quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Obama tem um cão de água português. Merkel tem um Coelho.



(Expresso)

A subserviência do nosso Primeiro-ministro e da tropa instalada neste miserável governo à chanceler alemã e sua agenda privada só não se torna mais escandalosa porque é, em certa medida, um traço distintivo da nossa nacionalidade, uma característica tipicamente portuguesa.

O "agradabilismo", esta faceta mui nobre e nacional, é das coisas mais patéticas e praticadas neste país de moços de recado, "jotinhas", trepadores de aparelho e engraxadores de serviço que caracterizam em boa medida a nossa classe política (pelo menos a quem tem acesso ao poder), a mesma que normalmente representa o cidadão comum e é (infelizmente) a face visível de um povo lá fora.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A honra perdida do jornalismo

 
(JN)



A notícia de primeira página do "Expresso" de sábado ("Deputado do BE João Semedo foi sócio do BPN numa clínica do Porto") é das mais inaceitáveis infâmias jornalísticas que vi em 40 anos de profissão.

Os factos são os seguintes: Semedo (hoje deputado do BE) e outros médicos criaram em 1994 uma clínica no Porto, tendo com sócio minoritário uma companhia de seguros, a Real Vida; cinco anos depois, em 1999, essa seguradora foi comprada pelo BPN, então apenas mais um banco; oito anos mais tarde, em 2007, soube-se que o BPN não era, afinal, apenas mais um banco e que os seus dirigentes se haviam envolvido numa gigantesca fraude que custou milhões aos contribuintes; Semedo já estava entretanto desligado da clínica desde 2000.

Em "O mundo a seus pés", de Orson Welles, Kane explica ao chefe de Redacção de um dos seus jornais que os factos podem não ter a mínima importância que o que torna uma notícia importante é o facto de ela vir na primeira página. Foi o que fez o "Expresso": pôs a notícia na primeira página e deu-lhe grande destaque no interior, fazendo com que os inócuos factos referidos se tornassem relevantes e lançando subliminarmente uma difusa suspeita (que suspeita?) sobre um homem honrado.

Quem nos rouba a honra, diz Shakespeare em "Othelo", não fica mais rico e deixa-nos irremediavelmente pobres. A notícia do "Expresso" rouba não só a honra de João Semedo mas a honra do próprio jornalismo

Com que autoridade?

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Pois...

A rua e as responsabilidades

(DN)



1. Agora já só não percebe quem não quer: a crise portuguesa não tem um réu apenas. Os responsáveis são muitos - e os principais foram primeiros-ministros, chegaram a Presidentes da República, foram cooptados pela Europa ou pelas Nações Unidas. Apenas um anda de férias neste exacto momento.

Desse pecado, que se estende por mais de 20 anos, podemos apenas isentar Jorge Sampaio (oriundo da Câmara de Lisboa) e, por enquanto ainda, Pedro Passos Coelho.

De resto, eles tornaram-se o símbolo de um país que se habituou a viver acima das possibilidades, se endividou ao ponto de um ano de trabalho já não dar para pagar a colossal dívida e conseguiu a horripilante proeza de ter défice em todos os anos que leva de participação na Zona Euro. Pelo meio foi até, sobretudo durante o cavaquismo, um manso e obediente parceiro das políticas europeias, abatendo a frota pesqueira e reduzindo a capacidade agrícola. Tudo sem pestanejar, a troco do dinheiro para o betão e os negócios.


Ora toma lá, Álvaro!

domingo, 27 de novembro de 2011

(lido no seu blogue)

Estamos num tempo de não-pensamento, mas de obediência e ordem e em que o hegelianismo de "o que tem que ser tem muita força" tem muita força. Aliás, como de costume, o que "o poder disser que tem que ser é que tem muita força".

Como o debate escasseia e é puramente posicional - quem não é por nós é contra nós, ou se é da situação ou da oposição, ou se é do Sócrates ou do Passos Coelho -, tudo é simples, tudo é a preto e branco e que ninguém pie.

E depois há toda uma violência verbal incontida que jorra logo por todo o lado, quando aparece qualquer dissenso, qualquer objecção e dúvida. O Presidente da República já provou desse cálice de fel, Rui Rio, Manuela Ferreira Leite e eu próprio, o quarteto maldito pelos serventuários do poder, mancomunado numa qualquer conspiração, merece logo os mais violentos epítetos.

O não-pensamento acompanha muitas vezes a raiva, vem nos livros para quem os costuma ler, esse hábito demasiado subversivo em tempos de miséria intelectual.

Nem um mês depois...

29 de Outubro, 2011

Governo acaba com subsídio de alojamento


23 de Novembro, 2011

Passos Coelho dá subsídio de alojamento

sábado, 26 de novembro de 2011

Culpados da crise

D. Manuel Martins: Culpados da crise



O bispo emérito de Setúbal, D. Manuel Martins, disse ontem, no Barreiro, que “os responsáveis pela crise económica deveriam ser desmascarados”.

