qualquer objecção e dúvida. O Presidente da República já provou desse cálice de fel, Rui Rio, Manuela Ferreira Leite e eu próprio, o quarteto maldito pelos serventuários do poder, mancomunado numa qualquer conspiração, merece logo os mais violentos epítetos.

O não-pensamento acompanha muitas vezes a raiva, vem nos livros para quem os costuma ler, esse hábito demasiado subversivo em tempos de miséria intelectual.

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