(lido no Correio da Manhã)

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O nosso futuro...

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Cálculo

terça-feira, 22 de novembro de 2011

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Tão queridos...

domingo, 20 de novembro de 2011

David e Golias

David venceu, lembram-se?

sábado, 19 de novembro de 2011

Panfleto

Mesmo não gostando muito deste tipo de panfleto...

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

É preciso lutar!

Mesmo com forças desiguais...

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Falta o trabalhar de borla para os outros

"Não questiones. A tua função é consumir, ver televisão e depois morrer…"

(lido no site do MRPP)

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Será possível?

terça-feira, 15 de novembro de 2011

vive menino

As nossas crianças têm que ter futuro.

É urgente ter futuro

Poema de agradecimento à corja

 


Obrigado, excelências.
Obrigado por nos destruírem o sonho e a oportunidade
de vivermos felizes e em paz.
Obrigado
pelo exemplo que se esforçam em nos dar
de como é possível viver sem vergonha, sem respeito e sem
dignidade.
Obrigado por nos roubarem. Por não nos perguntarem nada.
Por não nos darem explicações.
Obrigado por se orgulharem de nos tirar
as coisas por que lutámos e às quais temos direito.
Obrigado por nos tirarem até o sono. E a tranquilidade. E a alegria.
Obrigado pelo cinzentismo, pela depressão, pelo desespero.
Obrigado pela vossa mediocridade.
E obrigado por aquilo que podem e não querem fazer.
Obrigado por tudo o que não sabem e fingem saber.
Obrigado por transformarem o nosso coração numa sala de espera.
Obrigado por fazerem de cada um dos nossos dias
um dia menos interessante que o anterior.
Obrigado por nos exigirem mais do que podemos dar.
Obrigado por nos darem em troca quase nada.
Obrigado por não disfarçarem a cobiça, a corrupção, a indignidade.
Pelo chocante imerecimento da vossa comodidade
e da vossa felicidade adquirida a qualquer preço.
E pelo vosso vergonhoso descaramento.
Obrigado por nos ensinarem tudo o que nunca deveremos querer,
o que nunca deveremos fazer, o que nunca deveremos aceitar.
Obrigado por serem o que são.
Obrigado por serem como são.
Para que não sejamos também assim.
E para que possamos reconhecer facilmente
quem temos de rejeitar.

Joaquim Pessoa

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Chamem a polícia

 


Noticiou a imprensa que a PJ resgatou quatro portugueses sujeitos a trabalho escravo em Espanha, tendo detido o "gang" suspeito da autoria do crime.

Não se afigura, no entanto, provável que alguma Polícia venha um dia a resgatar os milhões de portugueses a quem o Governo pretende impor meia hora diária de trabalho não remunerado. É que tal medida não constitui tão só uma redução ilegal, por vias travessas, do salário/hora de milhões de trabalhadores, mas verdadeiro trabalho escravo, de acordo com a Convenção n.º 29 da OIT, de 1930, que define trabalho forçado como "todo o trabalho ou serviço exigido de uma pessoa sob a ameaça de sanção e para o qual não se tenha oferecido espontaneamente".

Ora não só a meia hora diária de trabalho será obrigatória, implicando, pois, o seu incumprimento uma sanção, "maxime" o despedimento, como não consta que algum dos visados para ela "se tenha oferecido espontaneamente". Além disso não será remunerada, o que particulariza (as grilhetas caíram em desuso) o trabalho forçado como trabalho escravo e rebaixa a pessoa a mera coisa de que é possível, como o Governo fez, livremente pôr e dispor.

Se, em Portugal, as leis (e a moral) fossem para todos, incluindo o Governo - e não é, como, com a cumplicidade do Tribunal Constitucional, se viu no confisco dos subsídios de Natal e férias -, a PJ já estaria, como no caso ontem noticiado, a bater à porta do ministro Álvaro.

domingo, 13 de novembro de 2011

É mesmo...

sábado, 12 de novembro de 2011

Obama barroco

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Comichão...

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Eu também olhava!...

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Convocados

Visto no 31 d'Armada:

Abraços proibidos



Um adolescente de 14 anos foi suspenso numa escola pública em Palm Bay, no estado da Flórida (EUA), porque deu um abraço a uma colega.

Nick Martinez foi suspenso por exposição pública de afecto ao abraçar Nancy Crescente, que também acabou suspensa porque a escola tem uma política rigorosa e proíbe abraços entre alunos.

«Somos uma família hispânica e abraços fazem parte de nossa cultura», disse Nancy Crescente, desvalorizando o incidente.

A escola puniu os dois alunos, apesar de o director ter reconhecido que o abraço foi inocente.
(lido no TviONLINE)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O rosto do ministro da educação de Passos Coelho


(lido no blogue Cachimbo de Magritte)

Numa palavra: decepcionante. Não há ali um pensamento político para o Ensino. Há uma tesoura. E das cegas. As opções são apresentadas... são atiradas como avulsas e sem fundamentação digna desse nome. Por exemplo, avançar com a possibilidade (quase certeza...) de eliminar a disciplina de Tecnologias da Informação e Comunicação, porque os "a maioria dos jovens, no 9º Ano, já domina os computadores perfeitamente [sic]", está no nível teórico de qualquer conversa de café entre sabichões opinativos. É isto que se espera de um ministro da educação?...



domingo, 6 de novembro de 2011

profeta?

sábado, 5 de novembro de 2011

Estamos, não estamos?

E vamos ficar?

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Pessoas?! O que é isso?



No meio disto tudo, nem uma palavra sobre pessoas, vidas, dificuldades. Todo o espectáculo está montado no pressuposto da aceitação geral de que o amanhã será pior do que o hoje e de que o depois de amanhã será ainda pior. Já estava. Carreguei no botão. O autoclismo encarregou-se de levá-los de volta a casa, num regresso histórico. Havemos de encontrar-nos outra vez, tenho a certeza. Haverá outras cimeiras e a claque faz parte do show. Detesto lombrigas.

Filipe Tourais

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O medo da Democracia

(JN)

Bastou o primeiro-ministro grego anunciar que consultará o povo, através de referendo, sobre as novas e gravosas medidas de austeridade e perda total da soberania orçamental impostas ao país pelos "mercados" e seus comissários políticos em Bruxelas e nos governos de Berlim e Paris para cair a máscara democrática desta gente.

Na pátria da Democracia, o Governo decide-se por um processo democrático básico e Sarkozy fica "consternado" e considera a decisão "irracional" enquanto alemães e FMI se mostram "irritados" e "furiosos" com ela. E Merkel e Sarkozy assinam um comunicado conjunto dizendo-se "determinados" a fazer com que a Grécia cumpra as suas imposições e lhes ceda o que ainda lhe resta de soberania; só lhes faltou acrescentar "queiram os gregos ou não queiram" e mobilizar a Wehrmacht e a "Force de Frappe"...

Até Paulo Portas, ministro de uma coligação eleita com base em compromissos eleitorais imediatamente rasgados mal tomou posse, está "apreensivo".

O medo que esta gente, que tanto fala em Democracia, tem da Democracia é assustador. Aparentemente, o projecto de suspensão da Democracia por 6 meses (ou por 48 anos) estará já em curso. Pinochet aplicou no Chile as receitas de Milton Friedman suspendendo sangrentamente a Democracia. Como é que "boys" de Chicago como Gaspar ou Santos Pereira, que chegaram a ministros sem nunca antes terem governado sequer uma mercearia, o fariam em Democracia?

o futuro

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O "essencial" e é um pau

A afirmação do actual ministro da Educação de que o "princípio geral" que presidirá à "sua" reforma curricular do ensino básico e secundário é o de que "é necessário concentrar nas disciplinas essenciais" constitui todo um programa ideológico.

Deixando de lado o obsessão de todo o bicho-careta que chega a ministro da Educação em Portugal em "reformar" mais uma vez os curricula escolares, tornando o ensino num laboratório de experiências educativas e os alunos em cobaias que se usam e deitam fora na próxima "reforma", tudo com os resultados que se conhecem, a opção por um ensino público limitado a "disciplinas essenciais" segue fielmente a rota ideológica do "saber ler, escrever e contar" de Salazar.

Falta apurar o que o ministro entenderá por "essencial", mas outras medidas que tem tomado, como triplicar o valor dos cortes na Educação pública previsto no acordo com a "troika" enquanto financiava generosamente os colégios privados, levam a crer que o programa de empobrecimento anunciado por Passos Coelho é mais vasto do que parece. E que, além do empobrecimento económico das classes médias e mais desfavorecidas, está simultaneamente em curso o seu empobrecimento educativo.
Para a imensa maioria que não tem meios para pôr os filhos em colégios privados (que, no entanto, financia com os seus impostos), o "essencial" basta. Mão-de-obra menos instruída é mão-de-obra mais barata. E menos problemática-

2 de Novembro

terça-feira, 1 de novembro de 2011

FarmaLobby




Ainda não tive oportunidade de ver a Ordem dos Médicos a questionar sustentadamente a qualidade dos genéricos ou a contestar que são substitutos perfeitos de medicamentos mais caros. O princípio activo de um medicamento não advém nem de quem o prescreve, nem do seu preço, nem de comissões ou férias pagas que as farmacêuticas possam eventualmente distribuir pelos seus campeões da prescrição. Sem folheto informativo.



 lido em

opaísdoburro